Always

Heart Beatings

Com seu rosto corado e seu coração a pulsar tão intensamente que até mesmo a mesa em que estava apoiada ressoava suas batidas, Kara, com seus dedos trêmulos, responde à mensagem da CEO de imediato: "Estou a caminho!"

Alex então percebe o nervosismo da irmã, e a indaga:

 - Ei! O que houve? Por que todo esse desespero por conta de uma mensagem?

 - Alex, eu... Tenho que ir!

 - O quê?! Mas ir pra onde?!

 - É a Lena, ela... Ela quer conversar. Eu devo ir. - responde Kara às pressas, enquanto se levanta da cadeira onde estava sentada.

 - Ah, então é assim?! Ela te ameaça com KRYPTONITA e, num estalar de dedos, você corre de volta pra ela feito um cachorrinho sem dono?!

 - Aaaaaah, você está com ciúmes?! - questiona Kara em tonalidade cômica.

 - Eu tô é com raiva! Kara! Você não pode permitir que ela te faça de capacho! Eu sei que essa situação deve estar sendo dolorosa para a Lena mas ela também pisou na bola com você. Ela também precisa ceder!

 - E é por isso que ela se prontificou a conversar. Alex... Tá tudo bem! Mesmo... Eu devo muito à Lena, e reconheço todas as minhas falhas em relação a ela. E... Eu não sou um cachorrinho!

 - Um cachorrinho abandonado.

 - Não sou um cachorrinho!

 - Isso mesmo, vai lá lamber os pés de quem te chutou.

 - Você tá é com ciúmes! - retruca Kara aos risos.

 - Da próxima vez, peça à milionária da Lena Luthor duelar com esse estômago de alien com Champagne e caviar!

 - Ciumenta!

 - Eu vou querer saber todos os detalhes dessa conversinha de vocês. E se ela ousar mencionar "kryptonita" mais uma vez, ainda que em seus sonhos, eu juro que coloco ela na mesma cela que a Lilian!

 - Também amo você... - conclui Kara com um sorriso no rosto enquanto decola em direção à cobertura da CEO.

Sob as encantadoras estrelas de uma calorosa noite de verão em National City, Kara voava quase que à velocidade do som ao encontro de Lena.

Durante o rápido percurso, Kara vivenciara sensações curiosas: suas mãos estavam gélidas e úmidas, seus lábios e garganta completamente secos, seus batimentos acelerados, seus membros trêmulos, sua respiração ofegante e suas vísceras contorcidas.

 - "Fala sério! A Garota de Aço insegura mediante a um humano?" - pensou.

Antes que aterrissasse na fachada da cobertura de Lena, Kara pôde admirar sua amiga por alguns instantes: a morena se encontrava sentada em uma de suas poltronas, com uma taça de vinho em mãos; a luz do luar refletida sobre o porcelanato do chão de sua sala, alumbrava sua pele de traços pálidos e suaves, cujo toque parecia irresistível; seus olhos, verdes cristalinos, como as águas translúcidas de uma lagoa encantada; suas madeixas escurecidas e sedosas. Lena estava deslumbrante.

Após seu momento de fascínio, a kryptoniana respira profundamente e, então, cria coragem para encarar aquela formosa moça:

 - Lena...? - profere a loira enquanto se aproxima das vidraças da sacada de sua amiga.

Um tanto surpresa e desconcertada, Lena se levanta e vai ao encontro da super-heroína:

 - Eu... Eu acho que devo desculpas, Supergirl.