Conte a Nossa História. (ShortFic Jikook - Concluída)

Segundo.

O nome do homem é Min Yoongi, neto de Min Sangwoo e Park Hyewon, que por sua vez era neta de Park Jihyun, o irmão mais velho de Jimin.

Naquele momento conto-lhe sobre o túmulo, tentando não me abalar. Eu deveria ser um pesquisador frio. “Não fique fora do personagem Namjoon!”, penso. E ele balança a cabeça “Sim, eles foram enterrados juntos, mas não sei o porquê.”

“Me contaram que Jimin e Jungkook eram amigos”, arrisquei. Ele acena novamente: “Sim, eles foram à escola juntos, como a maioria deles estão enterrados lá.” Outro calafrio. O Instituto vem à minha cabeça. Aquele, ao lado do cemitério.

Para mim está claro que Jimin e Jungkook se conheceram quando eram adolescentes, ou talvez mais cedo. E que sua amizade foi forjada nos corredores do prédio, uma amizade que foi interrompida quando Jimin foi para a Universidade de Munique por volta de 1912 e Jungkook ficou em Sighisoara.
É por isso que Jungkook pintou a janela de Jimin. Porque sentia falta dele. Mesmo um ano depois da separação dos dois, ele ainda dedicou suas pinturas à Jimin.

“Só os dois estão enterrados juntos!”. Yoongi pensa um pouco, mas diz que não sabe o motivo de estarem juntos. “Talvez a família de Jungkook não tinha dinheiro para um túmulo próprio?” A explicação não me convence em nada.
Continuamos conversando sobre os Park por um longo tempo. Falamos sobre como Jimin morreu, mas Jihun sobreviveu e ficou com a casa. Ele também lamentou que Jimin tenha morrido solteiro e sem filhos.

Naquele momento eu aponto para a janela que está a cima de nós e pergunto: “Esse era o quarto de Jimin, certo?” Ele abre os olhos arregalados. “Como você sabe?”. Mostro-lhe a foto da pintura e arrisco: “Você poderia me mostrar?”

Ele acena que sim e me deixa passar. Eu entro na velha casa de Jimin quase que fazendo reverência, mas me chateia o fato de que reformaram o quarto completamente e ele está terrivelmente feio.

Eu vou para a janela que dá para onde eu acho que Jungkook pintou a tela. Levanto minha mão, como se fosse Jimin, dizendo adeus à Jungkook, que acabou de sair da minha casa com um sorriso nos lábios e se vira para me cumprimentar com um sorriso.

Eu sigo Yoongi para uma porta trancada. Atrás dele tem um quarto mais reservado que os outros, eu entendo que não é destinado a hóspedes do hotel. Existem vários gabinetes, baús e móveis de diferentes estilos. Yoongi abre um dos armários e pega uma mala, que coloca em cima de um baú. “Se você quiser, pode olhar o conteúdo”, ele diz. A mala está em muito mau estado, mas ao lado do punho, duas iniciais me chamam a atenção.

Eu viro e olho para a mala como se fosse um tesouro. O que eu encontraria dentro? As respostas que eu estava procurando estavam lá ou haveria ainda mais perguntas? Eu finalmente abro a mala e encontro papéis, pastas e uma pequena maletinha. Yoongi diz para eu não prestar atenção nas pastas, já que elas não têm interesse para mim. Tudo o que preciso está na bolsa e quando eu abri...

Fotos. Dezenas de fotos! De todos os tamanhos, temas e datas. Muitos instantes eternizados. Rostos anônimos, paisagens exóticas, fotos de família... tem de tudo!

Aparentemente aquilo está guardado há anos. A maioria foi encontrada durante a reforma do hotel, colocaram as fotos na maleta para organizá-las um dia , mas esse dia nunca chegou. Yoongi tem certeza de que alguma foto do começo do século que pode me interessar está lá e diz para que eu continue procurando. Eu olho para dentro da pasta sobrecarregada, mas pode haver calmamente 200 ou 300 fotos lá! Eu posso passar horas olhando...

Yoongi sorri e diz: “Quando você se cansar, pode descer para jantar no restaurante.” E com isso, ele sai. Uma vez sozinho, tiro todas as fotos da pasta e começo a classifica-las como posso.
Naquela noite é difícil adormecer. Eu fico muito tempo olhando a janela da cama e imaginando quantas vezes Park Jimin teria feito o mesmo, mais de cem anos atrás naquele mesmo quarto.

E eu não posso deixar de me perguntar o que diabos estou fazendo aqui. Eu deixei a situação sair do controle? Eu negligenciei meu trabalho em Târgu Mures perseguindo uma miragem? Por que preciso saber a verdade sobre essa história que nem vem, nem vai? Por que eu preciso tanto acreditar no amor?