A única coisa que Anastasya queria era trabalhar e viver tranquilamente a sua vida,esquecendo seu passado que lhe trouxe muitos problemas e ficar bem longe de todos aqueles que lhe fizeram mal,mas o que ela não sabia era que sua vida estava prestes...
-Ai Anastasya, você vai quebrar meus dedos desse jeito. Não precisa ficar assim, é só ser você mesma. - é sério, estamos de mãos dadas pra representar um papel convincente de casal apaixonados, mas essa doida está tão nervosa que esta quase quebrando os meus dedos.
-Mas como eu vou agir normal se eles me fizerem perguntas, eu ainda estou aprendendo muitas coisas no cursinho, fico super nervosa em dia de provas, acho que eu vou desmaiar. Não sei como falar, andar, me portar, piscar ou respirar. Estou tendo uma crise, me desculpe criancinhas, mas a tia está amarelando, é melhor voltar pra casa.
Ela já estava largando minha mão quando eu a puxei de volta, deixando-a mais perto de mim, nunca tinha reparado em como os olhos dela são bonitos. Foco Fernando, não vem com esse papo de doido não, porque você não é desses.
-Anastasya, vai dar tudo certo, não precisa respirar diferente nem nada, a única mentira que vamos contar é sobre o noivado. Alias, nem mentira é, porque se vamos casar amanhã no papel significa que tecnicamente hoje você é minha noiva, então não vejo mentira nenhuma nisso. E eles não irão perguntar nada de matemática ou português, só querem e conhecer.
-Você é bom no jogo de omitir os fatos Benedetti. -ela da um sorrisinho, fecha os olhos e respira. -Tudo bem, a Anya esta de volta ao jogo.Desculpa pela vergonha que eu passei.
-Tudo bem, irei dizer algumas informações sobre a minha família, todos são bastantes curiosos e gostam muito de se meter na vida alheia. Minha mãe é um amor de pessoa, só não podem mexer com os filhos e os netos que aí a fera desperta, o nome dela é Mary. O meu pai é um homem bastante serio, não nos damos muito bem, ele queria que eu tivesse seguido o plano que ele fez pra mim, mas eu resolvi seguir o meu próprio caminho, o nome dele é William. Eu tenho um irmã mais nova chamada Elisabeth, ela é casada com meu melhor amigo Luke e eles são pais de uma princesinha do mal chamada Sophia .
-Sim...Mais ou menos... Não muito. -ela para um pouco corada. -Sua mãe chama Bettany e o resto eu perdi tudo.
-Esquece, vamos entrar, estamos meia hora parados aqui. Respira, me da a mão e vamos nessa.
Chegando em casa nos deparamos com uma enorme recepção de boa-vindas,minha mãe como sempre exagerando nas comemorações. Por falar nela, lá vem a dona Mary com seus famosos abraços de urso, assim que ela abraçou Anastasya eu pude sentir um choque na minha noiva, ela parecia ter ficado mexida com aquilo tudo. Todos cumprimentaram ela, fizeram piadinhas de "como você foi doida de querer casar com o Nandão" ou então "Cara você é a minha heroina",como vi o estado da Ana resolvi levar ela pro meu antigo quarto pra ela poder descansar, e chegando lá ela apenas senta na cama e olha pra suas mãos.
-Anastasya, esta tudo bem, o que houve?
-A sua família é demais. -ela diz com os olhos marejados. -Eu amei todos eles.
-Ei,calma. -sento perto dela e enxugo a lágrima que escorria em seu rosto, ela estava tendo um gatilho, percebi que além de Natasha ela não tinha nenhuma outra amizade,sempre sozinha. -Você quer conversar?
-É que eu nunca tive uma família sabe. A única pessoa que eu converso é com a Natasha, e mesmo assim não nos vemos muito, eu acho que faz anos que eu não sou abraçada com tanto amor. -ela enxuga o resto das lágrimas e começa a sorrir. -Parece coisa de doido né, eu chorar por uma besteira dessa.
-Não é besteira nenhuma, você não é obrigada a ser forte o tempo todo. -eu paro um instante e começo a fazer carinho em seu rosto, deslizo minhas mão em suas bochechas e em seguida contorno seus lábios. -Você é muito bonita Anya.
Ela me olha intacta, sem entender nada, na verdade nem eu estou entendendo, só sei que eu preciso fazer isso. E sem pensar em mais nada, eu a beijo. Foi um beijo diferente de todos os beijos que eu já dei, foi calmo mas ao mesmo tempo selvagem, o doce dos seus lábios se misturava com o salgado de suas lágrimas, foi um beijo excepcional. Era tão errado, mas parecia ao mesmo tempo ser tão certo. A forma que ela me respondia era melhor ainda.
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