Eu sempre me senti como o lápis de cor branco, ninguém precisa, ninguém "usa" ninguém sente falta quando some... Mas graças a ele, eu percebi que a cor branca é linda e ela só precisa de um papel de cor preta pra se destacar, e se ele fosse o meu papel preto?E se nós fossemos como Yin-Yang? E se eu fosse o bem, da parte má dele? E se eu fosse a luz em um bosque escuro e sombrio, que ele insistia em trilhar sozinho?
E se... Eu fosse uma das músicas que saía dos fones de ouvido dele, e causava-lhe reações das mais diversas e emoções das mais profundas?
Seria maravilhoso, se fosse assim.Mas não era, era o oposto disso.
Ele não era o meu papel preto, nós não éramos como Yin-Yang, eu não era o bem dele, não era a luz que lhe iluminava o caminho, e tão pouco as músicas que lhe alegravam, que quando cantadas por ele, se transformavam em um lindo soneto de Vinícius de Moraes...Eu demorei a perceber que amava ele, eu poderia dizer que era apaixonada por ele mas estaria mentindo, porquê a paixão é algo momentâneo e o que eu sentia por ele não era algo que passaria tão facilmente, muito pelo contrário, quanto mais eu negava esse sentimento, mais o amor transbordava do meu peito, dos meus olhos, da minha fala e até mesmo da minha respiração.
Meu nome é Rita Victória Kim Bernasconi, tenho 17 anos e estou no último ano do ensino médio, atualmente moro em Cecília-Itália, apesar de ter nascido no Rio de Janeiro-Brasil.
Meus pais se chamam: Kim Nabi e Gastón Bernasconi.
Morei no Brasil até os meus 7 anos de idade, foi quando me mudei para a Itália por causa da família de minha mãe, que por sinal é coreana, assim como ela.
O sonho de minha avó materna sempre foi morar na Itália, e assim ela o fez. Seguiu seu sonho e se mudou para cá com o meu avô, agora falecido. Como ela estava sozinha devido a morte de meu avô, minha mãe decidiu se mudar para cá também; meu pai achou a ideia absurda e disse que não havia necessidade de nos mudarmos. Foi quando ele nos deixou e decidiu morar na Argentina, seu país de origem.Vocês devem estar se perguntando como meus pais se conheceram, já que seus países de origem são totalmente avessos um do outro, mas eu digo... a música atravessa barreiras, e foi dessa forma que eles se conheceram, em um show de música.
Eles simplesmente dançaram juntos e quando finalmente foram conversar, perceberam que nenhum dos dois se fazia entender devido aos idiomas distintos, mas não precisavam, porquê ali notaram que aquele era como o início de uma música.
Eles já tinham a melodia, a letra se criara com o tempo. 3 anos depois do tal show, com os dois já fluentes em Inglês, por estudarem na esperança de um dia se reencontrarem.
Mais uma vez a música atravessou a barreira da distância e do talvez destino. Lá estavam eles, em um novo show, dessa vez se comunicando com a letra de uma melodia que estivera pronta a 3 longos anos.
Mas como toda música tem um fim, a deles não foi diferente. A melodia se tornou ruído com o tempo, a letra se tornou repetitiva e só o que lhes restou foi o que eles lutaram tanto para destruir, a distância.
Dessa vez, a música ou qualquer tipo de som, não seria capaz de destruir essa barreira, porquê eles a levantaram. Nossa mudança para a Itália só foi um ótimo pretexto para colocar um ponto final, no que já havia terminado.
Mas a minha música está apenas começando...
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Barreira Do Som
Roman pour AdolescentsConsegue ouvir? Não? Então, só eu ouço o meu coração? E se você conseguisse ouvir? Teria sido diferente? Você teria quebrado a barreira? Ouviria além da Barreira do Som?