Em uma pequena cidade do interior dos Estados Unidos, em Midvale, Kara cresceu. Ela teve uma infância e adolescência simples, cabelos loiros e olhos azuis, mas sua maior paixão eram os livros, passava horas e horas na biblioteca pública da cidade e se esquecia do mundo lá fora, até que via que já havia escurecido e sabia que sua mãe se preocupava. Saia do lugar com um livro embaixo do braço, pulando e cantando. Era uma menina alegre e disposta em ajudar quem fosse, mesmo que não conhecesse. Cumprimentava cada um, fosse quem fosse, crianças a pessoas de mais idade.
Kara morava com além da mãe, Eliza, com sua avó e irmã mais velha Alexandra. Tinha facilidade em fazer amigos, como também tinha quem não gostasse do jeito dela de viver e do jeito que lidava com todos a sua volta, Kara sofria bullying por isso, levou um tempo para lidar com isso, mas cresceu e superou com a ajuda da sua família e especialmente da companhia dos livros que ia lendo. Uma infância simples, sem quase nada de luxos, mas no meio de muito amor ela cresceu e sobreviveu.
Nos seus 20 e poucos anos hoje, vive em National City, ela continua ajudando as pessoas, mas contando histórias. E ela é ótima nisso, e as pessoas gostam de ouvir e ler. Kara é o tipo de mulher que não desiste, mesmo que sinta derrotada, por não conseguir resolver os problemas do mundo, mas ao mesmo tempo, é através das palavras que ela tenta fazer alguma mudança, não só no mundo, mas nas pessoas. "Que seja somente uma pessoa e que se eu possa fazer a diferença, é o que importa", ela pensa pra si mesma.
Um pouco pensativa naquela manhã de outubro, pensara no que faria naquele dia. Arrumando seus compromissos na agenda, tomando seu café latte, colocou seu casaco, pegou a chave e saiu. Foi caminhando pelas ruas de National City, olhando para as pessoas que passavam por ela, e nesse momento, ao se virar para olhar o lado seguinte, mirou uma garotinha, de no máximo 6 anos, e estava olhando de volta pra ela, Kara parou e ficou olhando. Mobilizada por um tempo, foi em direção a pequenina, ao tirar um livro da mochila, que acompanhava desde a infância, ao chegar mais perto, e agachando até ela e com o livros segurando em uma das mãos, a entregou: "Pegue esse livro, e leia, me fez muito bem quando eu tinha a sua idade, e me abriu a mente e me fez quem eu sou hoje", com os olhos brilhando a menina olhava pra Kara e voltava para o livro o abraçando-o apertado contra o peito, agradeceu com um sorriso: "Obrigada". Kara não sabia o porquê tinha feito isso, mas via naquela menina um pouco dela quando mais nova, e agindo no impulso, deu um livro que a acompanhava desde Midvale, e percebeu que era hora de passar a diante a quem faria o mesmo proveito que fez a ela. Ela agira com o coração, como sempre fazia, era o amor que ela tinha por todos, e o que mantinha ela acreditando nas pessoas e num mundo melhor, que apesar das dificuldades, todos mereciam felicidade, e através dos livros, através das palavras, poder brincar com elas, contando e vivenciando histórias e novas experiências era o que fazia dela ser o que era, pois o mundo não para e temos que continuar e acreditar que o amanhã será melhor.
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Brincando com as palavras
أدب الهواةUma história baseada no conto de Felicidade Clandestina de Clarice Lispector, com personagens novos criados e modificada, usando nomes de personagens do universo dos quadrinhos, DC Comics.