ainda tá permitido postar na madrugada depois do dia 31?
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— Acha que vai continuar a chover no Dia das Bruxas?
A vozinha saiu abafada por falar debaixo do cachecol de crochê que (de acordo com ele) foi feito pelo avô, mas tinha plena dúvida desde que viu as agulhas e lã roxa na sua mochila pequenina.
— Não sei. — ajeitou o guarda-chuva para cobrir melhor os dois — Sei que minha maneira de entrar em coma de docinhos é menos convencional.
Se referia a encher-se de besteiras sozinho, ignorando o soneto de batidas na sua porta para rever filmes de terror fajutos.
— Hum. — proferiu antes de rir pelas narinas — Mingi deu desculpa que vai se fantasiar junto com a irmã pra ganhar guloseima grátis.
— Yunho me contou que ia colar junto com ele. — chutou uma pedrinha no asfalto molhado — Tu está a tentar me convencer de sair pra bater nas casas, Choi?
E riu, embaraçado.
— Não, acho. É que todos meus amigos já planejaram algo.
— Não sou teu amigo?
Parou, olhando para um Wooyoung com um moletom maior que seu corpo e óculos com algumas gotículas de chuva.
— Qual é. Só voltamos da aula de desenho juntos e mal trocamos meia palavra. — San fazia bico falando, parecendo triste com a afirmação.
Não que fosse o único. Wooyoung fazia a aula junto dele e ainda morava na rua atrás de sua casa, e nem isso era o suficiente para conseguir vomitar algumas palavras gentis, um convite qualquer ou apenas um elogio, talvez? Era mais amigo de seus amigos do que do próprio.
— De qualquer jeito, mesmo que estivesse a te convidar, não tenho fantasia. — voltou San para debaixo do guarda-chuva — Tinha combinado de pedir pizza no meu vizinho, mas o bonitão quis sair com a namorada.
E andaram. Andaram uma, duas quadras no silêncio. Wooyoung chutava toda pedrinha que via e San não parava de ficar ajeitando o cachecol, inquieto.
— Minha mãe trabalha durante a noite de Halloween, por causa da festa da creche. — soltou, tão rápido que quase nem ele entendeu direito — Tipo, não costumo fazer nada além de ficar jogado no sofá.
Não deu pra perceber, mas San estava apertando seus próprios dedinhos olhando para o outro, nervoso. Ergueu sua sobrancelha, indicando para continuar a falar.
— Quer encher a cara?
— De doces?
Wooyoung sorriu com a pergunta.
— Pode ser, também. Mas me refiro a encher a cara até começarmos a ver bruxas.
Ficou bobo com o convite. Nunca tinham saído de verdade juntos.
— Venceste, Beetlejuice. — fez piada em referência às calças listradas do outro — Oito horas. Eu banco a pizza. Tu, cuide do nosso porre.
Dali em diante, depois de largar Wooyoung em frente do pátio, foi em pulinhos para casa. Digo, não era lá um programão. E não precisava, afinal das contas. O moreninho da rua detrás sempre deixava San com as mãos meladas de suor. Mesmo que fosse meio bobão, era muito bonito.
Quando Mingi ligou-o no meio da noite, indignado e chapado, cortando cebolas ao contar que Yunho teria beijado Wooyoung numa farra qualquer, tentou ser compreensivo. Mesmo que no fundo estivesse em festa pelo fato de descobrir que o outro não era tão diferente de si.
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Trinta e um de outubro
DragosteWooyoung não tinha lá seus planos e San já não desfrutava dos amigos que desmarcavam na cara dura seus compromissos planejados. Numa chuvisqueira interminável e pouca coragem nas próprias palavras, Woo só pensava em como se aproximar do colega de de...