Se passaram seis semanas e dois dias, Thaís está contando? Não, imagina. Por que ela faria isso?
Talvez porque ter chamado o Murilo de canalha seja seu maior arrependimento. Bom hoje é uma manhã de sábado, desde que toda aquela confusão aconteceu, Thaís praticamente não come, suas palavras só são trocadas em cena, ou seja, na emissora. Todos a estranham, sua alegria e a aparência serena desaparecerá. Como pode?
Murilo e ela nunca mais se falaram, nem um sequer "Oi!". Suas roupas passaram de vestidos, shorts e saias coloridas, para calças pretas e moletons da mesma cor.
Vendo a chuva cair, Thaís se perde em meio a tempestade fora e dentro, uma em seu coração e pensamentos, e outra que a dias não para mais sobre outro lugar, apenas sobre seu teto. Paloma cogitou voltar a São Paulo, pois a mesma já havia encerrado seu trabalho na cidade, e só veio saber sobre a situação deplorável de sua amiga, por meio de Dani e Leticia.
E sabe o que aconteceu para piorar a situação? Deixe que Thaís os mostre, pois essa memória cruel enciste em voltar, cada gota de chuva, representa uma possa de lágrimas que ela derramou. Por que seus pensamentos a machucam tanto? Talvez porque no momento que ocorreu ela tenha machucado muito mais aquele que a amava e entregava sorrisos em meio a tristeza. Onde está o motivo do sofrimento e também o único que, um dia a de fazê-la sorrir novamente, esperamos.
POV Thaís.
É sempre a mesma coisa, e quando acho que aquela memória horrível vai desaparecer, levo outro tapa na cara do mundo dizendo que errei ao dizer aquelas frias palavras. Eu senti meu coração gelar quando o vi virar de costas e subir aquelas escadas, não por tristeza de tê-lo perdido, mas sim, por sentir que me transformei em um verdadeiro monstro.
Aquele dia, aquele fatídico dia no hotel, eu e Murilo descíamos a escadas com raiva, o pesar de nossos pés faziam um barulho alto, e todos que o ouviram, junto aos nossos gritos, tiveram certeza que de lá sairia uma tragédia o que de fato aconteceu. Eu chamei-o de canalha, como pude? Murilo é um anjo e eu não enxerguei o presente que tinha, escorrer por meus dedos. Quando ele se virou e subiu as escadas com um ar de decepção, não adiantaram meus gritos, meu implorar de perdão.
Seu delicado e de vidro, coração, senti que, literalmente, o derrubei de minha mão.
Me ajoelhei, sem gritos, sem manifestações. Puis a mão no rosto e comecei a chorar. Se houvesse alguém que contasse as minhas salgadas lágrimas, poderiam com certeza encher uma piscina. Minha roupa se encharcou e a vergonha aumentou, vi flashs e risadas, homens com microfones na mão. Me levantei rápido e sai correndo entrei no carro e todos me perseguiram assim que consegui o manobrei e fui embora sem qualquer atenção.
Hoje, dia primeiro de novembro, posso ter ganhado até um novo apelido nas redes sociais, Mulher Combustão. Por quê? Por que o ser humano é ruim, viram minha tristeza e virei piada e esse apelido é porque, admito, ando sentimental e de pavio curto, não me irrite, não me julgue, não me incomode, não me atrapalhe, NÃO fale comigo. Exato, esse é o resultado da minha triste solidão.
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Além do Profissional.
RomanceEles vivem um romance na novela, mas será que esse grande amor poder ser real, sera que isso irá além do profissional? Thaís Melchior, mais nova tia Luísa, tem um casamento pouco agradável, vindo do Rio de Janeiro para o São Paulo, ela conhece pesso...