8. Cadáver ambulante

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Tenho tentando viver como se espera
que todos façam.
Eu levanto pela manhã,
faço o mesmo caminho do trabalho.
Sete dias por semana
sem descansar.
Mais um mês acabou,
então coloque o dinheiro na conta.

Depois, vêm a escola.
As mesmas paredes amarelas me recebem;
Os mesmos rostos me aguardam
e eu não consigo enxergá-los como antes.
Era tudo tão colorido
mas agora as cores têm se extinguido
e tento continuar mesmo sabendo a verdade.

Tenho tentando viver como se espera
que todos façam.
Sigo o roteiro
e em alguns momentos consigo.
Em outros,
nem faço idéia do que estou fazendo;
Apenas tento continuar improvisando os sorrisos.

Meus amigos se foram com o passar do tempo,
E os amores que juraram ser eternos não significam mais nada.
Crescendo e colecionando pessoas
com misturas de dores inexplicáveis.
Pela manhã o quarto ainda está bagunçado,
assim como minha mente,
ele vêm acumulando fracassos.
Crescer é desse jeito, mãe? Ou estou fazendo algo errado?

Tenho tentando viver como se espera
que todos façam.
O problema é que com cada tentativa
mais eu sinto o quanto não consigo,
E a cada amanhecer minhas energias
ainda não foram carregadas.

Tentando viver a vida
mas sem vida dentro de mim.

G. F.

O Caos Que Habita Em MimOnde histórias criam vida. Descubra agora