Olhando o pequeno menino em meu colo lembro-me de tudo que passei até aqui.
Sua feição me lembra mesmo minimamente, o garoto de olhos verdes que me ajudou gera-lo.
Nós éramos tão felizes juntos, tudo era perfeito, mas tudo acabou.
Flashback On
Ontem não me senti bem a tarde inteira e como eu não tinha aula na faculdade hoje, resolvi ir ao hospital que é onde eu estou agora.
Estou sentada na sala de espera à uma hora esperando eu ser chamada, na verdade eu já me consultei e o médico passou um exame de sangue o qual eu estou esperando ficar pronto. Eu estava lendo uma revista qualquer de moda, quando ouvi chamarem meu nome.
Coloquei-me de pé e segui a enfermeira até a sala que eu estava uma hora atrás, Dr. Johnson já estava com o envelope nas mãos, sentei-me na cadeira à sua frente encarando-o.
– Pronta para saber o que está acontecendo com você? – dr. Johnson pergunta e eu assinto vendo-o abrir o envelope lendo somente para si o conteúdo do papel que estava lá dentro – O que disse que estava sentindo?
– Cólica, dor de cabeça e vomitei algumas vezes. – falei tentando me lembrar de tudo
– Nem passa pela sua cabeça o que isso possa ser? – neguei o encarando – Esses são os sintomas óbvios de uma gravidez, por isso que eu pedi para que fizesse o exame.
– Gravidez? – perguntei assustada
– Sim senhorita Oliveira... Você está grávida!
Quando eu ouvi essa frase sair da boca dele, tudo ao meu redor começou a girar e imagens da noite em que eu e Harry esquecemos a camisinha vinham a minha cabeça.
Despedi-me do Dr. Johnson e sai de seu consultório ainda sem acreditar, não que eu não estivesse feliz, eu estou carregando o fruto do meu amor por Harry esse já é um motivo para eu estar radiante, só fui pega de surpresa.
Imagine eu, uma garota de dezenove anos esperando um filho de um garoto de vinte, isso não é o certo, mas o que está feito não pode se desfazer.
Já posso até nos imaginar correndo atrás da menina ou do menino quando ele aprendesse a andar, a nossa felicidade de escutá-lo dizer a primeira palavra, o aperto no peito quando tiver que deixá-lo na escola com Harry tendo que me segurar para eu não voltar e pega-lo colocando-o de volta no carro. Toda essa visão do futuro me fez sorrir largo enquanto eu saia do hospital a caminho de casa.
Peguei a chave do apartamento que meus pais me deram quando eu sai de casa e abri a porta, entrei no lugar onde eu tive momentos de risos e choros com Harry, a partir de agora teria mais um serzinho ocupando aquele espaço.
Sentei-me no sofá tirando o celular da bolsa e mandei uma mensagem para Harry.
"Amor, eu estou em casa e tenho uma noticia para te dar... Venha o mais rápido que puder, estou ansiosa para que você possa saber."
Logo recebi um "Tudo bem, você me deixou curioso." como resposta.
Vinte minutos depois Harry entrou porta adentro e sorriu ao me ver, eu ainda estava sentada no sofá só que agora acariciando a minha barriga.
Ele caminhou até mim e me deu um selinho demorado.
– Estou curioso o que tem a me dizer? – sentou-se ao meu lado
– Eu estou muito feliz, na verdade estou quase explodindo de alegria... – falei animado o encarando enquanto ele estava com cara de quem não estava entendendo nada – Eu estou grávida!
– O quê? – ele levantou
– Grávida, amor... Tem um bebê aqui dentro. – a cariciei a barriga ainda sem nenhum crescimento visível
– Disso eu sei, mas como isso foi acontecer? – ele passou as mãos por seu cabelo visivelmente nervoso
– Você não gostou da noticia, Harry? – meu sorriso desapareceu dando lugar ao nervosismo
– Como você quer que eu goste? Eu tenho vinte anos tenho muito que curtir antes de ser pai. – me encarou
– Você está rejeitando seu filho? – perguntei com lágrimas nos olhos – Está me rejeitando?
– Eu não posso carregar essa responsabilidade, me desculpe. – ele sentou-se apoiando os cotovelos nos joelhos com as mãos na cabeça
– E eu posso carregar essa responsabilidade sozinha?! – limpei minhas lágrimas – Esse é o significado do amor que você sempre disse que existia por mim?!
– Eu não estou dizendo que eu não te amo, só estou dizendo que não estou pronto para ser pai. – ele tentou me tocar, mas eu me esquivei.
– Eu não quero um amor que quando a pessoa mais precisa ele vira as costas, isso não é amor... Não é! – Limpei novamente as lágrimas que não parava de descer pelo meu rosto – Vai embora daqui com esse seu amor fajuto.
Abri a porta e Harry se levantou devagar passando pela mesma, antes de fechar a porta meu olhar encontrou-se com o dele e então eu bati a porta em sua cara.
Permiti meu corpo deslizar até o chão pensando no que seria de mim e do meu filho.
Flashback off
Os meses sem Harry foram realmente difíceis, comecei a ter pesadelos e sempre acordava no meio da noite chorando, meus pais me levaram para casa deles, eles ficaram com medo de acontecer algo comigo ou com o meu filho.
O apoio dos meus pais foi fundamental para eu superar e manter meu filho saudável, Harry ainda me faz falta e na hora do parto eu queria tanto que ele estivesse comigo.
– Filha, vocês já podem ir para casa. – disse minha mãe entrando no quarto – Você está pronta? – somente assenti
Levante-me da cama com o pequeno James no colo e segui com minha mãe para o corredor.
Ao sair no hospital pude ver meu pai nos esperando na porta do carro, sorri fraco para ele que retribuiu com um aceno com a cabeça.
Meus pais sabiam que eu não estava bem, ter James em meus braços me lembra daquele maldito dia e todos os planos fracassados que fiz quando descobrir que ia tê-lo.
Antes de entrar no carro, pude ver do outro lado da rua a figura de um homem de cabelos compridos que eu tenho certeza absoluta ser Harry. Ele nos encarava e eu sustentei seu olhar até vê-lo abaixar a cabeça.
Entrei no carro e meus pais fizeram o mesmo, me pai deu partida e eu continuei olhando Harry até que ele desaparecesse.
Era muito tarde para um possível arrependimento, eu não aceitaria ele de volta... Nunca mais.
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Gravida
FanfictionOlhando o pequeno menino em meu colo lembro-me de tudo que passei até aqui. Sua feição me lembra mesmo minimamente, o garoto de olhos verdes que me ajudou gera-lo. Nós éramos tão felizes juntos, tudo era perfeito, mas tudo acabou.