Nem todos os impérios se consolidam sem um grande segredo e Laiza Hoffe sabe muito bem disso. Tanto que daria o seu tudo para que ele permanecesse guardado, a fim de evitar um sonoro efeito dominó.
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Sabia que iria acabar o encontrando, mas não esperava que isso fosse acontecer na casa de Julian. E Giovani agora me encarava severamente como se tivesse o direito de expressar sentimentos sobre o meu comportamento.
'' Algumas coisas não mudam. '' — ele um dia fora um homem bem ciumento, mas nunca o deixara interferir em minhas ações e rotina por conta disso. Porque toda mulher precisa impor limites ou deixará de existir por causa de um relacionamento.
— Lo Celso. O que faz em minha casa? — Julian não se dignou a cumprimentá-lo e temi que perdesse as estribeiras para partir a uma agressão ali mesmo.
Não que o meu ''Cherno-ex'' não estivesse merecendo, mas eu não queria um escândalo por algo que não valia a pena.
(Nota da autora: Usar o termo '' cherno'' para algo é uma alusão ao toxico acidente radioativo de 1986 em Chernobil que até hoje choca as pessoas. Meu Deus! Estou tiazona mesmo. Nasci nesse ano. Berro! rsrsrs)
— Não pude deixar de vir pessoalmente para lhe dizer que pretendo brigar pela compra do vinhedo em Provance. E estava disposto até a negociar a sua desistência, mas acabo de mudar de ideia porque seria algo impensado de minha parte subestimá-lo tanto depois de tantos anos de amizade. — ouvir aquilo quase me fez rir.
Giovani estava louco se achava que teria perdão apenas por retornar e recomeçar tudo novamente como se nada tivesse acontecido. E agora o analisando de tão perto, eu estava mais do que ciente de que todo aquele amor que um dia nutri por ele já não existia mais.
Só restavam desprezos e velhas lembranças desgastadas que pouco significariam algo em dadas as circunstâncias.
'' A vida é mesmo engraçada. '' — achei que nunca o superaria e agora apenas queria vê-lo pelas costas.
— É estranho ouvi-lo se referindo a uma amizade que só existiu de minha parte, pois não fui eu quem largou a minha ''futura esposa'' em meio a própria cerimônia de casamento para ir buscar a noiva de alguém na porta de uma igreja e sumir do mapa junto dela. — Julian riu respingando ironia e o outro manteve a expressão arrogante de quem não estava dando importância a isso.
— Nunca planejei que as coisas acabassem daquela forma e admito o meu erro, mas tive meus motivos para tanto. O que não cabe a mim dizer agora, pois Nic é quem precisa revelá-los a você. Porque pretendo conversar em particular com a Lai. — explicou calmamente que ele e aquela vagabunda tinham coisas a dizer.
'' O que mais falta para ele ser mais absurdo? '' — aquilo era inacreditável.
— Giovani, eu já superei o que aconteceu e segui em frente o suficiente para não ter o interesse em saber dos seus motivos. E já que estamos frente a frente, eu só espero que mude de calçada quando me vir porque não desejo qualquer vínculo com a sua pessoa ou a de Monic. Vocês jamais serão dignos de confiança e agora não passam de estranhos para mim. — fui o mais realista possível e os olhos azuis acinzentados dele brilharam com o tapa verbal.
