Chuva Pesada

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      Sangue no chão e nas paredes, louça quebrada, e um pequeno feixe de luz vindo de uma vela quase no fim, a chuva la fora parecia carregar montanhas, e fazer curvas em rios. Deitado em destroços estava um homem, com suas roupas rasgadas e ferimentos superficiais, notáveis resultados de uma luta. Ele aparentava ter pouco mais de 30 anos, robusto, alto cabelos longos aos ombros e negros como fuligem. Era grande como um urso, e sua força  provavelmente se equivalia a de um. O homem desperta e com pouco esforço  se levanta dos destroços.
— Minha cabeça!- murmurava com dor- minha casa... esta destruída! Maldito seja o rei e seus soldados bastardos!- gritou em fúria.
       Indo em direção a oque havia sobrado de sua cozinha, ele se lamentava - e ainda me levaram a carne e o vinho.- Ele abre o armário procurando por algo.
      — O dente de Dragão?- assustou-se- Malditos soldados mercenários, seus pilantras!
      Um ruído estranho seguido de um gemido vem do quarto ao lado. O homem apanha um pedaço de madeira dos destroços e a vela, e vai ao quarto ao lado para verificar o gemido. O quarto estava aparentemente vazio, literalmente, seus moveis foram levados, mas algo ficou para trás. O homem se aproxima de vagar e com a madeira ele cutuca oque parecia um corpo de uma jovem, e ela emite um gemido idêntico ao ouvido antes. O homem apoia a vela no chão e se abaixa para checar o estado da garota. Ele a coloca virada para cima e analisa seus ferimentos, logo em seguida ele dá um sorriso debochado e diz:
      — Devo estar ficando louco mesmo, impossível estar viva com uma espada atravessada em seu peito! - ele sente um pequeno alivio- Mas quem diabos e você ? Com essas roupas só poder ser uma camponesa, mas ainda estou curioso para saber como entrou aqui, e também saber oque aconteceu aqui.
        Sentado no chão, ele tenta se lembrar, mas nao se recorda de nada além de soldados em sua casa, não  se lembrava do porque estarem ali, ou do pôr que fizeram aquilo com ele e sua casa. De repente um nome vem a sua cabeça, e antes de qualquer outra reação ele grita:
     — Ray. - se assustou - Quem é  Ray? - ficou repetindo o nome em voz baixa tentando sem lembrar de algo a mais, quando escuta mais um gemido.
      A garota qua estava morta do outro lado do cômodo, se encontrava agora de pé. O homem sem pensar muito tenta dizer algo:
     — Ei, você esta bem ? - a garota rosna para o homem- Mas que...- Ele dá uma pausa para raciocinar- que coisa é você ?
A garota com um olhar distante e uma espada no peito  corre em direção ao homem, que se levanta e corre para fora do cômodo e fecha a porta e a segura. O homem olha ao redor procurando por algo para  travar a porta, segurando a porta ele sente uma pancada absurdamente forte, forte demais para ser uma garota normal, era forte demais ate mesmo para um soldado, "Mas que diabos" dizia sem parar, pensou em correr mas seu estado não o deixaria ir muito longe, enfrenta -la seria idiotice, afinal havia uma espada atravessada em seu peito que não parecia inconoda-la. As pancadas estavam cada vez mais fortes, ele já nao estava mais aguentando segurar, seus braços já estavam sem forças, suor escorria pelo seu rosto como águas de uma cascata. " Não posso me render!" Dizia pra si mesmo, "Eu não sou um homem fraco!" Pensava consigo, "Não morrerei, não hoje, não  na minha casa!". Gritou com ódio na voz já quase rouca.
     — Escute garota- falava com certo deboche- não tinha nada contra  você, mas está  me obrigando a tomar atitudes severas- debochou novamente.
       O homem da dois passos para trás  esperando a porta se abrir, mas para sua surpresa às pancadas pararam. Um tanto desconfiado o homem rasga  trapo da camisa e a enrola na mão, caminha até a porta de vagar e se prepara para abrir. Com cautela ele abre a porta, a garota estava para a uns 2 metros da porta, e o fitava com olhos famintos, ele sem pensar duas vezes se prepara para atacar, a garota e menos de um segundo já estava indo em sua direção. Em sua boca ela exibia dentes enormes 3 afiados, prontos para lhe abocanhar um pedaço. O homem desfere  soco no maxilar da jovem, o deslocando do lugar, ela grita de ódio e seus olhos pareciam pegar fogo, com apenas um movimento ela o joga para o outro cômodo da casa, fazendo- o atravessar a parede. Novamente caído em meio a destroços, o homem se levanta e se prepara novamente para enfrentar oque agora já nao se parecia mais com uma garota.
      — Preciso de algo melhor pra te enfrentar , não é  garota?- pergunta ele ironicamente.- Mas oque ?
Ele passa a mão no pescoço  pra se limpar do suor e sente algo, seu cordão, um velho amuleto de prata, já nao tão bonito. O amuleto mais se parecia com um canino gigante, pouco maior que a palma de sua mão.
    —Bom, isso deve me ajudar, ou piorar as coisas. - sorri novamente- meu pai dizia que arrancou isso de uma estatua de Dragão  na capital, é  hora de fazer uso do presente do papai.
Ele enrola o cordão na mão de forma que a "ponta" fique  virada para baixo. A garota corre em sua direção  e novamente joga longe, para fora da casa desta vez, a chuva era pesada, cada gota pesava, a garota voou para cima do homem caído no chão, o homem segura seu pescoço  e a alinha-la com o amuleto na lateral da cabeça e a empurra para trás. A garota,ou criatura, gritava de dor, parecia estar tonta. O homem lhe desfere outro soco, desta vez entre os olhos, que a faz cair no chão. Então o homem vê a oportunidade, ele pega a espada de seu peito, e decapita.
      — Quem rosna agora? Seu saco de ossos.- ria o Homem.
A cabeça da garota contínua a gemer e a rosnar.
       — Mas que porcaria que vc é  ?- o homem pisa na cabeça a esmagando e a finalizando de vez.
       — Agora sim. - ele ajunta o amuleto e o pie no bolso.- Agora veremos oque você tem nos seus bolsos.
   No cadáver ele encontra algumas moedas de ouro, e uma carta.
        — Agora oque farei com minha casa ?
     

    

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