Jamaal Igwe
Era um dia de sábado, e Jamaal se preparava para sair. Não para o trabalho, como de costume, mas sim para uma festa. Hoje ocorreria a festa de aniversário de seu querido amigo e irmão de coração, Ekom, que além de lhe apoiar nos estudos, ajudou a Jamaal financeiramente inúmeras vezes. Naquele dia, porém, o homem não estava tão feliz quanto nas vezes em que essa data chegou, ele estava pensativo e preocupado. Está manhã, quando resolveu dar uma passadinha em sua empresa para se certificar de que nada o atrapalharia na reunião que ocorrerá, ele foi surpreendido com uma reunião de emergência. O assunto era o mesmo de sempre: as notícias polêmicas sobre a vida do empresário, que era tão famoso quanto os atores de Hollywood. Na noite de sexta-feira um popular programa televisivo, teve como principal assunto os relacionamentos de Jamaal, e para provar seus argumentos contra ele, demonstrou uma foto do mesmo com uma de suas antigas namoradas. Isso deixou seus sócios um pouco preocupados com a imagem que poderia ser refletida na empresa. A grande parte deles eram casados e tinham filhos já grandes que logo se formariam na faculdade, por isso possuíam um pensamento um pouco antiquado e se incomodavam com o estado civil do homem. Algumas batidas leves em sua porta fizeram com que ele voltasse do mundo do dos pensamentos, e se virasse para a porta. Era sua mãe, Akya, querendo verificar se Jamaal já estava pronto.
- Já. - Ele ajeitou sua gravata tentando deixá-la o mais reta possível, e olhou-se no espelho pela última vez antes de, vestir o seu paletó preto que dava um toque final em sua roupa.
Se virou e sua mãe já não estava mais lá, ele só voltou a vê-la quando desceu para o saguão, encontrando no local também, sua família reunida e pronta a confraternização. Ele beijou sua avó que se encontrava sentada em uma poltrona, e deu uma olhada no relógio para conferir as horas.
- Você está linda, vó' - Jamaal sorriu para a idosa que trajava um vestido com rendas douradas.
- Ah, obrigada! - Dona Dalila, um pouco constrangida, manteve o sorriso que se formou pelo elogio por mais alguns segundos e acariciou o rosto do neto.
Eles esperaram sua mãe terminar de ajeitar a gravata de Fynn, o irmão mais novo de Jamaal. O garoto reclamava e tentava se desviar da mãe, que recomeçava o "trabalho" todo de novo, mas finalmente, depois de quase 10 minutos Fynn deixou que sua mãe endireita-se a peça e então eles partiram.
O caminho até a casa do amigo foi tranquilo para a família Igwe. Todos estavam em silêncio, mas não em um silêncio constrangedor, era um que exalava paz e tranquilidade. Porém, Jamaal não estava tão tranquilo assim, durante aquele trajeto tudo que conseguia pensar era naquela reunião. Ele não poderia simplesmente negar o pedido de seus sócios, pois além de estarem certos em suas preocupações, eles poderiam levar a empresa á falência.
- Está tudo bem querido? Parece um pouco perturbado. - Akya, percebendo a aflição do filho, perguntou, virando-se para ele.
- Não, estou bem mãe. - Deu o seu melhor sorriso e parou o carro que já se encontrava estacionado em frente a casa.
- Fynn, se comporte, nada de esconder aperitivos no bolso da calça e seja educado com os outros - Olhou para o filho sentado no banco de trás com uma expressão autoritária.
- E quando que eu fiz essas coisas!? - Exclamou indignado, embora bem no fundo, ele soubesse que às vezes, quase sempre, ele fazia exatamente o que a mãe disse e tinha a intenção de fazê-lo novamente, está noite.
- Está avisado mocinho. - Ela não respondeu sua pergunta e apenas abriu a porta do carro, saindo do mesmo.
Jamaal também desceu do automóvel, e logo foi ajudar sua avó, que já era bem afetada pela idade e tinha certas dificuldades em se locomover. A idosa segurou nos braços do homem e andou com ele pela trilha de pedras polidas, até o local onde a festa ocorreria.
O homem vasculhou o local, vendo não só a decoração em tons pastéis, mas também seu amigo junto de sua esposa, não muito distante de onde se encontrava. O mesmo foi até Ekom e o cumprimentou com um abraço.
- É muito bom revê-lo, Jamaal. - Sorriu dando leves batidinhas nas costas do homem. No fim do pequeno abraço se virou para a família de Jamaal e os saudou com apertos de mão. - Fico feliz com sua presença e a de sua família aqui, nada seria o mesmo sem vocês.
- Realmente. - Concordou Nya, a esposa de Ekom, com um sorriso amigável no rosto.
Eles conversaram por mais um tempo, perguntaram algumas coisas de seus parentes ausentes e em pouco tempo depois o grupo se dissipou, permanecendo ali, apenas os dois amigos.
- Não é de intenção lhe monopolizar, mas uma coisa me intriga e por mais que eu possa parecer um pouco incoveniente, perguntarei mesmo assim - Disse o homem, que já possuía alguns fios grisalhos, chamando a atenção do amigo.
- Diga. O que é? - Jamaal bebeu um gole do champanhe que tinha adquirido a alguns instantes.
- Na noite passada eu assistia á televisão, enquanto aguardava a chegada de minha esposa em nosso quarto, e não pude deixar de saber sobre as últimas "notícias" que a mídia anda divulgando a seu respeito. - Jamaal ficou um pouco tenso mas não transpareceu e o amigo continuou. - E enquanto ouvia aquelas barbaridades, não conseguor conter uma preocupação que sobrevoou minha mente. Seus sócios disseram algo a respeito?
- Sim, infelizmente. - Suspirou, pesadamente, enquanto procurava palavras para descrever a cena de horas mais cedo. - Fui até a empresa está manhã para ver se tudo estava correndo bem, e fui pego de surpresa com uma reunião de emergência. Eles acham que os últimos acontecimentos podem abalar a imagem da empresa.
- Detesto dizer isso, meu amigo, mas receio que estejam certos. - Ekom acompanhou o suspiro do amigo. - Mas, pensaram em algo para melhorar essa terrível situação?
- Na verdade sim, mas a considero impossível. - Olhou para o amigo que arqueou as sombrancelhas, demonstrando curiosidade e interesse. - Eles sugeriram um casamento.
- E... - Ekom foi interrompido por uma jovem morena que o abraçou - Jamaal, recordasse da minha filha?
O homem nada disse, estava ocupado demais admirando a beleza da jovem mulher. Ela possuía cabelos grandes e encaracolados que tinham um tom chocolate; sua pele morena era lisa e não possuía nenhuma marca sequer. Seus olhos eram impossíveis de serem descritos e por um longo tempo Jamaal os encarou.
- Ah... Já nos vimos uma vez, ano passado eu, acho. - Finalmente, ele foi capaz de assimilar e reunir palavras, o que não era possível a minutos atrás.
- Sim, mas não fomos apresentados. - A morena sorriu e antes que estendesse sua mão para um cumprimento formal, ela disse: - Diana Okoye.
- Jamaal Igwe - suas mãos encostaram-se nas dele e um choque elétrico ocorreu em razão do toque de suas mãos. - É um enorme prazer conhecê-la, senhorita Okoye.
- Igualmente, senhor Igwe.
🐣
Foi isso por hoje. Me esforçarei
para tentar cumprir os prazos e
postar toda semana, mas tenho
certeza de que não será difícil
fazê-lo, pois o estou adorando
escrever esse livro para vocês!Beijos, tenham uma boa semana!
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A COR DO PAPEL - ROMANCE AFRO-DESCENDENTE
RomantikEM ANDAMENTO 5° - #Afro Diana Okoye sempre teve personalidade forte. Apesar de ter nascido em berço de ouro, ela foi ensinada a respeitar os outros e suas diferenças, independentemente de quem for, de sua classe social ou da cor de sua pele...