EM ANDAMENTO
5° - #Afro
Diana Okoye sempre teve personalidade forte. Apesar de ter nascido em berço de ouro, ela foi ensinada a respeitar os outros e suas diferenças, independentemente de quem for, de sua classe social ou da cor de sua pele...
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Diana Okoye:
No domingo, ocorreu uma segunda festa, essa entretanto, era mais íntima e informal, apenas para os amigos íntimos e a família. Diana caminhou até sua penteadeira para pegar o par de brincos que usaria naquele dia, mas enquanto os colocava, ela não pode deixar de ver, pela janela de seu quarto, o amigo de seu pai junto de mais outras duas pessoas, um garoto e uma mulher. Observando a cena, viu seu pai o cumprimentar com um aperto de mão e um abraço, eles conversavam animadamente e logo Ekom os convidou para entrar.
A jovem não estava com pressa para se juntar aos outros, então ficou em seu quarto por alguns minutos, vendo alguns álbuns de família. Enquanto admirava tudo com um sorriso no rosto, mas uma foto em especial fez com que o sorriso dela se abrisse mais ainda. Nesta, Diana estava sentada com sua irmãzinha mais nova no colo, no dia em que ela foi adotada. Lembrou-se de como tudo ocorrerá e, embora quisesse descrever esse dia como alegre para a família, a única descrição verdadeira é como um dia triste, de muitas lágrimas. Rachel, era filha do tio paterno de Diana e foi morar com a família no dia do velório de seu pai. Ela tinha 6 mês, apenas, enquanto Diana já estava a caminho dos seus 5 anos.
Suspirou, tentando afastar a onda de pensamentos tristes que surgia nos horizontes de sua mente, e imaginou que este seria o momento perfeito para sua aparição na área da piscina. Desceu as escadas lentamente, sem nenhuma pressa, e logo sentiu os seus pés encostarem no piso frio de mármore que cobria toda a área da piscina e seus arredores. Sentou-se em uma espreguiçadeira e ficou observando algumas crianças brincarem na água. Era imenso o desejo que ela tinha de ter sua irmã por perto, para que ela pudesse lhe tirar do tédio e da "solidão", porém a mesma se encontrava em Páris em algumas férias rápidas, antes de sua entrada na faculdade. Faculdade. O sonho mais correto e imputável de Diana. Ela sempre sonhou com isso, mas depois de alguns problemas de saúde que seu pai tivera, não conseguiu mais pensar em partir.
Seu olhar desviou-se para a esquerda e a mesma pode observar seu pai e Jamaal conversando. Eles pareciam estar bem animados e, ao contrário da vez em que os viu dialogar na festa, eles sorriam. Diana não conseguiu segurar sua inquietação quando deu-se conta de que o homem a olhava de uma maneira não convencional. Era estranho e ela nunca tinha recebido um similar a este. Felizmente, ou infelizmente, Jamaal desviou seus olhos dos dela e disse alguma coisa para seu pai. Este algo parecia ser bem particular já que ambos se levantaram e foram para dentro. Apesar de curiosa Diana tentou afastar pensamentos do tipo, e resolveu sentar-se na beira da piscina para molhar seus pés.
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A noite chegou e com ela, ventos fortes. O frio obrigou os convidados a migrarem para o salão de festas, que continham mesas e espaço suficiente para crianças brincarem. Diana foi para seu quarto, tomou uma ducha e procurou uma roupa quente para que pudesse passar as próximas horas confortável. Enquanto vestia a calça jeans escolhida pela própria, ela recordou-se dos momentos anteriores, quando seu pai e Jamaal voltaram para a festa. Eles olharam para Diana com uma expressão não muito amigável, e ambos pareciam raivosos e estressados. Isso fez com que o corpo dela estremece-se de medo e preocupação, neste momento ela começou a pensar no que ela poderia ter feito para deixá-los assim, mas nada veio a sua mente, então ela resolveu ignorar. Quando saiu os homens se iniciaram uma conversa, mas pareciam desconfortáveis.
Ela se levantou depois de amarrar seus tênis, e após dar uma ajeitada em seus cachos rebeldes, foi em direção ao espaço da festa. O vento fazia com que ela sentisse mais frio ainda então, para aliviar essa sensação, puxava seu casaco estampado para mais perto de seu corpo, até que finalmente chegou ao local quente.
Procurou com os olhos, sua mãe, e consequentemente viu que os dois amigos a observavam novamente. Aquela situação a incomodava, mas a mesma tinha vergonha de dizer algo a eles, e indagar o motivo pelo qual eles a olhavam tão intensamente e desconfortavelmente. Ao encontrar sua mãe, ela caminhou até ela e as duas começaram a dialogar sobre os episódios que ocorreram mais cedo.
- Hum, pode ir me contando. - Nua colocou as mãos em sua cintura e encarou a filha de maneira ameaçadora. - O que aconteceu?
- Não aconteceu nada, mãe - a garota a olhou tentando parecer o mais convincente possível para que sua mãe acreditasse em sua afirmação. Porém, ela não abandonou a postura, e ao contrário disso a reforçou cruzando os braços. - Tá, eu conto. O papai está me olhando de forma estranha desde hoje a tarde, quando ele e o seu amigo foram conversar.
- É, eu percebi isso também - fixou o seu olhar no marido que ao perceber a observação da esposa, rapidamente dirigiu seu olhar para outro lado. - Ele deve estar aprontando algo. Quer que eu fale com ele?
- Não. Não precisa, mãe. Ele vai nos contar quando estiver preparado. - Diana também olhou para o pai de um jeito desconfiado.
Elas mudaram de assunto com o tempo, e poucas horas mais tarde o jantar foi servido. Ambas sentaram-se em uma mesa perto da janela, observando a chuva que acabará de se iniciar. Era uma chuva calma, e está não estava muito violenta, eram poucos os trovões e relâmpagos. Enquanto estavam distraídas conversando e comentando sobre o clima, elas não perceberam a aproximação de dois homens.
- Podemos nos sentar com vocês? - Embora a voz de Ekom estar consideravelmente normal, ele ainda mantinha uma expressão peculiar.
- Claro, amor, sente-se. - A mulher se virou para o marido e sorriu gentilmente para ele que lhe deu um leve beijo. - O que tanto vocês conversavam?
- Nada de extrema importância. Falamos apenas de negócios. - Disse simples, colocando um guardanapo em seu colo.
Dois garçons os serviram-lhes de um prato que continha carne, legumes e um pouco de purê. Os copos do grupo foram cheios com uma bebida escura, vinho.
- Jamaal, onde estão sua mãe e seu irmão? Já foram? - Nya levou o garfo até os seus lábios e logo sentiu o gosto do bife invadir sua boca.
- Já sim. - Levou sua mão até a taça de vidro e bebeu um pouco de vinho. - Fynn não estava se sentindo muito bem.
- Que pena. — Limpou os cantos de sua boca com o pano branco, antes depositado em seu colo. — Desejo melhoras a ele!
Jamaal a agradeceu, e o jantar continuou sem muita conversa. Os sons dos garfos se chocando nos pratos de porcelana e a sons projetados pela chuva eram ouvidos. Assim seguiu-se até o início da sobremesa.
— Amo bolo de chocolate. — Disse Diana após levar um pedaço de bolo de chocolate com cobertura de morango até os lábios. — Com certeza vai ser esse o sabor do meu bolo de casamento.
Grande foi o susto de Ekom ao ouvir a palavra casamento. Foi tão grande que ele engasgou-se com o pequeno pedaço que continha em sua boca.
— Desculpe. — Logo sentiu um líquido transparente descer sobre sua garganta.
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É isso, por hora. Logo trarei mais um capítulo para vocês!
