Enquanto caminhavam pela cidade debaixo da chuva Enzo, Zimá viram que o motociclista ao tirar o capacete, era uma mulher.
– E você está bem moça? – Pergunta Enzo.
– Sim, e muito obrigada moço, se não fosse vocês eu acho que teria ido. – Responde a jovem de cabelos curtos raspados de lado, repleta de tatuagens na cabeça, uma jovem negra certamente vinda da capital, dada a quantidade de implementos espalhados por sua cabeça, ela respirava ofegante porque estava ainda muito abalada pelo o que havia vivido, caminhavam debaixo da chuva forte, removendo as coisas do caminho das ambulâncias caso viessem e prontamente são ajudados por outros cidadãos que sabiam o que deveriam fazer nestas situações. Buscar atender e ajudar a quem precisasse o mais rápido possível, caso encontrassem feridos, deveriam sinalizar as autoridades usando os canais de emergência, onde os hospitais fariam sua triagem antes mesmo de chegar aos locais.
– Sua moto foi moída, você viu? –
– Sério? Nem vi ... – Ela suspira com muito pesar. – ... nem paguei ela, ainda bem que o seguro vai me mandar outra e ... – A moça se senta no chão de uma escada de uma padaria que reabria suas portas reforçadas, ela se livra das luvas e deixa o capacete no chão, a cada momento com mais dificuldade.
– Tem certeza que você está bem moça?! – Zimá fica preocupado com ela, pois começara a tremer e ficar muito pálida, com olhos mareados.
– Sim, eu só estou meio sem fôlego. – A luz na padaria volta e eles podem ver enquanto ela tira sua jaqueta que um pedaço de telha havia fincado em suas costelas, e o ferimento não sangrava, e ela pareceu não ter percebido.
– Moça! Olhe para mim, se acalme e não olhe para baixo, apenas me obedeça que vai dar tudo certo. – Como era de se esperar, a primeira coisa que a mulher tenta fazer é olhar para onde Enzo pediu para ela não olhar.
Zimá segura a cabeça dela sinalizando que era melhor, ele acalmava-a com os olhos, ele enrola a jaqueta dela a apoia sua cabeça não permitindo-a desobedecer a seu pai. Enzo estica as penas da moça e pede seu celular com seu filho.
– Seu celular deve ter ficado no carro. – Mas logo o jovem, pensa em ligar para a emergência e seu celular já faz a ligação, ele imagina que deveriam estar muito ocupados pois demorou quase 15 segundos para ser atendido.
Uma inteligência artificial automatizada começa a falar com ele.
– Já estamos com sua posição marcada, e 3 ambulâncias já estão a caminho com outras mais sendo preparadas, por favor Deusimar, coloque sua mão direita sobre qualquer parte do corpo do paciente com cuidado e aguarde alguns momentos para que eu faça o diagnóstico. – Poucos segundos depois ela volta a falar. – A paciente Eliza foi considerada prioridade, e posta próxima ao topo da lista, tente acalmá-la e não a movimente desnecessariamente, apenas em casos de risco imediato a vida.
O ambiente que ela se encontra é seguro, certifique-se de ficar próximo a ela para que os paramédicos possam levá-la para a cirurgia. O tempo estimado para a chegada do socorro é de – Após alguns segundos de silêncio a inteligência artificial responde. – Dois minutos.
Obrigado por utilizar nossos serviços. – E a ligação é encerrada.
– Quanto tempo eles vão demorar filho? –
– Para chegar aqui? Uns dois minutos! –
– Isso tudo? – Exclama o preocupado pescador.
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Sirene
HorrorZimá é um jovem pescador no litoral brasileiro vive com seu pai sobrevivendo as mudanças causadas pelo homem em seu ambiente. Sua vida corriqueira tem origens e cicatrizes muito mais profundas que o abismo submarino, com uma importância muito maior...