Bethany ainda não conseguia acreditar no que estava vendo, a mesma não via um espirito a anos e agora estava cara a cara com Anthony, o garoto a olhava sorrindo, ignorando o fato de ser um fantasma e estar de frente com a garota.
— Quem morreu foi eu mas você que está pálida que nem um fantasma!
Anthony diz em meio sorriso, esperando uma resposta da garota que ainda o encarava sem reação. Demorou um pouco para que Bethany acordasse do transe e desse conta de que seu colega estava ali parado na sua frente, em sua forma espirita.
— Anthony! — Falou enquanto seus olhos se arregalavam-se. — Não acredito, é você!
— Sou eu! — Afirmou o garoto. — Em alma e tudo mais.
— Ainda não acredito no que estou vendo... — Soltou um riso nasalado. — Espera...
Anthony a olhou confuso, a garota leva sua mão até seu outro braço e se belisca, soltando um grito fino de dor em seguida; — É, eu estou acordada. — Diz afirmando sua teoria.
— Você é maluca! — Ele riu. — Mas vem cá, agora que eu te encontrei finalmente posso te cobrar aquela coisa que você estava me devendo.
— É o que? — Suas sobrancelhas se ergueram. — Que coisa que eu estou te devendo?
— Lembra que ano passado você disse assim pra mim, "Obrigada por me ajudar com o seu amigo..."
— Nem vale mais essa dívida. — Cortou o garoto, que faz um biquinho em sinal de confusão. — Ele era macho escroto.
— Mas de qualquer jeito, e por favor não me interrompa viu? — Ele revirou os olhos, voltando a falar. — "Obrigada por me ajudar com o seu amigo, estou de devendo essa." — Fez uma pausa e a olhou com um sorriso convencido. — Eu voltei pra cobrar essa dívida.
— Tá legal, qual seria essa dívida? — Perguntou desconfiada, sabia que quando vivo Anthony era bem... Cabeça oca, e viu que até mesmo morto ele continuava sendo o mesmo de antes. — Quer que eu mande uma mensagem para a sua namoradinha?
— Awn, seria muito fofo da sua parte sabia? Aposto que ela deve estar chorando horrores sentindo minha falta!
— E está... — Murmurou pra si mesma enquanto desviava o olhar.
Ouviu o garoto limpar sua garganta e voltou a olha-lo, ainda não havia se acostumado com sua aparência fantasmagórica. Ele estava com as roupas que usará no dia do assassinato, sua blusa estava bem manchada de sangue e havia três furos na frente, tinha uma parte do rosto roxo e levemente manchado com seu próprio sangue. Bethany engoliu sua própria saliva e sentiu pena do garoto, provavelmente havia sentido muita dor durante o ataque.
— Como eu ia dizendo... — Continuou. — Sobre a dívida, eu ficaria eternamente grato se...
Anthony estava próximo de terminar a frase quando Bethany ouviu alguém bater na porta de seu quarto. A garota se virou e viu sua mãe olhando para o quarto, desconfiada de ter ouvido algo, a mais velha olhava pelo cômodo procurando algo e seus olhos pararam na filha.
— Com quem estava falando? — Perguntou curiosa. — Por favor não me diz que tem um menino escondido aqui, o seu pai vai ficar maluco.
— Mãe! — Sentiu suas bochechas esquentarem, querendo ou não, tinha um garoto ali sim, um garoto morto, na verdade o espirito de um garoto. — O que faz aqui?
— Ouvi você falar sozinha... — Hesitou um pouco. — E senti uma presença, fiquei preocupada e vim averiguar.
— Está tudo bem aqui mãe. — Diz tentando convencer a mãe e acalma-la. — É a idade sabe? Você deveria ir no médico ver isso...
— Ai! Olha como fala comigo! — Os olhos da mais velha se arregalaram ao ouvir o que a filha havia dito. — Eu mesma vou te caçar num tanque agora!
A mãe foi em direção a filha e a abraça forte, fazendo a menor rir da atitude da mãe, pelo menos agora não iriam mais falar sobre essa tal presença que a mãe sentira.
Mas mesmo assim, Bethany tinha total certeza de qual presença era essa que a mãe sentira.Após um bom aproveitado jantar e uma conversa que não podia faltar após a refeição, Bethany se permitiu voltar para seu quarto. A garota ao abrir a porta do quarto se assusta com a figura de Anthony deitado em sua cama, olhando para o teto.
Havia se esquecido completamente dele.— Sua mãe cozinha muito bem, Beth! — Ela revirou os olhos enquanto entrava em seu quarto e fechada a porta atrás de si. — Uma pena eu não poder ir lá embaixo e espiar o que estava comendo.
— Era costelinha de porco, uma delícia. — Lançou lhe um sorriso de lado, ignorando a cara fechada que Anthony fez. — E por que você não desceu?
— Se eu descesse sua mãe iria me ver ué. — Respondeu num tom de obviedade. — Quase morri quando ela entrou aqui!
— Mas você... — Decidiu não terminar a frase.
— E ela iria estragar tudo, não deixaria você pagar o que me deve. — O garoto por fim se levanta da cama da garota e se senta no colchão, olhando-a com um sorriso.
— Se ela não deixaria então é algo perigoso. — Respirou e suspirou por alguns segundos. — Eu nego.
— Mas você não pode! — Protestou se levantando e indo até ela. — Não pode! Você jurou! Disse que ficaria me devendo.
— Mas eu te prometi isso enquanto tu estava vivo, não morto. — Cruzou os braços e tombou a cintura pro lado.
— Você nem ouviu o que eu tenho pra te pedir.
Bethany abre a boca pra responde-lo mas a fecha em seguida, de fato, não havia escutado seu pedido. Ele simplesmente poderia pedir gentilmente para que ela mandasse uma mensagem a sua família e amigos, ou até mesmo doar algo dele pra uma caridade, não precisava se precipitar não é?
— Tudo bem. — Deu-se por vencida, passando por ele e indo até sua cama, se sentando. — Desembucha.
— Obrigada. — Ele suspirou aliviado.
Eles ficaram se encarando por alguns minutos, nenhuma alma viva – ou morta – fala nada, dando pra ouvir a televisão vindo da sala. Bethany esperava ansiosa pelo pedido e Anthony a olhava nervoso, suas mãos tremiam e seus lábios estavam franzidos. Antes que a morena tivesse a chance de apressa-lo o garoto por fim fala, impactando a garota.
— Preciso da sua ajuda pra descobrir quem me matou!
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Quem Matou Anthony Grinnell? [PAUSADA]
Mystery / ThrillerBethany tinha um dom que fazia questão de afasta-lo a todo custo, contudo ela fazia de tudo para viver sua vida da forma mais normal possível, tinha amigos, uma família compreensiva e fazia questão de não expor seu dom. Mas tudo isso muda, quando de...