mais um capítulo... eu demorei um pouquinho, mas aqui estou, espero que gostem (carinha feliz)... beijinhos e boa leitura
Quando Louis acordou, a primeira coisa que sentiu foi uma pontada de dor na parte de trás da cabeça e toque áspero do pequeno curativo preso ao seu couro cabeludo. A segunda coisa foi o tamanho assombro grande e desconhecida sala onde se achava.
Deitado naquele enorme divã, não se podia ver muito daquele cômodo, porém o pouco que viu, com toda certeza, o havia deixado encabulado, se perguntando que lugar era aquele.
Não que não soubesse de fato que lugar era aquele. Ele desconfiava que ali fosse o interior da casa n°28, mas nada daquilo fazia sentido. Não havia teias de aranha nos cantos das paredes ou no teto, nenhuma poeirinha a vista, nada de móveis velhos quebrados e sequer cheiro de mofo, muito pelo contrário, era a casa mais limpa e organizada que já tinha tido a honra de entrar, todo o ambiente era iluminado pelas chamas tremulas de uma lareira bem aconchegante, os móveis combinavam entre si num tom sofisticado de marrom amadeirado, acrescentando um visual retrô de muito bom gosto, prateleiras abarrotadas de livros e tapetes felpudos no chão. O contraste era tamanho entre a parte de dentro e a parte de fora que dava um novo significado à palavra "fachada".
- Vejo que já acordou – a voz tímida, que outrora havia o expulsado da propriedade, se pronunciou, anunciando a entrada de um homem alto de cabelos castanhos sedosos na sala com uma bandeja nas mãos.
- Dr. Styles? – perguntou maravilhado ao reconhecer os olhos verdes esmeralda que o atenderam quando estava à porta – Você com certeza não é um velho com o rosto todo deformado de quem ouvi falar...
- Fico feliz de não atender suas expectativas – falou baixinho desviando o olhar para a bandeja, de onde tirou uma lanterninha prateada e apontou a luz para os olhos azuis do seu novo paciente – consegue se lembrar do seu nome e a data de hoje?
- Sou Louis e hoje é 31 de outubro – respondeu animado pela oportunidade única de entender os estranhos hábitos do dr. Styles – Foi você quem fez o curativo? Sabe, não precisava se preocupar comigo, era só chamar uma ambulância.
- Fiz um juramento: "a saúde do meu doente será minha primeira preocupação" – disse de forma lenta, tremula e distante, enquanto checava o ferimento na cabeça dele – Além do mais, uma ambulância só chamaria atenção indesejada e deixar você morrer no meu jardim seria ainda pior.
- Bastante profissional – respondeu, espreitando os olhos para a palavra "jardim".
- Você vai ficar bem, alguém só precisa ficar de olho em você nas próximas 12 horas... – anunciou se afastando ao terminar o exame, estendendo um copo com a água e um comprimido de aspirina, ao que o coraçãozinho frágil de Louis pulsava ensandecido com a possibilidade de passar a metade de um dia inteiro naquele lugar incrível, pensando em tudo o que poderia descobrir e... – Então já pode ligar para alguém vir lhe buscar...
- O que? Por quê? Digo, não é um profissional que tem que fazer? Ou coisa parecida? – perguntou indignado com a possibilidade de sair sem inteirar-se de toda a vida daquele espécime raro de ser humano.
- Qualquer de seus amigos pode fazer isso tranquilamente, escrevi tudo nesse papel – entrega uma folha amarelada com uma caligrafia de encher os olhos para Louis, mantendo certa distancia, com o olhar bastante interessado em uma manchinha no tapete – qualquer dúvida é só procurar outro médico.
- Isso é... é... É muito irresponsável da sua parte! – apontou Louis depois do choque inicial ter passado – E se eu morrer? Eu ainda estou tendo tonturas!
- Senhor Tomlinson, sua memória tá perfeita, seus movimentos oculares estão normais e, por Deus, não está com nenhum problema na fala, você vai ficar totalmente bem em algumas horas, então, por favor, e ligue para alguém vir pegar você! – implorou com a voz embargada e uma sombra de angústia começando a tomar sua face pouco a pouco, foi nesse momento que Louis olhou de verdade para o homem parado naquela sala e um quebra cabeças pareceu se encaixar.
- Doutor Styles? O senhor está bem? - plse aproxima estendendo a mão para toca-lo ao que o outro se afasta bruscamente, caindo sentado de bunda no chão.
-Vá embora, por favor, senhor Tomlinson. Eu já fiz o que tinha que fazer...
Parecia uma criatura completamente desamparada, seus tão belos olhos de esmeralda agora brilhavam com as lágrimas salgadas a brotar e escorrer pela sua face de beleza élfica presa em uma expressão crua de sofrimento, seus longos braços rodeavam a si mesmo em busca de proteção ao que seu corpo esguio tremia aparentando bem menor do que antes.
Aquela casa com toda certeza não era o covil de um monstro deformado que comia criancinhas. Era apenas a zona segura de um pobre homem aterrorizado pela ideia de dividir o mesmo espaço com outros seres humanos.
E Louis, naquele momento, estava invadindo esse espaço.
...
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The Thorn In Rose's Street
FanfictionEspecial de Halloween Larry Olívia é uma cidade perfeita, exceto pela casa n° 28 da Rua das Rosas, habitada por um homem misterioso que tira o sono dos moradores da região, inclusive do pequeno empreendedor Louis Tomlinson.