Um Natal Esquecido [Completo]

CAPÍTULO 03: VAMOS SALVAR O NATAL!

VAMOS SALVAR O NATAL!

Valentina olhava para a decoração do quarto da princesa com admiração. Tudo no ambiente remetia o Natal. E ela sorriu ao se lembrar de como a sua casa e também de seus avós paternos, na fazenda, eram decoradas para receber as festividades. Pena que era uma lembrança distante. Entretanto, ela poderia ter a chance de trazer de volta a data tão especial. Isso, evidente, se não fosse um sonho.

Katharine estava tão encantada com o ambiente quanto à irmã. Era impressionante como, em alguns minutos atrás, elas estavam na cozinha de sua casa, em Maxirouse, uma pequena província de Merina, em Fairy. E, depois de entrar em uma chaminé mágica, estavam em um quarto, no castelo em Natalina. No quarto da princesa.

Tudo era demais. Mesmo para ela, que tinha uma imaginação fértil. Cada segundo que passava, ela possuía mais certeza de que estava em um sonho. Um sonho real, mas um sonho. Quando acordar, poderia contar a Felipe tudo o que vivenciou. Se bem que ele pediria para que ela deixasse de ser tão imaginativa.

Saindo do quarto da princesa, as três caminharam por longos corredores e desceram vários lances de escadas. Durante todo o trajeto, Valentina e Katharine observavam, encantadas, a decoração. A grandiosidade e magnitude da realeza, misturado com a magia do Natal.

Elas pararam em um enorme salão, em frente a duas grandes portas duplas. Antes que as irmãs pudessem reparar na decoração local, a princesa abriu a porta. O queixo das duas caiu. Elas deram alguns passos e estavam na área externa do castelo. Tudo exalava o ar natalino.

Árvores decoradas. Luzes. Enfeites por todo lado. Era muito lindo. Valentina se perguntou se era assim o ano inteiro, ou apenas porque era véspera de Natal. Em Natalina era Natal o tempo todo?

A atenção das meninas se desvirou dos ornamentos e foi fixada nas pessoas que andavam de um lado para o outro. Todos usando trajes da mesma cor. Verde. Porém, nenhum deles sorria. Como podiam não está contente quando viviam eternamente na terra do Natal?

— Por que as pessoas estão tristes? — Katie perguntou.

— Todas elas ajudavam o meu pai a confeccionar os presentes. Mas, agora que o Natal não existe, elas não sabem o que fazer. Não tem objetivo na vida. Não tem mais animo.

Então, era assim que as pessoas de Natalina se portavam com a falta do Natal? A situação fora do reino não era tão diferente. Enquanto eles não viam mais sentido na vida, fora, elas não viam mais sentido em estar juntas. Fazia anos que Valentina não encontrava seus parentes.

— Nicolina! — uma voz grave ecoou pelo espaço.

Nicolina abriu um grandioso sorriso. Valentina e Katharine se perguntaram se aquela menina sofria de alguma doença da felicidade. Era possível ver, ou melhor, ouvir, na voz do homem a sua irritação.

— Papai!

As meninas se viraram na direção da voz. O homem, além de ser parecido com Nicolina, trajava roupas semelhantes com a princesa. Mas, estava longe de ser aquela figura pintada como sendo o Papai Noel. Ele não era um velho barrigudo e de barbas brancas. Não chegava nem perto de ser aquele velhinho das peças natalinas.

O homem fitou as irmãs por um longo minuto. As analisou da cabeça aos pés. Em seguida, seus olhos, tão verdes quanto os da filha, se dirigiu a Nicolina, que continuava a sorrir.