Nossa, que isso?!

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Disclaimer: Personagens originais de "Boku no Hero" pertencem a Kōhei Horikoshi; história ficcional e não-oficial escrita sem fins lucrativos.
Os personagens, aqui, apesar de japoneses, moram no Brasil e, sim, eu ignorei a lógica judicial que não permitiria a permanência deles no país em algumas situações aqui descritas.

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Seu jeito encantava. Era difícil desviar os olhos. O rebolado chamava atenção desnecessária, afinal, não queria, realmente, seduzir alguém.

Bem, talvez quisesse. Nada lhe impedia de procurar alguém para essa noite. Ainda que não fosse a intenção, não negaria seu próprio prazer.

Seus olhos não se fixavam em, realmente, nada, passeavam pelo lugar, não procurando algo específico, apenas avaliando o ambiente e as pessoas.

Sentiu um olhar desejoso e conhecido queimar-lhe as costas. Conhecia seu dono, mas não estava afim de ficar com o maldito pavê naquele dia. Já conhecia o corpo do garoto, e todas suas variações de temperatura, muito bem, diga-se de passagem. Sabia também que, se acabasse indo pra cama (ou corredor, escada, carro...) com alguém, não se satisfaria com o que o meio a meio poderia lhe oferecer, seu corpo procurava algo novo naquela noite.

Ou, talvez, nem precisasse ser totalmente novo, já que havia percebido um olhar que não tinha contato há muitos anos. Muitos anos mesmo.

Claro, apesar de todo treinamento, demorara um pouco para identificar sua origem. Cruzou olhares com o homem quatro vezes até identificá-lo, e mais algumas para reconhecê-lo.

E, se não conhecesse tão bem aqueles olhos verdes, não teria percebido quem era. A presença do outro não era chamativa como a sua, mas Deku nunca foi alguém que passava completamente despercebido, ainda mais agora. Ele estava muito mudado.

Sentiu um arrepio prazeroso ao perceber a intensidade no olhar do ex-namorado.

Sim, por incrível que pareça, aquele homem já havia sido seu namorado, foi com ele que, inclusive, teve suas várias primeiras vezes. Seu primeiro namorado, sua primeira paixão, seu primeiro beijo, sua primeira briga e, também, o primeiro cara a bater de frente consigo e conseguir fazer algo a altura. Suas primeiras vezes sexuais também foram com o outro (seja qual fosse a posição e ainda alguns fetiches), além do primeiro término, extremamente doloroso, depois de quase 5 anos de relacionamento. Sinceramente, aquele garoto, agora não mais tão garoto, fora responsável pelos anos mais intensos de sua vida.

Cortou a melancolia que a nostalgia lhe havia trago quando percebeu que a música mudou. Olhou a DJ ao perceber que era sua música. Sorriu maliciosamente ao notar que a mulher lhe encarava, como se a escolha fosse proposital, e não duvidaria se fosse, afinal, conhecia a amiga.

Riu baixo antes de deixar que as batidas de "Nossa que isso" envolvessem sua mente e dominassem seus movimentos. Sabia que a partir daquele momento se tornaria, realmente, o centro das atenções.

Não era arrogância, Bakugou Katsuki conhecia muito bem seu corpo e o próprio poder. Sabia, perfeitamente, o que deveria mexer para chamar a atenção de cada tipo de pessoa, onde quer que fosse.

Anos de estudo sobre a mente humana para usá-las durante umas danças e conseguir uma boa foda. Um ótimo investimento.

Subiu as mãos pelo corpo, passou levemente as unhas pelo pescoço e, por fim, puxou os fios de seu cabelo loiro. Não parou de rebolar ou desviou os olhos do ex-namorado que, a essa altura, já estava completamente ciente das encaradas e sorria maliciosamente, tomando alguns goles de Whisky.

Ah, como queria aquele líquido lhe queimando a garganta. Ainda melhor seria, se saísse diretamente dos lábios do outro.

Sabia que Deku não se aproximaria enquanto fosse encarado, podia perceber pelo corpo do outro que isso, ao menos, não havia mudado.

Nossa que issoOnde histórias criam vida. Descubra agora