Wakaranai

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Não sei porque estou abrindo tudo isso a seja lá quem estiver lendo

Tem alguém lendo isso?

Eu acho que nem quero que tenha

Bem, vou apresentar-lhes a Hon. Hon não é uma pessoa, ou talvez seja. Não sei o que ela é, mas me refiro a ela no feminino. Talvez a Hon seja eu, mas não o eu completo, uma parte de mim, como uma faceta da minha mente. Talvez ela seja como um dos heterônimos de Fernando Pessoa.

Hon inicialmente era só um amontoado de pensamentos de uma garota com sérios problemas (ou gosto de pensar assim). Pensamentos que só serviam como auto sabotagem, para me deixar mal, criados, ironicamente, por mim mesma.

Acho que esse é um dos problemas de muitas pessoas.

Nunca tive muitos talentos. Bem, nunca tive muitas habilidades que a sociedade chama de talentos, tais como dança, desenho, canto, pintura, etc. Mas sempre gostei muito de ler. Sempre vi os livros como um mundo à parte, um universo onde tudo era incrível, todos os problemas se resolviam, os personagens enfrentavam o mal com o poder da amizade. Isso, consequentemente, me levou a escrever. Mas não se engane pensando que assim surgiu uma escritora excepcional, uma poetisa com filosofias profundas, ou até mesmo uma autora de fanfics com grandes ensinamentos por trás de suas obras. 

Eu nem sei empregar ponto e vírgula direito, pelo amor de deus!

Eu só escrevo.

Para mim, escrever é uma fuga. Passar para o papel tudo aquilo que me sufoca, é renovador. Antes de começar a escrever, só a leitura não era suficiente, eu pensava que conseguiria "resolver os meus pensamentos" pensando mais ainda. É, não funcionava.

E então, surgiu a Hon. Ela não é nenhum parente ou amor distante, é só a Hon. Não é uma pessoa, mas também não é inanimada. Existe, mas ao mesmo tempo é só uma criação da minha mente louca. Sou eu, mas ao mesmo tempo é desconhecida.

Acho que a Hon foi a forma que eu encontrei para por para fora tudo aquilo que me matava por dentro. Hon é o motivo das crises de choro, dos pensamentos sufocantes, dos medos, das inseguranças, das comparações, das irritações, de tudo. Mas, ao mesmo tempo, a Hon ainda sou eu. Porém culpar outra "pessoa" por tudo que me machuca, é mais fácil. É mais fácil dizer que odeio a Hon, mesmo que ela não seja nada mais do que uma criação minha, é mais fácil do que dizer que eu me odeio, que o odeio os meus pensamentos, a forma como me comparo aos outros, como, ao mesmo tempo, acho tudo isso uma baboseira maldita e que eu deveria parar de drama e ir estudar. É simplesmente mais fácil, dói menos. Por isso, eu digo:

Eu te odeio, Hon.

the Hon between usOnde histórias criam vida. Descubra agora