Dentre todos os passa-tempos possíveis para um adolescente de 16 anos, os que envolviam desmontar e remontar computadores eram os que mais atraía George, o garoto passava seus sábados em uma garagem com carcaças de computadores, CPUs, gabinetes e muitas outras doações que recebia de seus familiares, esses que estavam começando a pagar para que o rapaz fizesse os cobrados ajustes. De alguma forma ambos saiam ganhando, os "clientes" tinham seus aparelhos ajustados e George aprendia cada vez mais a mexer no que gostava. No entanto, o problema vinha quando o seu hobby o consumia, atrapalhando assim o seu desempenho estudantil, algo que preocupava muito sua mãe, que de alguma forma se sentia culpada por isso. Anna teve que cuidar do pequeno sozinha, o que não foi nem de perto uma tarefa fácil, embora a mulher fizesse o possível e impossível para dar uma vida digna ao filho, sempre acreditou que a ausência de um pai pudesse acarretar em alguns problemas psicológicos à criança, por isso sempre estava a procura de um novo "pai" para George, acontece que se ela parasse para escutar o que o rapaz queria, entenderia que ele se culpa pela vida cansativa que sua mãe leva, entenderia que ele a ama e que nunca sentiu falta de um pai, ele faria tudo para te-la feliz, eram apenas os dois contra o mundo, nunca nada nem ninguém poderia separa-los.
Nessa constante luta para criar seu filho, Anna vivia trocando de emprego, engravidou muito nova, não teve tempo de terminar a faculdade, o que não a ajudava na hora de ser contratada, e quando acontecia, geralmente eram como substituições em alguns cargos de limpeza, quando o tempo acabava, ela logo precisava encontrar outro. A mulher sempre fora linda, sua beleza estava no nível que uma modelo de revista de cosméticos, carregava em seu DNA olhos verdes e lindos cabelos cacheados que seduziriam qualquer sexo, no entanto, mesmo com sua natureza encantadora, as circunstâncias a deixou com uma aparência cansada e sem cor, algo que a mesma infelizmente já havia se acostumado.
George já tinha feito alguns amigos naquela quase nova escola, na verdade, já tinha até um grupo formado, juntos conversavam sobre as mais diversas bobagens que adolescentes virgens podem gostar. O clima daquela instituição o agradava, as pessoas aparentavam ser autênticas, ou a maioria delas, no dia anterior mesmo havia conhecido uma menina bastante... estranha, tirou essa conclusão pelo fato da garota se movimentar de forma envergonhada, mas quando falava parecia eufórica e descontraída, se é que isso é possível.
Era recreio e lá estava ela, sentada como de tocaia disfarçando o olhar, ele sabia que ela frequentemente o admirava e até que gostava disso. Dessa vez foi ele quem fora falar com ela, tinha dois pães de queijo na mão, os quais pretendia dividir.
- Olá, Sample, não é? - O rapaz pergunta fingindo não lembrar.
- Até onde sei. - Responde com um sorriso acolhedor, o que lhe impressiona.
- Você gostaria de lanchar comigo? Quer dizer, comprei dois pães e agora não sei o que fazer, porque acho que não vou conseguir comer os dois. - O que acontecera? Estava falando demais, precisava manter a calma.
- Hoje é seu dia de sorte, adoro pão de queijo!
Ambos sentaram-se juntos e apreciaram um saboroso... Bom, vocês já sabem.
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Interseção
Lãng mạnPessoas farão parte da sua história de vida, assim como você fará parte das delas.