Sanditon - Final alternativo.

Sanditon final alternativo

Querida irmã,

Voltar a Sanditon não foi bem como o esperado, o sentimento que guardava antes, na minha primeira viajem já não existe mais. A praia continua belíssima juntamente a cidade, mas preciso confessar que estou aqui exclusivamente porque Mr. Parker solicitou-me, diz ele que precisa urgentemente de minhas ideias e aprovações para o novo projeto da ala queimada, por isso estou animada, gosto de arquitetura como já sabe e isso bastará para trazer-me felicidade, assim espero.

Sua Charlotte.

— Sra. Heywood, Sr. Heywood. Sidney fez um gesto de reverencia. — Perdoe-me perguntar tão abruptamente, mas a Srta. Heywood se encontra? — Mexeu na cartola com as mãos impacientes ainda em pé no meio da sala.

— Charlotte? Não, nossa querida viajou novamente, bem que precisava de ares novos ela estava tão diferente depois de sua volta, não passeava mais ao longo do rio nem colhia flores para enfeitar a casa como tanto gostava. Fica somente no quarto lendo, uma lastima para uma jovem tão viçosa...

Sidney não conseguiu conter-lhe uma pequena careta de desapontamento tanto por não encontrar Charlotte, mas, mais ainda por ouvir seu recente estado de apatia.

— Voltando a Sanditon talvez a alegria volte, talvez fosse saudades do local.

Ao ouvir as palavras quase que magicas do Sr. Heywood Sidney saiu correndo a cavalo depois de uma chávena de chá forçada.

Esperava ansioso por chegar a Sanditon e encontrar Charlotte e o sorriso de sua amada.

— Charlotte, Charlotte. — Tom Parker pegou as mãos de Charlotte e as beijou vigorosamente. — Graças, está aqui novamente e aceitou meu convite, preciso urgentemente de suas boas ideias para a reconstrução da ala queimada, sem sua brilhante mente eu não conseguiria de fato.

— Não exagere Sr. Parker, só disse algumas ideias que rondavam minha cabeça e nada mais. — Sorriu sem vontade.

— Não, não se faça de rogada, a regata nos salvou bem sabe disso.

— Mas o incêndio a fez valer de nada, infelizmente.

— Isso foi um acaso triste do destino Srta. Não se culpe por algo que não tem controle. Depois de reconstruirmos a ala queimada certamente haverá outra regata que nos proporcionara grandes lucros, e espero fielmente que esteja aqui novamente.

Charlotte olhou a já tão conhecida maquete agora com parte retirada e seu coração apertou-lhe no peito, não somente pelo infeliz acidente, mas também pelas lembranças do que aquilo fez seu destino levar.

— Meu querido irmão, vejo que volta tão logo de Londres. Algo aconteceu?

O semblante de Sidney fechou-se ainda mais ao perguntar sobre sua hospede.

— Acredito que passeando beira mar para matar as saudades. Mas acompanhe-me querido irmão quero que veja a maquete e nossas novas ideias para sua reconstrução, algumas foram de Charlotte é claro.

Sidney foi carregado a contragosto até o cômodo, seus pensamentos eram todos para a hospede, não conseguia se concentrar no que o irmão dizia, então só acenava com a cabeça a cada pergunta feita.

As botas afundavam a areia a cada passo de corrida dado, os olhos castanhos procuravam por Charlotte a cada canto até achar um vislumbre de uma saia branca sendo levada pelo vento presa a pernas que davam passos lentos.

— Charlotte! Gritou a plenos pulmões.

Charlotte virou-se e quando viu Sidney sentiu as pernas formigarem o coração parecia bater fora do peito e a cabeça lhe dizia para não esperar nada daquele homem.