Capítulo 14

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Agora as fotos que você deixou para trás

São apenas lembranças de uma vida diferente

Algumas que nos fizeram rir

Algumas que nos fizeram chorar

Uma que você fez ter que dizer adeus

POV Bella

—Como você pode rir com essa gritaria toda? - Ângela me pergunta enquanto nós direcionamos as crianças para a escola em que elas passariam as últimas horas brincando. Todas estavam agitadas, não dava para controla-las, Ângela já estava se arrependendo de ter vindo, ao contrário de mim, que estava adorando esta viagem com meus meninos

—São crianças, elas só param gritar quando estão dormindo- falo brincalhona enquanto os pequenos passam por nos correndo e gritando.

—Por que eu não trouxe remédio para dor de cabeça- ela reclama novamente. Andamos para o pátio da grande escola onde estávamos, avistamos nossas crianças indo em direção aos brinquedos, não vieram muitas, só 7, assim era mais fácil olha-las sem muita preocupação, e os pais de todas vieram, nesse momento estavam com pedagogas para os ajudarem com o desenvolvimento dos seus filhos. Não teríamos muito o que fazer, só precisávamos observar, e tentar ajudar quando fossemos chamadas.

—Eu vou ao banheiro- falo para Ângela, que acena com a cabeça, e eu me afasto de todos. Encontro o banheiro depois de várias portas erradas. Uso o sanitário e depois vou lavar minhas mãos, encaro meu reflexo no espelho do banheiro, enxugo minhas mãos, e toco em meu pescoço, onde tem o colar com as duas alianças. Alianças sem uso agora, que só me trazem lembranças, talvez esteja na hora de guarda-las, e esquecer os dias que a usei.

Saio do banheiro e estou indo de volta para o pátio, quando vejo uma criança saindo pela entrada da escola, não havia ninguém na portaria para impedir sua fuga, tentei andar mais rápido para impedi-lo, mas o garotinho percebendo que eu o estava seguindo, começa a correr, a rua estava movimentada, carros passavam em uma velocidade razoável, mas se ele não prestasse atenção, poderia sofrer um acidente

—Ei, menino -No momento em que gritei por ele, me arrependi, pois, o garoto, começou a correr mais para longe de mim, e agora ele estava correndo para o asfalto, meus olhos se arregalaram quando vi um carro se aproximando, tentei correr o mais rápido que pode

—PAREE! - Gritei, mas o carro não parou, pulei no meio da rua, tirando o menino do caminho do carro, caímos na calçada, eu por cima do seu pequeno corpo, praticamente o esmagando, ouvi seu gemido de dor e me levantei rapidamente

—Eu machuquei você? - Perguntei, e o garotinho olhou para mim, seus cabelos ruivos, sua pele clara, com poucas sarnas, e os olhos... verdes

Ele gritou de dor quando tentou movimenta o braço esquerdo

—Está doendo? - Toquei levemente seu braço, e ele gritou novamente, acenando sim com a cabeça —Preciso te levar para um hospital

—Está tudo bem aqui? - Uma voz desconhecida falou ao meu lado —Eu tentei para o carro a tempo, mas a criança já estava muito perto, se machucaram? - O homem parecia muito preocupado, suava um pouco

—Eu estou bem, mas acho que ele quebrou o braço - Falo para o desconhecido

—Sou médico, posso leva-lo para o hospital em que trabalho -O homem ofereceu, não poderia negar, o menino ao meu lado estava prestes a chorar

—Tudo bem, vamos! - Ele me ajudou a levar a criança até seu carro

—Meu nome é Eric- diz ele enquanto coloca o cinto de segurança

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