Capítulo 7

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-Taylor - Grace diz assim que entra na sala. - Você tem um jantar com Lily Aldridge em uma hora. Eu só queria te lembrar. 

-Oh, certo.- diz Taylor - Obrigada.- Ela se vira para mim uma vez que Grace sai da sala. - Que tal voltarmos com isso amanhã? Mesma hora? 

-Sim, tudo bem.- eu digo, começando a juntar minhas coisas. Minha perna esquerda adormeceu e eu bato contra a madeira para tentar acordá-la. 

-Como você acha que está indo até agora?- Taylor pergunta enquanto se levanta e me leva para fora. - Você pode fazer um livro com isso? 

-Eu posso fazer qualquer coisa.- eu digo. Taylor ri e diz: 

-Boa menina. 

*** 

-COMO ESTÃO AS COISAS? - Minha mãe pergunta no momento em que pego o telefone. Ela diz "coisas", mas eu sei que significa como está a sua vida sem Derek? 

-Tudo bem.- respondo enquanto coloco minha bolsa no sofá e caminho em direção à geladeira. Minha mãe me alertou desde cedo que Derek poderia não ser o melhor homem para mim. Ele e eu estávamos namorando há alguns meses quando o levei para casa em Encino para o Dia de Ação de Graças. 

Ela gostou de como ele foi educado, como ele se ofereceu para arrumar e limpar a mesa. Mas de manhã antes de ele acordar em nosso último dia na cidade, minha mãe me disse que ela se questionou se Derek e eu tínhamos uma conexão significativa. Ela disse que não "viu". Eu disse a ela que ela não precisava ver. Que eu sentia isso. 

Mas a pergunta dela ficou na minha cabeça. Às vezes era um sussurro; outras vezes ecoava alto. 

Quando liguei para dizer que havíamos nos comprometido, pouco mais de um ano depois, eu estava esperando que minha mãe pudesse ver como ele era gentil e como se encaixava perfeitamente na minha vida. Ele fazia as coisas parecerem sem esforço e, naqueles dias, isso parecia tão valioso, tão raro. Ainda assim, eu me preocupei que ela pudesse expressar suas preocupações novamente, que ela diria que eu estava cometendo um erro. 

Mas ela não voltou a comentar. Na verdade, ela não foi nada além de apoio. Agora imagino se isso foi mais por respeito do que aprovação. 

-Eu estive pensando... - Minha mãe diz quando eu abro a porta da geladeira. - Ou devo dizer que estive planejando. 

Pego uma garrafa de Pellegrino, a cesta de plástico de tomates-cereja e a bandeja de queijo burrata. 

-Oh, não.- eu digo. - O que é que você fez?

Minha mãe ri. Ela sempre teve uma risada tão boa. É muito despreocupada, muito jovem. A minha é inconsistente. Às vezes é alto; às vezes é ofegante. Outras vezes eu pareço um homem velho. Derek costumava dizer que achava que minha risada de velho era a mais genuína, porque ninguém em sã consciência gostaria de soar assim. Agora estou tentando lembrar a última vez que isso aconteceu. 

-Eu ainda não fiz nada.- diz minha mãe. - Ainda está na fase de planejamento. Mas estou pensando em te visitar. 

Eu não digo nada por um momento, pesando os prós e contras, enquanto mastigo o enorme pedaço de queijo que acabei de colocar na minha boca. Contra: ela vai criticar cada roupa que eu uso em sua presença. Pró: ela vai fazer macarrão com queijo e bolo de coco. Contra: ela vai me perguntar se eu estou bem a cada três segundos. Pró: por, pelo menos, alguns dias, quando eu chegar em casa, este apartamento não estará vazio. 

Eu engulo. 

-Ok.- eu digo finalmente. - Boa ideia. Eu posso te levar a um show, talvez.

-Oh, graças a Deus.- diz ela. - Eu já reservei a passagem. 

-Mãe.- eu digo, gemendo. 

-O que? Eu poderia ter cancelado se você dissesse não. Mas você não fez. Tão bom. Eu estarei ai em duas semanas. Assim está bom? 

Eu sabia que isso ia acontecer assim que minha mãe se aposentasse parcialmente do ensino no ano passado. Ela passou décadas como diretora do departamento de ciências em uma escola particular, e no momento em que me disse que estava deixando o cargo e apenas lecionando em duas turmas, eu sabia que o tempo extra e a atenção teriam de ir para algum lugar.

-Sim, tudo bem.- eu digo quando eu cortei os tomates e despejei o azeite neles. 

-Eu só quero ter certeza de que você está bem.- diz minha mãe. - Eu quero estar ai. Você não deveria... 

-Eu sei, mamãe.- eu digo, cortando-a. - Eu sei. Entendi. Obrigada por vir. Será divertido. 

Não será divertido, necessariamente. Mas será bom. É como ir a uma festa quando você teve um dia ruim. Você não quer ir, mas você sabe que deveria. Você sabe que, mesmo que não goste, será bom sair de casa. 

-Você recebeu o pacote que enviei?- Ela diz. 

-O pacote? 

-Com as fotos do seu pai? 

-Oh, não.- eu digo. - Eu não recebi. 

Ficamos caladas por um momento, e então minha mãe fica exasperada pelo meu silêncio. 

-Pelo amor de Deus, eu estive esperando que você trouxesse isso a tona, mas eu não posso esperar mais. Como vai a Taylor Swift? - Ela diz. - Estou louca para saber e você não está oferecendo nada! 

Eu despejo meu Pellegrino em uma taça e digo a ela que Taylor é, de alguma forma, direta e difícil de ler. E então eu digo a ela que ela não está dando a história para a Vivant. Que ela quer que eu escreva um livro. 

-Estou confusa.- minha mãe diz. - Ela quer que você escreva sua biografia?

-Sim.- eu digo. - E por mais empolgante que seja, há algo de estranho nisso. Quer dizer, eu não acho que ela tenha pensado em fazer uma matéria com a Vivant. Eu acho que ela estava...- Eu paro, porque eu não descobri exatamente o que estou tentando dizer. 

-O que? 

Eu penso mais nisso. 

-Usando a Vivant para chegar até mim. Eu não sei bem. Mas Taylor é muito calculista. Ela está tramando alguma coisa. 

-Bem, eu não estou surpresa que ela queira você. Você é talentosa. Você é brilhante... 

Eu me vejo revirando os olhos pela previsibilidade da minha mãe, mas eu ainda gosto disso. 

-Não, eu sei mamãe. Mas há outra camada aqui. Estou convencida disso. 

-Isso soa sinistro. 

-Eu acho. 

-Eu deveria estar preocupada?- Minha mãe pergunta. - Quero dizer, você está preocupada? 

Eu não pensei sobre isso em termos tão diretos, mas suponho que minha resposta seja não. 

-Eu acho que estou muito intrigada para me preocupar.- eu digo. 

-Bem, então, apenas certifique-se de compartilhar as coisas realmente suculentas com sua mãe. Eu sofri com um parto de vinte e duas horas por você. Eu mereço isso. 

Eu rio, e sai, só um pouquinho, como a risada de um homem velho. 

-Tudo bem.- eu digo. - Eu prometo. 

* * * 

-OK.- diz Taylor. - Estamos prontas? 

Ela está de volta ao seu lugar. Eu estou no meu lugar na mesa. Grace nos trouxe uma bandeja com bolinhos de mirtilo, duas canecas brancas, uma jarra de café e uma leiteira de aço inoxidável. Levanto-me, sirvo meu café, acrescento minha nata, volto para a escrivaninha, aperto o botão para gravar e depois digo: 

-Sim, pronto. Vá em frente. O que aconteceu depois? 

The Seven Husbands Of Taylor Swift Where stories live. Discover now