Capítulo 3 - Evelyn

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Acordei com uma dor de cabeça enorme, como se eu estivesse de ressaca. As lembranças da noite passada voltaram a tona, e eu no mesmo segundo me perguntei como Matt estava, ou até mesmo se ele iria vir hoje.

Me vesti com uma blusa preta, colocando uma calça jeans com uma lavagem mais clarinha e peguei meu moletom cinza da faculdade colocando meu All Star branco.

Sai do meu quarto e Mary apareceu no fim do corredor apontando em direção ao elevador, ela vestia uma regata branca e um short jeans que quase mostrava a polpa da bunda dela, eu não sabia como ela conseguia usar roubas assim dentro da faculdade, mas ela se sentia muito bem com elas, e gostava quando percebia que os meninos estavam babando por conta do short provocante.

Entramos no elevador e finalmente Mary disse algo.

- O irmão do Matt vai trazer ele pra buscar o carro, vamos esperar ele no estacionamento, e eu não sei onde é sua vaga.

- Bom dia May, acredite, eu também não sabia. – Ri daquela irônia.- Eu usei a vaga somente no primeiro dia de aula ano passado.
- Aí me desculpa eu entrei falando e nem te disse oi. - Ela diz me dando um leve aperto nas costas.

O elevador parou no térreo e nós seguimos até encontrar o número do meu quarto estampado no chão e logo um pouco acima dele havia o carrão do Matt. Não precisamos esperar muito para ver uma moto preta enorme vindo em nossa direção em uma velocidade não muito recomendada pra estar em um estacionamento.  A moto para e desliza um pouco sobre as pedras.

Matt desce da moto e arruma o cabelo impecável, enquanto o seu irmão nos encara e apenas  profere algo ao Matt é saí em alta velocidade pelo estacionamento.
- Preciso falar com vocês, é cedo ainda, dá tempo de passar em algum lugar aqui perto pra tomar um café?
- Claro Matt, estamos mortas de fome também.

Ao chegarmos ao café Matt nos contou sobre a noite anterior, e pelo que disse, seu irmão não era exatamente culpado.

- Eu tratei ele mal ontem, meus pais então, bom quase o colocaram pra dormir na rua, e mesmo assim ele não nos contou o motivo de ter sido “preso” – Matt coloca aspas na palavra – Só sabemos porque o delegado apareceu na minha casa mais tarde, ele explicou toda a situação. Luke só defendeu uma menina de ser estuprada por um cara que ela estava saindo, que por a caso era um policial.

- Nossa. – Fiquei chocada, ele não era um psicopata completo, isso me aliviou, mas algo ainda estava errado, por que ele não disse a verdade a família? A ação dele foi heróica e não ruim.

- Fala sério! Ele é tipo um herói então - Mary deu gritinhos.

- Não diria herói, mas também não diria vilão, Luke é só um bad boy egoista, ele gosta de parecer inabalável.

Olhei no relógio e a hora me salvou, eu não aguentava mais ouvir sobre aquele assunto.

Fomos até a Universidade de Miami, e a Mary e eu nos dirigimos ao laborátorio de química, enquanto Matt foi até a sala de Biologia avançada.  A aula foi chata e irritante como sempre e quando o horário se foi eu dei graças à Deus.

Mary foi para a piscina, ela dizia que ficava bem no maiô da universidade, e por isso escolheu tal esporte para praticar. Resolvi passar na bilioteca antes da minha aula de literatura, um dos meus lugares favoritos no mundo.

Subi até o 2° andar e encontrei em uma das estantes o favorito e mais procurado recentemente, “Orgulho e Preconceito”. Ao tocá-lo me surpreendi com uma voz rouca e masculina ao meu lado.

- Uau, você é realmente afim de clássicos. – Diz Louis, um dos preferidinhos das garotas. Fico confusa ao ver que ele realmente está se dirigindo à mim.

Cartas para um Locauteador  Onde histórias criam vida. Descubra agora