Eu corria. Corria sem ter para onde ir. Sem saber para onde ir. Eu corria daqueles olhos azuis eletrizantes que me perseguiam e eles estavam chegando perto. Ele teria a vingança dele, eu sentia isso. Sentia ele perto mas não tinha a ousadia de me virar para ver. Eu corri por horas, minhas pernas pareciam ser de gelatina, senti que ele estava mais perto do que nunca, sua mão tentou pegar meu braço e, de repente, um som estridente invade o local. De onde está vindo esse som? Me sinto sendo puxada da realidade.
Abro os olhos um pouco e vejo um pouco de luz invadindo o ambiente, o som estridente continua ali, só que extremamente alto agora, viro a cabeça para o lado e percebo que estou no meu quarto, deitada na minha cama em Nova York... Nova York, a cidade que nunca achei que visitaria um dia é a cidade onde eu vivo agora, tudo porque meu pai me tirou de perto de tudo que me lembra a minha mãe, como se isso fosse me fazer esquecer ela. Aquele som continua martelando na minha cabeça, vou tateando o criado mudo até achar meu celular e então desligo o som que me tirou daquele pesadelo. Me sento totalmente desperta agora. Tive outro pesadelo, é sempre o mesmo, sempre correndo, sempre fugindo dele. Onde será que ele está agora? Opa, alerta vermelho, Annabeth pare de pensar nesse assunto agora mesmo, esse é um assunto proibido. Vamos pensar em outra coisa, como por exemplo, hoje é meu primeiro dia de aula e são 7:38 do dia primeiro de setembro de... espera, 7:38? Eu tô atrasada. Eu tô bem atrasada.
Levantei em um pulo, literalmente, e fui para o banheiro, tomei o banho mais rápido da minha vida, desliguei o chuveiro, me sequei e fiz minhas higienes matinais, peguei uma calça jeans, botas e uma camiseta qualquer e sai do quarto, fui pulando de dois em dois degraus na escada, chegando na cozinha encontro meu pai lendo jornal.
— Bom dia. – diz ele tirando os olhos do jornal para olhar para mim. – Acordou tarde.
— Bom dia, eu percebi isso. Estou saindo, tchau. – digo passando por ele e pegando minha mochila que estava no chão e indo em direção a saída.
— Você não vai comer, Annie? – pergunta meu pai.
— Não dá tempo, eu como depois. – digo já saindo de casa.
A escola era um pouco longe da minha casa então apertei o passo, andar pelas ruas de Nova York era incrível, era uma cidade cheia de vida e luz porém eu não podia me dar ao luxo de observar a cidade, faltava cinco minutos apenas para a aula começar e ainda estava longe. Decidi correr senão eu não chegaria a tempo, corri por algumas quadras até começar a ver a escola, era enorme e na frente havia um belo gramado, também tinhas algumas árvores, mas uma em particular me chamou atenção, era mais afastada de todas e maior também, prestei tanta atenção na tal árvore que quando vi estava praticamente embaixo dela até que algo se chocou contra mim e senti que ia cair até que alguma coisa me segurou, alguma coisa não alguém.
Eu olhei para cima e a primeira coisa que encontrei foram dois olhos verdes que me encaravam, então percebi que se tratava de um garoto, ele era alto, moreno, tinha uns cabelos pretos extremamente bagunçados, ele segurava meus pulsos com uma das mão e a outra estava em volta de mim, estávamos muito próximos, então ouvi o sino tocar.
— Vê se olha por onde anda, gata. – falou e exibiu um sorriso sarcástico.
A palavra gata foi o suficiente para me tirar daquela espécie de transe que eu estava, simplesmente odeio esse adjetivo, dá para saber exatamente o tipo de pessoa que ele é com com esta palavra. Me endireitei rapidamente e dei um passo para trás, vi que minha mochila havia caído e todos os livros estavam espalhados, me ajoelhei para pegar as coisas. Ele se abaixou também e me ajudou a guardar tudo de volta na mochila. Quando tudo estava guardado, me levantei, me virei e comecei a andar para a entrada da escola.
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When you're together, it's rains
RomanceAnnabeth Chase costumava ser uma garota diferente das demais, havia possuía algumas habilidades mentais que atraíram a atenção de Luke Castellan, um simples garoto. Pelo menos, ele era na época. Juntos eles eram uma dupla e tal, mal sabia ela que um...