Capítulo 5: Fique acordado a noite toda e reflita

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Olá, antes de começar, preciso de algumas opiniões sobre traduções. O que vocês preferem... Recanto da Nuvem ou Recesso da Nuvem? Torre da Carpa ou torre Koi? Lótus Píer ou Píer Lótus? Por favor, comente.

A tradução desse capítulo se iniciou dia 03/12/19, às 5:01 PM e foi finalizada às 9:37 AM do dia 04/12/19.

Contagem de palavras: 2075

Algumas palavras foram modificadas para uma melhor adaptação.

Entre em contato caso haja trechos desconexos ou erros ortográficos.

Somente quando o céu está escuro e Jiang Cheng está em segurança na cama, os pesadelos começam. Hoje em dia, eles são seus companheiros constantes, mas, de alguma forma, são piores sempre que ele sai do Píer Lótus, como se o conforto de sua casa afastasse parte dele.

Nos seus sonhos, ele é sempre mais jovem.

Não são as terríveis visões de possibilidades futuras que parecem atormentar outras pessoas durante a noite e deixá-las tremendo quando acordam; o passado dele é horrível o suficiente. Seus sonhos são ainda piores pelo fato de terem acontecido, e não são apenas horrores imaginários que desaparecem com a luz da manhã.

Hoje à noite, ele sonha com a noite em que o Píer Lótus queimou, a noite em que perdeu os pais.

Ele tem dezessete anos e está tremendo de frio- o chicote de sua mãe. Não, agora é dele- ela o deu a ele e disse-lhe para correr antes de se virar para encarar os homens ferozes com o sol nas vestes e a morte nos olhos. Ele e seu irmão estão agachados nas sombras atrás de uma parede carbonizada na casca queimada do que costumava ser sua casa.

Existem corpos empilhados até onde os olhos podem ver, cobertos por seu próprio sangue e entranhas, todos vestidos com roupas roxas que lhe são familiares. As mesmas roupas que ele veste, mesmo agora. Ele reconhece alguns de seus rostos: Ming Ru, que amava tangyuan, o pequeno Wang Song da vila, que corria com os meninos maiores, mesmo que ele fosse o último todas as vezes...

Eles eram pessoas, uma vez. Pessoas que ele vê todos os dias desde que era criança- crianças que brincavam com ele, servos que aconselhavam seu pai, instrutores que ajudavam sua mãe a treinar os discípulos no pátio.

Ele observa os cães Wen enquanto eles arrastam os corpos pelo mesmo pátio, observa enquanto lançam tochas nas pilhas de carne morta, os trapos se transformando em fumaça. Não há nada que eles não tenham destruído. Ele quer gritar para que parem, mas a mão do irmão está sobre a boca e ele descobre que não pode emitir um som.

Então Wen Zhuliu, o pior de todos- ele sabe o que está fazendo de errado, esse traidor, por que não para- chuta outro cadáver, e ele se vira para que Jiang Cheng possa ver seu rosto.

É a mãe dele, e de repente ele percebe o corpo morto de seu pai, ajoelhado no chão em uma pose que ele reconhece como aquela que eles usam para orar aos ancestrais durante os funerais. Suas mãos estão estendidas em relação à esposa, mas não há sinal de amor em nenhum dos rostos deles, porque tudo o que existe é a lentidão da morte.

Jiang Cheng desejou a vida inteira que seus pais parassem de brigar, mas agora ele daria qualquer coisa no mundo para que eles gritassem um com o outro novamente. Para os olhos de sua mãe brilharem de fúria, para seu pai sair do quarto.

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