HOPE - última chance para o amor.

• Chapter 12 •

Eu e Sidney estamos saindo do carro agora e indo em direção a fraternidade para a festa do Evan. Eu estou vestida em um conjunto preto muito lindo e bem ousado (foto na capa). Chegamos, estacionamos o carro e já posso escutar os murmúrios e música alta. A casa está muito enfeitada, uma coisa não muito comum já que é uma festa de fraternidade mas creio que Evan não se segura e tem uma necessidade constante de aparecer.
     Eu e Syd passamos pela porta da frente, e eu acabo esbarrando em uns caras por estar distraída. A casa esta cheia e mesmo começando a pouco tempo já vejo várias pessoas bêbadas esparramadas no sofá.
Eu estou pensando em como há riscos na situação que estou me metendo com o britânico de olhos verdes. Às vezes fico pensando no porque de estar tão interessada em Hero, se eu já sei que depois tudo acaba, tudo magoa, a vida me mostrou isso muito bem e fez questão de esfregar na minha cara. Sei o quanto minha mãe sofreu, sei o quanto as pessoas podem ser más... infelizmente não consigo acreditar mais nesse tipo de coisa. O que hero tem para que eu entre numa história desse tipo, já conhecendo muito bem como elas terminam?
Ainda não vi Hero, então sigo para a cozinha com Sydney que já chega enchendo dois copos vermelhos com cerveja. Ela não perde tempo e hoje talvez eu também não queira perder, então logo dou um gole generoso na Corona em minhas mãos.

A cerveja já começou a fazer efeito depois de alguns copos e eu, Sydney e algumas meninas já estamos dançando loucamente na sala, sinto meu
corpo quente de calor pela dança, ainda mais com a quantidade de gente aqui dentro.
"Vamos dar um pausa na cozinha?" grito por cima da música para Sydney. "Vai lá, que jaja te encontro" Reviro os olhos para Syd que já está se esfregando com Shennon.
Vou sozinha até a cozinha e solto um suspiro assim que minhas mãos encontram o balcão. Coloco um pouco de água em um desses copos vermelhos e me viro de volta de onde vim mas dou de frente com o corpo masculino derrubando toda a água em uma camisa rosa pastel. Evan. Quem mais poderia ser?
"Olha só" ele me olha de cima a baixo "se não é nossa Jo" ele ri. Sua risada faz com que algumas pessoas nos observem e acabo ficando desconfortável.
"Deixa eu passar, Evan" tento me desviar mas ele empata meu caminho.
"Que isso, Jojo? fica aqui pra gente conversar"
ele se aproxima mais de mim. "Evan, eu sinceramente preciso encontrar a Sydney..." tento me desviar mas ele me interrompe "A Sydney tá muito ocupada agora, jojo" sua mão tenta agarrar meu braço e eu o olho com o ódio fervendo dentro de mim até que uma voz forte e masculina surge atrás de mim.
" Evan, sai de perto dela!"
Hero.
Meu corpo inteiro arrepiou, como nos filmes que eu jurava ser mentira. Todos olharam pra ele que vinha se aproximando da gente.
" Qual foi FT, acha mesmo que eu vou fazer alguma coisa com a sua namoradinha?" ele debocha.
"Ele não é meu namorado!" Eu tentei mesmo falar isso? Nem eu acreditei nas minhas próprias palavras, meu corpo não conseguia negar que eu queria ser a namorada dele.
"Você é um babaca Evan, cai fora daqui antes que eu arrebente sua cara" Hero esbraveja.
"Você tá bem, Jo?" Ele fala perto do meu ouvido pois a música está alta.
"Eu to legal, não esquenta." Me viro de costas e vou pra um sofazinho no outro cômodo. Minha mente tá tão confusa e estressada com tudo isso, com esses sentimentos, que nem eu sei bem quais são. Hero conseguiu me desestabilizar completamente, mesmo que eu tenha passado tempos construindo essa barreira, ele tem alguma coisa, ele é... acho que nem sei decifrar essa coisa estranha que ele causa. Uma das coisas que você tem que tomar cuidado quando se é uma pessoa intensa é justamente isso, essas coisas estranhas e sentimentos diferentes que parecem ser um conto de fadas que uma hora pode virar terror. Eu não posso acreditar em nenhum conto de fadas da minha cabeça.

       Já faz bem meia hora que estou largada nesse sofá e pensando seriamente em cair fora daqui. Estou me apoiando nos joelhos quando vejo um par de botas pretas paradas bem na minha frente.
"Quer dançar?" Ele fala mais alto que a música.
"Dançar?" eu dou risada. "Não sabia que você era de dançar, Hero Fiennes". levanto a cabeça pra olhá-lo.
Ele tá com aquele sorrisinho de canto indecifrável, misterioso e extremamente fofo ao mesmo tempo. Ah, fala sério, Hero! Qual seu poder secreto?
"Tem muita coisa que você não sabe sobre mim". Os olhos verdes e intensos me observam atentos.
"Eu não to muito afim, Hero. Pra ser bem sincera eu quero cair fora daqui" volto a me apoiar nos meus joelhos. Estou tentando ao máximo ficar longe dele pra conseguir pensar. "O que que tá acontecendo com você hein, Josephine? Mais cedo você simplesmente deu as costas pra mim e agora tá aí sozinha e me tratando como qualquer um".  Ele fala com um tom chateado e com um pouco de raiva. Sim, Hero, essa sou eu. 100% problema, eu também não entendo o que estou fazendo.
"Eu não to estranha, só to querendo ficar na minha". Tento parecer o mais tranquila possível, não quero que ele pense que estou sendo uma babaca. Ele tem mudado muita coisa aqui dentro.
"Se quer ficar na sua, não sei o que tá fazendo em uma festa! Só foi eu chegar e você mudou completamente. Mas quer saber? Eu to de saco cheio. Falou." Ele esbraveja e some entre as pessoas indo para outro cômodo. Merda. Nem eu to entendendo porque fiquei assim de uma hora pra outra. O medo me consome tanto, o medo de não ser o suficiente, de me entregar e de sentir tudo de novo, de me arriscar em mais uma história que a vida já me provou que diversas vezes não dá certo. Eu sou assim. Algo que era pra ser simples e fácil, se torna complicado e problemático, só pela minha pequena mente traumática e intensa.