Encontro.

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A jovem de cabelos totalmente pretos, como o breu da noite, olha no espelho retrovisor interno de seu carro uma última vez antes de descer com seu pai, Otho, como se chamava, tinha uma expressão triste e preocupada.

- Filha...

- Vai dar tudo certo papai. - o interrompeu. - Eu vou estar com você, e quando a cirurgia acabar, tudo voltará ao normal, vai ver. - garantiu.

- E quanto ao seu trabalho? - os olhos azuis cansados de Othon encontraram os da filha e quase não acreditou que sua filha, tão atarefada, havia deixado o trabalho pela quinta vez naquele mês para acompanhá-lo.

- O meu chefe me liberou por hoje e amanhã, não se preocupe com isso, agora vamos, o hospital está logo ali em frente, não vamos perder mais tempo. - a jovem tirou o cinto e abriu a porta, mas antes de descer foi surpreendida por um homem desconhecido, alto, forte, usava jaqueta de couro preta, calça e um coturno nos pés, seu estilo lhe chamou atenção, mas no mesmo instante a encheu de medo. Ele tinha uma aparência jovial e atraente, mas em seu olhar havia malícia e maldade.

- Aí velhote, desce. - olhou diretamente nos olhos do senhor, e Otho obedece quase instantaneamente.

- Não! Pai! - a jovem protesta. - O que você quer? - dirigiu os olhos para o estranho. - É dinheiro?
- pegou sua carteira dentro da bolsa já aberta. - O carro? Pode ficar com tudo, mas nos deixe sair em segurança. - ergueu as mãos para o ar em redenção.

- Sabe, na verdade eu estou com muita fome. - ao avaliar, viu um crachá pregado em sua farda no lado direito do peito, havia seu nome digitado "Hope Thorne" logo em cima o logotipo do jornal da cidade.

Hope sai do carro e olha para o possível assaltante, não viu qualquer arma, ou faca, pensou no que ele pretendia com aquilo.

Na tentativa de escapar e chamar a polícia ela corre na primeira oportunidade e grita para o pai correr também, olhou para trás pela segunda vez e berrou novamente para ele, mas Otho não tinha nenhuma expressão e nem se mexia, estava em choque.

O "assaltante" surgiu logo na frente da jovem magicamente. Assustada, ela cambaleia para trás e quase perde o equilíbrio em seu salto.

- Como você fez isso? - seus olhos se esbugalharam, enquanto ela recuava.

- Longa história amor. - um sorriso apareceu em seus lábios. - Hora de morrer.

- O que? Não, por favor...

- Fica quietinha aí e não grita. - ordenou.

- Não! - voltou a correr. - Socorro! - ela corria em direção ao pai, pegou em sua mão e o puxou em direção a saída. - Papai! Anda, temos que correr!

- Mas quê diabos! Por que os humanos são tão teimosos? - o estranho perguntou novamente surgindo em sua frente, desta vez a segurando pelos ombros com força.

- Do quê você está falando? - perguntou possessa de medo.

O estranho joga a jornalista no chão como quando faz com um objeto descartável, ela se arrasta no chão. Posteriormente alguns seguranças aparecem após ouvir os gritos, Hope vê neles uma oportunidade de saírem a salvo.

- O que está havendo aqui? - perguntou um deles.

- Nada, a garota só se desequilibrou e caiu, acredita? - a fez levantar com um só puxão. - Não foi mesmo Hope? - apertou um de seus braços com força.

- Não, por favor, me ajudem, ele é um louco. - negou puxando o braço da mão do estranho, tentativa vã de se soltar.

- Vamos garoto, venha agora mesmo conosco. - um deles tira o resolver da cintura em mira no estranho.

A prisioneira de Harry Griffin Onde histórias criam vida. Descubra agora