Um tempo.

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Harry a carregou até o chalé, Hope chorou copiosamente todo o caminho, a torção no tornozelo e o súbito medo de que fosse morrer a havia abalado profundamente, enquanto se afogava, viu toda a sua vida passar diante de seus olhos, o que havia feito de bom ou ruim? Harry a colocou deitada sobre o sofá e a viu chorar sem acusá-la ou criticá-la. Longos segundos se passaram e ela não parava.

- Eu vou resolver isso. - ele senta na ponta do sofá ao lado dos pés dela. Havia uma torção feia em seu pé, e nitidamente doía.

- Eu não fui uma boa filha. - soluçava.

- O que? Do que você está falando, eu achei que estivesse chorando por...

- Você não entende não é!? Você não tem família? Irmãos, mãe, pai? - levantou o corpo do sofá e se arrastou para trás, sentando-se com cuidado. - Há muito tempo eu não fico com o meu pai, exceto por esse mês, ele esteve muito doente e só o que me interessava era o trabalho e meu ex namorado, Dylan.

- Não pode se culpar por isso, você tem a sua vida e o seu pai...

- É um idoso que precisa de cuidados, e o que eu estava fazendo? Absolutamente nada.

- Você não parece uma má filha, me lembra meu irmão.

- Você tem irmão? - indagou curiosa.

- É, dois. - respondeu em automático.

- Você me lembra Jason. - suspirou. - Sempre querendo melhorar quando já está bom.

- Eu não sei de quem está falando, mas eu espero que ele não seja como você.

- Não, ele não é em nada parecido comigo, pelo contrário, é o oposto. - revirou os olhos.

- Ele também é como você? Um lobo?

- Sim. Mas não vem ao caso, agora eu quero saber o que diabos estava pensando quando decidiu fugir. - pegou seu tornozelo.

- Não, espera, espera. - puxava a perna.

- Isso vai doer. - posicionou as mãos em seu pé.

- Espe...

Antes que Hope pudesse protestar, Harry colocou o osso de volta para o lugar torcendo-o. O berro de dor foi incontrolável e ela voltou a chorar.

- Achava que eu não ia te achar? - franziu a testa. - Achei que fosse mais inteligente.

Hope grunhi e choraminga, enquanto lágrimas escapavam de seus olhos sem parar. O lobo levou as mãos para o local e a curou, evitando a forte dor que se prolonga naquele local

- Não tente fazer isso de novo, entendeu?

Ela balança a cabeça que sim, mais aliviada. Harry a conduz pela escadaria e abre a porta do quarto para que ela adentre.

- Eu realmente não tenho outra camisa para emprestar. - caminhou em direção ao guarda roupa do quarto e o abriu. Não tinha nada além de lençóis dobrados com cheiro de lençóis que foram guardados por muito tempo.

- Com certeza não vai querer usar esses lençóis. - fechou o guarda roupa.

- Não há como piorar...

- Tudo bem, é só uma noite. - tirou sua camisa molhada, revelando um tórax perfeito, másculo, e cheio de gominhos.

Por poucos instantes Hope esqueceu sua situação atual e tinha certeza de que havia babado. Embora Harry fosse o "diabo" em pessoa e o odiasse, não podia negar que era um "diabo" lindo e atraente.

- É, eu vou para o meu quarto. - disse desconcertado.

- Eu ainda odeio você, mas obrigada por ter me salvado. - agradeceu e ele pára no meio do caminho ao ouvi-la. - poderia ter me deixado morrer, mas não deixou.

A prisioneira de Harry Griffin Onde histórias criam vida. Descubra agora