Prólogo

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Ano 5017.

Continente asiático atual.

New Seoul, Coreia.
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O tempo se passou para a humanidade.

Sem recursos após um longo período de tempo, o ser humano precisou se adaptar e evoluir novamente, voltando a possuir seus instintos de sobrevivência em meio às sociedades em crise e decadência.

A essa nova espécie de humanos, demos o nome de Homo superstes, o homem que sobrevive.

O ser humano voltou a seus instintos mais primitivos, como a proteção, a sobrevivência, a identificação das classes hereditárias. Para isso, foram divididos seguindo o mesmo padrão de classificação das abelhas e dos lobos, conhecida como "sistema ABO".

Os seres humanos da espécie  Homo superstes são exatamente iguais aos seus agora extintos parentes Homo sapiens, porém possuem entre si uma classificação natural, distinguida pelo sangue, pelo cheiro que exalam, e pela aparência física.

Aos dominantes, com um odor forte e marcante, um timbre de voz controlador e uma presença que faz todos se curvarem, damos a classificação de Alfa.

Aos que possuem odor agradável, porém neutro, e se submetem apenas aos alfas, damos a classificação de Beta.

E aos submissos, mais frágeis e altamente sob a mercê dos controladores Alfas e Betas, damos a classificação de Ômega.

Cada classe possui um tipo de aroma diferente, variando de pessoa para pessoa, porém com alguns traços em comum: os Alfas possuem um odor forte, marcante e intenso, os Betas, um odor agradável e suave, enquanto os Ômegas possuem um tentador odor, normalmente adocicado, muito mais notado pelos Alfas.

Cada um possui sua função específica: os Alfas são responsáveis pela continuidade da espécie, as chances de um Alfa procriar são significativamente maiores que as dos Betas, numa porcentagem de quase 70% com uma mínima margem de erro de 0,3%.

Os Betas também procriam, porém são os principais responsáveis por manter o bom funcionamento da sociedade, sempre obedecendo a um Alfa.

Já os Ômegas também possuem a principal finalidade de procriar, porém as chances de procriação aumentam muito mais quando um Alfa cruza com um.

Alfas e Ômegas também podem criar Betas, porém apenas se o sangue for cruzado, porque, dentro de cada classificação, existe os chamados "Lúpus".

Estes são os "sangue puros", descendentes diretos dos primeiros seres humanos da nova espécie, que nunca cruzaram com um Beta.

Atualmente, existem poucos Lúpus, já que muitos não encontram seus parceiros ligados e cruzam com Betas.

Entre os Alfas e Ômegas, existem alguns pontos especiais, que os Betas não possuem.

O primeiro deles é a predestinação.

Todo Alfa possui um Ômega, mesmo com alguns anos de diferença, que é destinado a ele desde o momento em que ambos são concebidos. A maioria dos casais compatíveis consegue se encontrar em algum momento da vida.

O segundo, a Marca.

Os Alfas possuem um tipo de hormônio que é injetado nos Ômegas pelas presas, numa mordida profunda conhecida como "Marca". Ela é como uma união conjugal, porém muito mais intensa, ao ponto das duas partes correrem risco de morte caso seja quebrada.

O terceiro, os cios.

Ambos Alfas e Ômegas possuem períodos em que ficam mais férteis para a procriação, conhecido como cios. Eles variam de pessoa para pessoa. Durante um cio, ambas as partes ficam extremamente excitadas, loucos por sexo, e apenas se satisfazem se fizerem sexo com um oposto, seja Alfa ou Ômega. Os Betas até conseguem satisfazer um deles, porém por um período muito menor de tempo.

Por último, mas não menos importante, o atar.

Alfas machos possuem um sistema no órgão sexual que se prende dentro do Ômega, dando mais chances de uma ejaculação ser bem sucedida e o fecundar. Já as Alfas fêmeas possuem um sistema similar, mas que prende o órgão do parceiro dentro de si. Isso é o atar, dar nó.

Como uma peculiaridade de ambos, Ômegas machos podem engravidar de um Alfa macho, da mesma forma que uma Ômega fêmea pode engravidar de uma Alfa fêmea.

Uma outra peculiaridade: quando estão se aproximando da maturidade sexual, o primeiro cio, Alfas e Ômegas, principalmente os Ômegas, passam por um período similar à puberdade, em que o corpo de ambos muda para satisfazer os desejos do parceiro predestinado. Tudo é perfeito entre ambos: a altura é compatível, a idade, até mesmo os dois corpos se encaixando.

É um sistema de sobrevivência que foi a salvação da humanidade nos tempos de anarquia, já que os Alfas possuem um instinto de proteção, os Betas possuem uma inteligência incrível e os Ômegas possuem o cuidado e cautela necessários para o equilíbrio...

Isso até a crise recomeçar, pois de alguma forma, os Ômegas começaram a desaparecer.

Com um dos genes mais recessivos das três classes, os Ômegas são extremamente raros, ao ponto de raramente serem encontrados. A composição da atual sociedade possui um número mísero de Ômegas, com 57% de Betas, 32% de Alfas (pois estes dependem de Ômegas para nascer) e apenas 11% de Ômegas.

Se aproveitando desse fato, alguns Betas horrendos sequestram Ômegas para vender para Alfas desesperados, por um preço absurdo.

Várias leis contra isso foram criadas, porém o tráfico e comércio de Ômegas, embora ilegal, ainda é frequente.

O país mais conhecido por isso é a Coreia, que após séculos, foi unificada.

E é aqui que a história começa.

Fate (myg + kth)Onde histórias criam vida. Descubra agora