The Secrets of Middletown High School

Chapter 1

Chapter 1

                Sophie Collins
                    18/03/2018

 
   Despertei com o toque peculiar de meu celular me avisando que era hora de levantar, abri os olhos vagarosamente, a luz forte que vinha do lado de fora da minha janela me cegava, me virei para o outro, cogitando em minha mente faltar a aula, era quinta-feira, com certeza não haveria nada de muito importante na aula hoje, mas me lembrei que teria prova de espanhol, odiava provas, mas elas valiam vinte e cinco por cento da nota. Me levantei da cama e segui para o banheiro, molhei o rosto para despertar melhor, saí do banheiro, tirei meu pijama, coloquei uma roupa simples, peguei minha mochila e desci as escadas. Meus pais já estavam sentados a mesa no centro da cozinha tomando café, me juntei a eles,comecei a comer e ouvi um carro buzinando do lado de fora da casa, deve ser Henry.
- Tenho que ir.- Disse para meus pais, me despedi deles e saí de casa. Henry, Anne e Marcos estavam lá, no belo Opala 1968 vermelho e com listras pretas feitas a mão, entrei no carro e me sentei no banco de trás ao lado Marcos.
- Bom dia flor do dia.- Marcos cantarolou ao meu lado.- Está com uma cara péssima.- Finalizou ele.
- Eu sei, não consegui dormir bem essa noite.- Eu resmunguei, odiava não conseguir dormir. Ficamos todos em silêncio, o percurso até a escola não era longo, mas Henry fazia questão de nos levar todos os dias, era o único entre nós que tinha idade para dirigir. Fiquei olhando pela janela, o dia estava escuro, triste, não havia neve ou chuva, mas o ambiente estava pesado e sombrio. Quando paramos em frente a casa de Stella, ela já nos esperava do lado de fora. Sempre com suas roupas de cores fortes e vibrantes ela caminhou até o carro, entrou e se sentou do meu lado direito.
- Bom diaaa!- Ela disse, parecia animada.
- Bom dia.- Respondemos todos ao mesmo tempo. Um silêncio prazeroso se formou dentro do carro, e seguimos o percurso até a escola dessa forma. Fiquei distraída em meus pensamentos, perguntando a mim mesma o que seria cobrado na prova de espanhol.
- O que está acontecendo alí?- Anne perguntou chamando minha atenção para o amontoado de pessoas que se formava em frente ao colégio.
- Deve ser uma briga.- Henry disse. Deveria ser, de fato, uma briga, mas não parecia, normalmente quando alguém brigava na escola, as pessoas ao redor gritavam, mas nesse caso, estavam todos quietos, todos olhando para baixo em silêncio. Depois que Henry estacionou, saí do carro e me juntei às pessoas afim de descobrir o que estava acontecendo. Quando me aproximei e consegui ver através da multidão, dois homens com as palavras " Médico Legista" escritas nas jaquetas estavam colocando o corpo de Britney Peterson em um saco preto.
Eu conhecia Britney, ela era líder de torcida, uma das mais populares da escola, mas eu não conseguia compreender o que estava acontecendo, como ela havia sido morta?
- Disseram que ela foi atropelada.- Marcos disse, parecia ofegante, não havia percebido que ele se afastou.- Aparentemente um acidente. Disseram que um carro invadiu a calçada, atropelou ela, deu ré e saiu correndo.- Ele finalizou, Marcos sempre nos dava nota de tudo o que acontecia na escola, apesar de eu trabalhar no jornal da escola, não gostava de entrevistar pessoas, quase nunca fazia isso, na maior parte das vezes era Marcos, ele entrevistava e eu escrevia.
- Como assim "aparentemente"?- Stella perguntou. Outro fato sobre Marcos é que ele era muito paranóico, estava sempre criando teorias malucas sobre os acontecimentos.
- Vocês tem que adimitir que foi um acidente muito estranho e suspeito. E eu só estou repassando o que me disseram.- Marcos disse levantando as mãos em sinal de redenção.
- Pelo menos vão cancelar as aulas.- Henry disse.
- Credo Hanry, a garota morreu.- Stella disse.
- Eu sei, mas quero dormir um pouco mais antes de ir trabalhar.- Henry rebateu. Dentre nós, só Anne e Henry tinham um emprego fora da escola. Anne era auxiliar em escritório e Henry nunca nos dizia onde trabalhava. Stella sempre nos ajudava no jornal.
- Eu também queria poder voltar a dormir, mas é melhor eu ficar e escrever sobre o acidente de uma vez, assim não vou ter que fazer depois.- Eu disse.
- Entendi, vocês vêm?- Henry perguntou para Stella, Anne e Marcos.
- Eu não, vou ficar e ajudar a Sophie, também tenho que fotografar algumas coisas.- Marcos disse.
- Bom dia.- Rachel disse se aproximando de nós com seus longos cabelos amarelos balançando o vento. Rachel e eu éramos amigas desde o início do fundamental, mas acabamos nos afastando um pouco com o passar do tempo. Ela se tornou um líder de torcida e eu uma escritora de jornal.
- Bom dia.- Nós respondemos.
- Chegou cedo hoje?- Eu perguntei, Rechel sempre chegava atrasada em tudo que ia fazer.
- É. Eu tinha que encontrar as meninas da torcida, tínhamos uma apresentação pra hoje cedo e queríamos ensaiar um pouco antes.- Ela disse.- Triste o que aconteceu não é? Coitada da Britney, quer dizer, eu não conhecia ela muito bem, mas não desejaria o que ela passou a ninguém.- Rachel finalizou.
- É, muito triste. Eu estou indo, quero dormir um pouco antes de ir trabalhar.- Henry disse.
- Ainda não nos contou onde está trabalhando.- Anne disse para provoca-lo, Henry foi demitido do trabalho antigo pouco tempo antes da loja onde trabalhava fechar, mas não queria nos dizer onde estava trabalhando agora.
- Não é um lugar importante, estou indo, tchau pra vocês.- Henry respondeu e saiu andando, Anne e Stella foram atrás dele,nos despedimos e eles se foram.
- Eu também tenho que ir, vou me reunir com as meninas da torcida.- Rachel disse.- Tchau.

            ••••••

Me afastei do computador e me recostei na cadeira, fiquei encarando o que havia escrito, só tinham dois parágrafos, não estava com inspiração para escrever, talvez porque fosse difícil escrever sobre um acidente que não era um acidente. Quanto mais eu pensava sobre o que aconteceu, mais o que Marcos disse sobre não ter sido um acidente fazia sentido.
Eu não sabia quem tinha matado Britney, acidentalmente ou não e nem por que tinha feito isso, eu só sabia que, não importava o tempo que levasse, nem como eu faria, mas eu iria descobrir.