Chapter 6

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Chapter 6

                  Sophie Collins
                      19/03/2018

   Lágrimas escorreram pelo meu rosto, o desespero tomou conta de mim, sentia algo novo e estranhamente horrível, era uma sensação de dor, nojo e medo, queria loucamente gritar, mas não podia, era incapaz, não conseguia acreditar na cena que estava vendo. Era horrenda e doentia.
Haviam colocado na caixa de presente, a cabeça mutilada de minha gata, haviam matado ela, na caixa também tinha um pedaço de papel vermelho dobrado. O peguei em minhas e deixei a caixa de lado, desdobrei o papel vagarosamente, haviam letras de papel de jornal coladas uma por uma formando as seguintes palavras:

   "Não devia ter ido ao necrotério essa noite, srta. Collins.   PS; Feliz aniversário."

Dobrei o papel novamente e encarei o rosto de minha gata dentro da caixa, sua expressão era séria, seu olhos estavam fechados, o cheiro metálico do sangue dela invadiu minhas narinas, o nojo aumentou, meu estômago se revirou, tampei a caixa novamente e corri para o meu banheiro, parei, me abaixei e me apoiei na privada e coloquei para fora do meu corpo em forma de vômito tudo que eu havia comido no jantar.
Depois de escovar os dentes, saí do banheiro, não me sentia bem, era como se minha alma ou essência não estivesse no corpo que a conduzia, me sentei no chão, no canto do quarto, no espaço entre a porta e a parede, fiquei alí simplesmente, não havia nada há ser feito, nada que eu pudesse fazer. O medo me consumiu, alguém havia entrado no meu quarto, matado meu animal de estimação, arrancado sua cabeça, posto em uma caixa de presente, e deixado um bilhete escrito pra mim.
E se essa pessoa ainda estivesse na minha casa?
E se estivesse aguardando minha chegada para me matar?
E se tivesse machucado meus pais?
E se eu saísse para ver se estão bem e ele estivesse me esperando no corredor?
Me levantei bruscamente do chão e tranquei a porta do quarto, caminhei rapidamente até o outro lado do quarto e conferi, minha janela já estava trancada, corri até o banheiro e olhei em todos os lugares, não havia ninguém, tranquei a porta dele pelo lado de fora, me agachei no chão com medo, inclinei minha cabeça para o lado, não havia ninguém embaixo da minha cama, ninguém no meu quarto, ninguém no banheiro, ninguém.
Me deitei no chão ali mesmo, inclinei minha cabeça para o outro lado e encarei a noite através do vidro da minha janela, eu queria que o dia amanhecece, queria ver o sol e a luz novamente, queira ver vida, e se tivessem machucado meus pais? Essa ideia me perturbava, mas não podia sair do quarto, e se houvesse um assassino psicopata do outro lado da porta? Eu devia ficar alí e esperar o dia amanhecer.
As horas se arrastaram madrugada a dentro, a noite parecia não ter fim, o sol demorou a aparecer. Mas quando o dia amanheceu e eu tive que encarar o mundo lá fora, haviam me dado um motivo para usar preto aquela manhã.

           

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