Diário-Parte 1.

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Oi. Eu não faço ideia de como fazer isso. Nunca fui uma garota de escrever diários, então esse é o meu primeiro. Na verdade eu acho que se não fosse pela minha terapeuta eu nunca faria algo assim.

Bom, ela pediu para que eu começasse falando o porquê de eu estar escrevendo isso, então vamos lá.

Há uma semana atrás eu acordei em um quarto que até então nunca tinha visto na vida, ao lado da pessoa que eu mais abominava na época de escola. O caso foi que para mim eu ainda estava na época da escola, para mim eu ainda tinha 17 anos recém feitos e estava a caminho do último ano, mas na verdade eu acordei tendo 26 prestes a fazer 27 com um filho de quatro anos e casada com a pessoa que eu menos esperava. Ah, é, e grávida de seis semanas. Hoje completei sete.

É, eu esqueci dos últimos 10 anos da minha vida. Não me lembro da formatura de escola, festas de aniversário, muito menos de como me apaixonei por alguém que antes eu detestava, ou pelo menos achava, já que eu não teria me casado com alguém que eu odeio. Enfim, isso tudo é muito confuso, as únicas coisas que tem me ajudado a ver como foi minha vida são os milhares de álbuns que temos em casa.

Cada um deles tem um título e uma linda capa, as fotos de dentro me mostram o quão feliz eu fui nesses últimos anos. Queria entender o por que disse ter acontecido.

Por que eu tive que esquecer da minha vida? Por que tive que esquecer do nascimento do meu filho? Do meu casamento? De amar a pessoa que nesses últimos dias tem feito de tudo para me ajudar? Por que comigo?

O que deixa tudo aqui mais tranquilo é o Henry, meu filho, ainda não me sinto confortável de chamá-lo assim, mas ele tem sido a minha alegria no meio disso tudo. Ele é uma criança muito abençoada, mesmo com pouca idade quer estar perto de nós, quer nos ajudar de alguma forma. Ele me protege tanto sem nem mesmo perceber, acho que isso me ajuda a aceitar que ele realmente é meu filho, mesmo que eu não me lembre de nada dele. Ah, ele não faz ideia do que está acontecendo comigo, preferimos assim, seria difícil explicar para uma criança de quatro anos que a mãe dele não sabe quem ele é. Toda vez que ouço ele me chamar de "mamãe" ou chegar em casa da escola correndo para me contar o que aconteceu ou mostrar o novo passo de hip hop que aprendeu com o Josh, me da força para lutar, força para pelo menos aceitar que essa é a minha vida, porque eu meio que estou aceitando que não vou me lembrar de como isso tudo aconteceu.

Também tem o Bailey. Na época da escola, vulgo única época que eu me lembro, Bailey May era a pior pessoa daquele lugar, o típico jogador de futebol que tem tudo e todas aos seus pés. E eu por ser uma das únicas que nunca babou o ovo dele, sofria com ele me atazanando a vida. Todo santo dia ele fazia algo para me irritar, isso quando não tentava me convencer a ficar com ele. Graças a Deus ele sempre teve muito senso e nunca tentou me beijar a força, só tentava me convencer que não seria ruim beija-ló. As vezes tenho vontade de perguntar como nos aproximamos. Tenho a desconfiança de que foi depois do que aconteceu com a Any, irmã dele e minha melhor amiga. Não, eu não era melhor amiga dela antes, por isso estranhei quando ela me contou, mas hoje sinto uma conexão especial com ela e entendo porque e como nos aproximamos tanto.

Voltando ao Bailey, meus amigos sempre me dizem que eu não preciso tratar ele mal e eu concordo. Mas eu não me lembro desse Bailey, me lembro do Bailey que me trancava todo dia no laboratório de ciências só porque eu tinha medo daqueles bichos que ficavam nos potes. Do Bailey que todo dia ficava com uma garota diferente e partiu o coração de metade daquela escola. Do Bailey que só pensava em jogar futebol, ir a festas e ir à academia, mas pelo porte físico dele de hoje acho que ele nunca parou com o vício a academia. Então não é fácil pensar nele como marido, como alguém que eu escolhi passar o resto da minha vida junto, como alguém que eu escolhi para ser o pai dos meus filhos. Consegue entender? É difícil entender como eu me apaixonei pelo cara mais pegador e insuportável de toda aquela escola.

Se eu quero lembrar dele? Lógico. Mas já sei que isso é quase impossível, então só quero saber se posso me apaixonar por ele de novo. Dizem que um raio nunca cai duas vezes no mesmo lugar. Mas é se cair? Qual seria o problema?

Meus amigos também tem me ajudado e ver o quanto ele mudaram também ajuda. Krystian e Heyoon são conhecidos no grupo como os padrinhos ricos dos primeiros filhos. Todos os primeiros filhos de todos os casais do grupo tem os dois como padrinhos. Josh e Sofya, meus irmãos, seguiram o que sempre quiseram fazer, mas o fato da minha irmã que disse a vida inteira que não queria filhos ter adotado um foi algo que me assustou. Sina, Diarra e Hina foram para lados que eu não imaginava. Imaginava Sina lecionando em alguma escola infantil e não dançando; Diarra como cantora e não como atriz e modelo; e Hina como veterinária, já que ela dizia isso sempre. Os outros é bem complicado dizer, não era próxima deles na época que me lembro, mas posso dizer que todos são importantes para mim, mesmo que eu não me lembre de ter me aproximado deles, somente de Any, mas só porque ela me contou.

Enfim, acho que isso está bom. A terapeuta me disse para escrever o que sinto em relação aos acontecimentos recentes, então aqui está. Primeira parte do diário feita, agora preciso esperar um semana para escrever de novo, assim teria bastante coisa para falar. Então até semana que vem.


Tá, eu to mto boazinha com vcs. Mas só pq amo vcs.

Tive essa ideia essa semana, por isso resolvi postar antes do tempo que vou ficar sem postar por causa das provas. Aproveita pq não é sempre q isso acontece kkkkkk.

Enfim, a votação dos nomes do segundo baby Joaley continua no capítulo anterior até que eu poste o próximo, aí vai ser lá a partir daquele momento.

Um beijo, amo vcs e até o próximo capítulo (q agr eu realmente não sei quando vem) ❤️❤️❤️❤️

Please, remember me! || Joaley // CONCLUÍDOOnde histórias criam vida. Descubra agora