Please, remember me! || Joaley // CONCLUÍDO

O motivo.

14/08/2019

Pov. Joalin Loukamaa-May

Pego a caixa e vejo que não tem nada escrito nela, abro a mesma e vejo uma boneca. Uma bailarina, muita antiga. E o pior, eu me lembro dessa boneca.

-Amor? - Bailey me chama ao perceber que meus pensamentos foram para outro lugar, mais especificamente para o meu passado.

Olho para ele em pânico, não conseguia dizer nada, só sentia meus olhos encherem de água e meu pulmão clamar por ar. Bailey me segura de lado enquanto entramos em casa, ele me ajuda a sentar no sofá e vai levar Henry, ainda adormecido, para o quarto dele.

Essa bailarina foi o primeiro e único presente que Alex me deu, antes mesmo do meu nascimento. Minha mãe guardou e deixou que eu brincasse com ela quando mais nova, até eu descobrir de onde veio, ou melhor, de quem veio.

Acho que nunca vou me esquecer do dia que joguei a boneca no pequeno lago perto da escola, nunca mais queria ver, pensei que arremessando ela lá a água a levaria para longe e eu nunca mais precisaria olhá-la.

-Estrela? - estava tão perdida nos meus pensamentos que nem percebo Bailey agachado na minha frente segurando uma de minhas mãos.

-É dele. - responde baixo ainda com dificuldade para respirar ou falar com clareza - Ele...eu achei que...Eu joguei isso fora. Como...?

Nenhuma das minhas frases tinha um fim. Não conseguia me expressar e muito menos contar a ele o que era aquela boneca. Bailey percebeu e sentou no sofá do meu lado me abraçando e me permitindo chorar.

Não sei quanto tempo ficamos ali, só sei que o tempo inteiro eu estava chorando. Não sei se por raiva ou medo, mas as lágrimas eram intermináveis. Um tempo depois, Bailey me ajudou a ir até o quarto, me ajudou no banho e deitou comigo na cama, ainda tentando me acalmar.

Demorou, mas logo consegui dormir com um único desejo, de que amanhã eu acorde e isso tenha sido somente um pesadelo.

O que você está fazendo aqui?

-Não é óbvio, querida? Vim ver minha princesinha.

-Eu não sou nada sua! Você só serviu para me colocar nesse mundo, mas não foi responsável por mais nada.

-Ainda sou seu pai!

-NÃO É NÃO! Nem mesmo na minha certidão tem seu nome!

-Isso só porque a vadia da sua mãe não me deixou registra-la.

-NÃO CHAMA ELA ASSIM! Você não tem o direito de vir até onde eu trabalho e dizer essa atrocidade sobre a minha mãe. Não sei nem porque permiti que você falasse comigo!

-Só me ajude numa coisinha e eu vou embora para sempre.

-E eu nunca mais vou ouvir falar de você?

-Nunca mais.

Acordo assustada e tremendo, me sento rapidamente na cama, tão rápido que sinto minha cabeça girar e uma leve pontada na barriga que me fazem levar as mãos diretamente a esses lugares.

De novo esse sonho. Há algumas semanas sonhei com a mesma coisa, mas dessa vez tinha algo de diferente.

-Joalin? O que houve? - Bailey pergunta ainda meio sonolento.

-Um pesadelo. Mas não foi nada demais. - minto. Sei que deveria contar para ele, mas preciso ter certeza de uma coisa antes.

-Tem certeza? Você está tremendo. - ele diz pegando na minha mão que antes estava na minha cabeça.