Capítulo 1: Adoção.

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Nota do Autor: Os primeiros capítulos serão mais curtos, tentarei trazer alguns maiores no futuro. Se gostarem, não esquecem de deixar seu voto ou um comentário com sua opinião. Críticas construtivas são bem-vindas.


Em uma área pequena e longínqua do Universo-27 podia-se ver uma grande nave espacial, modelada como se fosse um local onde muitos desejariam passar suas vidas. Dentro dela havia uma miríade de corredores e salas, todos protegidos por não menos que dois guardas altamente equipados.

Em uma destas salas encontrava-se o comandante daquele local e pessoas, Seraph Calamitous, o único sobrevivente de uma terrível e sangrenta insurreição que havia ocorrido há 24 anos no planeta onde os antigos rei e rainha Calamitous reinavam, tirando as vidas dos mesmos e deixando o recém-nascido Seraph nas mãos dos camponeses, longe dos olhos de Ezequiel Polymorph, o líder da revolução.

O monarca olhava para o espaço aberto, fixado em uma pequena cidade à distância. Ao mesmo tempo, discutia com Sombra, uma entidade invisível a terceiros, que havia se prendido a ele, servindo como conselheiro para o homem. Infelizmente, os dois eram de fortes opiniões e não baixavam suas guardas, causando diversas discussões.

"Isso é loucura. Nem sei o porquê de ter concordado traçar curso para cá. Eu já me decidi, não vou adotar uma criança, Sombra." Tirou o olhar do vidro, fitando o conselheiro com um olhar frio.

"O que isso vai te custar? Se o seu plano de criar um híper-soldado não der certo você pode simplesmente matar o pestinha depois, não é como se você já não tivesse feito pior." Rebateu.

Argumentos foram jogados de um para o outro, terminando na decisão de que Seraph iria adotar um jovem do orfanato da cidade vizinha e, caso os planos não dessem certo, o monarca iria abandoná-lo em um planeta aleatório, já que não teria coragem de diretamente matar. Seraph nunca havia matado, apenas ordenado execuções, ele não tinha coragem de tirar uma vida com as próprias mãos e se convencia de que se ele fizesse apenas as ações que levassem à morte do indivíduo, a culpa não seria dele. No fundo de seu coração, o monarca sabia o quão errado estava, mas não admitiria a falha em seu raciocínio.

Tomando uma nave menor e menos intimidadora, o homem seguiu para o ponto de atraque, onde deixou o meio de locomoção e seguiu para o orfanato. Era um lugar velho, empoeirado e frágil, dava a impressão que se uma brisa um tanto forte batesse, desmoronaria em um instante.

Na entrada foi recebido pela cuidadora do local, uma velha senhora, que o deu um sorriso com seus dentes já amarelados pelo tempo e mostrou o local para o homem que a seguiu educadamente através da instalação, tendo leves vislumbres das crianças que lá moravam.

Apenas uma tomou seu interesse. Era um menino de cabelos castanhos e olhos verdes como esmeraldas, não devia ter mais de 10 anos. Este ficava deitado em sua cama, escrevendo em um caderno de anotações que, definitivamente, já havia tido dias melhores. O jovem nem notava o tempo passar, apenas escrevia e rabiscava o papel. Ele era o candidato perfeito.

Seu nome era Vinicius, Vinicius Coldblood.


Olhos VermelhosWhere stories live. Discover now