My Little Psycho

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-Até mais tarde, filho. E boa sorte.- Ela me deu um beijo na testa e foi para o carro.

-Até, mãe...- Suspirei alto. Hoje é meu primeiro dia de trabalho. E eu estou nervoso? HAHAHAHAHAHA talvez eu esteja, sim. Agora eu tenho aula. Já que só começo à tarde. Como os biscoitos normalmente e saio de casa pensando. Está tudo bem. É só a garota de onze anos. Que não gosta de seguir muitas ordens, tem muitos brinquedos, sobe no telhado e... Bem, melhor parar de pensar nisso.

-Bom dia, Nathan! Como foi seu fim de semana?- Kelly me faz uma saudação animada balançando a mão. Ela é uma amiga que estuda comigo desde o ano retrasado.

-Foi... Não vou mentir, foi complicado.

-Ah, você foi visitar seu pai no hospital, né? Sinto muito, eu esqueci.- Se desculpa. Sorri.

-Não tem problema. Na verdade eu vou começar a trabalhar, agora.- Ela piscou algumas vezes.

-Como? Você só tem dezesseis anos! Seus pais decidiram isso???

-Não, quem decidiu fui eu mesmo. Eu preciso fazer isso pelos meus motivos. Não é necessário que você entenda, obrigada por se preocupar.

-Oh, mas... Bem, então ok. E onde você vai trabalhar? Eu posso te visitar as vezes, e talvez...

-Ah, não. Não acho que você deva fazer isso antes de eu conseguir mais a confiança da minha patroa. Eu vou começar hoje, e a filha dela pode achar invasivo.

-Patroa? Uma mulher? Filha? Outra garota?- Ela pergunta intrigada. Eu a encaro confuso. Kelly é tão estranha as vezes.

-Sim? Algo de errado, Kelly?

-Ah, não. Não é nada, é só que... Você vai trabalhar de babá?

-Vou sim. Em um lugar meio afastado daqui.- Ela adquiriu uma expressão perturbada.

-Não entendo seus motivos, mas vocês acha que... Sei lá... Acha que isso vai dar certo? Tipo, você nunca trabalhou e ainda está no ensino médio. Isso não vai, de alguma forma, te distrair?- Ela pergunta. É sempre tão preocupada com tudo que eu faço. Até mais que minha mãe.

-Não acho isso. Eu dou conta, é só uma garota de onze anos. A mãe dela fica fora o dia todo, e só chega na hora de eu ir embora. Não vai ser tão difícil.

-Ah, a menina tem onze anos? Ah, que bom eu... Eh, isso é mais tranquilizante. Quer dizer, não deve dar muito trabalho.

-É. E pelo que a mãe me disse é bem calma e bem independente. Só precisa de um pouco de cuidado. Ela só tem um... Uma boa quantidade de vontade própria. Não tem hora pra dormir ou pra qualquer outra coisa.

-Não??? Ué, como assim???

-É complicado, como eu te disse. Vamos entrar?- Ela afirma e nós entramos, saindo da frente do portão já que mais estudantes estavam chegando.

°•° • ° •°•°

-Bem, até mais Nat. Você não quer mesmo que eu te acompanhe? Eu posso te fazer um lanche rápido pra você não ir sem comer.- Ela disse já do lado de fora da casa em frente a porta.

-Ah, não precisa, Kel. Eu não estou com fome. Além do mais vocês precisa ir, obrigada pela ajuda com física de partículas.

-Sabe que nós poderíamos ter feito mais coisa, né?- Ela sorri.

-Hm?- Perguntei tentando entende-la. Ela é tão gentil. Sempre tenta me ajudar com tudo e eu não a entendo.

-Ah, você não... Quero dizer... Tipo ter estudado outras matérias ou feito o dever de casa juntos. Sabe, por ajuda.- Ela olha para o lado, parecendo desconfortável.

-Ah, você poderia ter dito isso. Da próxima, quem sabe quando eu não tiver que ir trabalhar, nós podemos fazer isso. Minha mãe pode estar em casa e ajudar agente.

-A... A sua mãe?... Eh, claro, por que não? Bem, até mais. E boa sorte lá, no seu emprego.- Ela acena e vai andando até a calçada. Digo tchau e fecho a porta. Bom, é agora. Pelo pai, Nathan. Pelo pai. DEIXA DE SER COVARDE! ah, não tem jeito.

Fecho o casaco e ponho o celular no bolso. Suspiro e tranco a porta, pondo a chave no vazo de plantas atrás do pequeno muro. Ponho a touca e vou saindo. Entro no carro e Yago dirigi por uns 22 minutos até chegarmos ao lugar realmente isolado onde ficava a casa. Uma casa enorme. Era tipo uma mansão no meio do nada.

-Obrigada, Yago. Desculpe-me se passou do tempo que eu esperava.- Disse ao lado da janela do carro assim que abri a porta para sair.

-Sem problemas, garoto. Eu ainda estou no meu horário de serviço. Até amanhã, Nathan.- Ela vai dando ré no carro.

-Até amanhã, Yago.- Olho para a casa. Parece um castelo mal assombrado. Mas é bem bonito. Tem uma aparência um pouco rústica, mas é bonito. Minha boca seca instantâneamente quando a porta da frente se abre, dando passagem a uma mulher de cabelos compridos e ondulados castanhos escuros. Usava terno preto e vermelho, e saltos altos cor de vinho.

-Ah, você chegou mesmo. Olá senhor O'keefe. É um prazer, e obrigada por chegar um pouco mais cedo. Assim teremos mais tempo para conhecer a casa e te apresentar Nele.- Ela me cumprimenta com um aperto de mão, e sorri apontando para a porta. Eu realmente cheguei cedo, levando 22 minutos para chegar aqui???–Bem, vamos entrar. Terei de sair logo, logo. E Nele deve estar chegando da escola agora. Você provavelmente chegará antes dela aqui, então ela pode estranhar um pouco no começo e até se assustar. Mas sem preocupação que ela irá se acostumar. As outras babás chegavam sempre bem mais cedo.

–Ah... Claro. Entendi.- Sigo ela enquanto essa me mostra a sala de estar, a sala de jantar, o banheiro da casa e a varanda. E isso foi só no primeiro andar. No segundo andar ficavam os três quartos, mais um banheiro e outra sacada com churrasqueira.
Eu estava pasmo. Como uma casa pode ser tão grande por dentro? Levamos mais de 18 minutos pra ver tudo. Me imaginei correndo atrás da garota pela casa, caso haja necessidade. Meu Deus. Sem contar a varanda.

–Bem, é isso.- Ela para de falar quando ouve o som de algum auto móvel parando em frente a casa.–Olha só, Nele chegou. Ainda tenho 6 minutos, acho que dá tempo. Vamos te apresentar a ela.- Ela se vira e vai descendo as escadas.

–Claro...!- Sigo ela. Estou nervoso? Não... Nervosismo não é nem o começo do que eu estou sentindo. Acho que vou vomitar e desmaiar.

–Nele, filha!- Ela chama a menina, que fecha a porta e se vira. Ela é...

–Olá mãe. Você está... Ah...?! quem é esse garoto?- Ela pergunta, e sinto uma náusea de repente. Essa garota tem onze anos?! Nem aqui nem na Coreia do norte! Como pode? Ela é muito linda.

–Esse garoto é sua nova babá. Agora preciso ir. Até mais tarde.