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Saí do banho, vendo o quarto vazio e escutando algumas vozes vindo da sala.
Saí do quarto e vi Zach jogando UNO com Reese e Ryan. Reese se levantou do chão e pulava e comemorava por ter ganhado uma partida. Zach e Ryan riam com a reação da garota ao ganhar.

— Vem jogar, Sam. Reese acabou de ganhar. — Falou Zach. Me juntei a eles e logo começamos a jogar.

O clima daquela casa era agradável. Era bom ouvir as risadas e a agitação deles.
Era bom se sentir confortável lá.

À noite, os pais de Zach chegaram e eles são incríveis. Ajudei a mãe de Zach a preparar a janta, enquanto o garoto ficava em volta nos fazendo rir.

Jantamos e conversamos um pouco mais. Logo Zach arrumou um colchão para ele dormir.

— Eu durmo no colchão. Não tem problema. — Falei vendo o garoto se sentar no colchão.

— Por favor, durma na cama. É melhor pra você. — Sorriu meigo. Eu adorava o sorriso contagiante daquele garoto. — Você está melhor?

— Muito. Obrigado por tudo. Sua família é incrível.

— Obrigado. Agora você sabe que é bem vinda na minha casa, pode vir quando quiser. — Sorri fraco.
Tudo que vivi hoje, me fez lembrar de como eu vivia com minha mãe e com meu pai. A casa era mais bonita e mais divertida com ele.
Logo lembrei de que isso nunca mais vai acontecer comigo.

— Quer conversar sobre algo? — Falou chamando minha atenção.

— Me pergunto se minha mãe está preocupada comigo ou se está arrependida de ter me tirado de casa... — Falei, mexendo em meus dedos.

— Você vai descobrir quando voltar. Tente conversar com ela quando chegar e tente resolver tudo. — Assenti e logo o garoto segurou minha mão. — Mas se não adiantar, saiba que eu vou estar com você, sempre. — Falou, me fazendo sentir o embargo na garganta. — Claro, você tem o Daniel agora mas, quando precisar, eu vou estar aqui, esperando você. — Sorri fraco e o abracei forte. Em forma de agradecimento por tudo que fez por mim até agora.

Deitei na cama e o mesmo desligou a luz.
Ele pegou em minha mão, que estava para fora das cobertas, e deitou no colchão. Ficamos ali por um bom tempo, de mãos dadas até pegar no sono.

***

Hoje era segunda. Dia de aula. Acordei uma hora antes do horário normal em que acordo para poder ir até minha casa e me arrumar pra ir a escola.
Não queria acordar Zach, mas acabou sendo falho quando pisei no mesmo. Esqueci que ele estava daquele lado, dormindo no colchão.

— Me desculpa, eu não quis te acordar. — Sussurrei.

— Tudo bem, você já vai? — Falou se sentando e esfregando os olhos.

— Acho que sim, tenho que me arrumar ainda.

Zach abriu a porta de sua casa e logo eu saí com as minhas roupas de ontem nas mãos. Elas estavam limpas, pois a Sra. Herron lavou quando eu estava brincando com Reese de boneca.

— Obrigado de novo, Zach.

— Tudo bem, te vejo na escola. — Falou logo me dando um abraço apertado.

Saí correndo pelas ruas e quando estava quase perto de casa, senti um nervosismo intenso. Como se algo ruim estivesse prestes a acontecer.

Suspirei fundo e bati na porta, não deu muito tempo até a mais velha abrir para mim.

— Sammy! — Falou me abraçando com força e chorando em meu ombro. Não deu muito tempo, para eu chorar também.
Não foi bem assim que eu imaginava ser recebida de volta.

— Eu sinto muito, filha! Eu fui uma idiota por ter te tirado de casa daquele jeito. Eu liguei pra você, mas seu celular estava em casa...

— Tudo bem, mãe.

— Onde estava.

— Na casa de um amigo. — Falei e a mesma sorriu ao acariciar meus cabelos.

— Que bom que está bem. — Sorri de volta.

Entrei dentro de meu quarto vendo o maldito celular em cima da cama. Liguei o mesmo e como o esperado, havia 32 ligações de minha mãe e 24 de... Daniel. A última mensagem estava com um "Me ligue quando puder, estou preocupado..."

Senti um aperto no coração. Eu sou a pior namorada que alguém pode ter.

"Oi Dan. Desculpa não responder"
"Passe aqui em casa, antes das aulas para nós conversarmos melhor" .

Pensei em colocar "Eu te amo", mas o mesmo pode estar bravo, triste ou algo do tipo. Então achei melhor não escrever mais nada.

Desci as escadas, abri a porta e lá estava ele.
Abracei o garoto com força e lhe dei um selinho.

— Por que não me respondeu? O que está acontecendo? — Perguntava.

— Você é o Daniel? — Escutei minha mãe.
Congelei na hora enquanto Daniel parecia tranquilo.

— Sim, sou eu. — Falou. Minha mãe sorriu e colocou a mão em meu ombro.

— Sam não contou que namorava você.  — Me encarou, eu engoli a seco.

— Eu ia conversar com você sobre isso. — Falei, vendo a mesma sorrir.

— Tudo bem. Você parece ser um ótimo rapaz. — Fiquei surpresa. Nunca imaginei ela falando isso.

— O-obrigado. — Respondeu o garoto, que também parecia surpreso.

— Tenham uma boa aula. Se quiser almoçar com a gente, Daniel, estará bem vindo. — Falou a mulher.
Me despedi dela e saí de casa junto com Dan.

— O que foi isso? — Falou ele. — Eu não estou entendendo nada, o que aconteceu com você, que não respondeu minhas mensagens? Eu fiz algo de errado?

— Não, Daniel. Eu apenas... Discuti com ela ontem e não quis falar com ninguém. Só isso...

Eu não queria falar sobre ter ido até Zach. Seria uma péssima idéia falar sobre isso.

— Está melhor agora?

— Estou.

— Tem certeza? — Perguntou novamente. Engoli a seco.
Eu estava nervosa, não queria mentir para ele.

— Sim, estou bem. — Peguei sua mão.

Não é necessário falar que estava na casa de Zach. Isso só vai arrumar briga entre a gente e eu não quero brigar agora, no começo de nosso namoro.

Sempre Ao Seu Lado • Daniel Seavey Onde histórias criam vida. Descubra agora