Semanas se passaram desde o incidente do chocolate e (S/N) tem ficado ainda mais atenta. Não sei porque, é apenas chocolate e criança adora doces independente de ser muito nova ou não. Ela me deu uma bronca e disse que só pretendia dar chocolate pra ele quando Kwang-Sun completasse 4 anos, o que eu acho um exagero. Enfim, ela ficou realmente chateada, dizia que alguém da idade dele não pode comer chocolate assim porque quando começa não quer parar mais. Nessa parte eu concordo, Kwang-Sun comeu duas barras grandes inteiras durante o ensaio e chorou muito quando eu não deixei ele comer mais ( Eu logicamente não contei essa parte pra (S/N) ).Solto um pesado suspiro e volto meus olhos para o céu azul. Está tão limpo, sem nuvens para cobrir o sol mas ao mesmo tempo está fresco.
- Espero ter conseguido comprar tudo que a (S/N) queria. -- Murmuro para mim mesmo temendo ter esquecido algo no mercado.
Durante minha caminhada de volta pra casa percebo no outro lado da rua, bem na esquina mesmo, uma floricultura. Ela abriu a mais ou menos uns três dias, eu acho..
De qualquer forma, quanto tempo eu não dou flores para a (S/N)? Acho que a última vez que isso aconteceu foi a uns três ou quatro meses antes de ela ir embora... Por que não surpreende-la?
Sem pensar muito, caminho até a floricultura.
XxX
//Pov (S/N)//
Hoje penso em fazer a comida preferida do Jihoon, sabe, pra compensar a dura que eu dei nele no dia do chocolate. Ainda não acredito que ele permitiu que os meninos dessem esse veneno para o meu bebê, agora Kwang-Sun vive pedindo por chocolate. Mas mesmo assim eu não devia ter sido tão dura, até porque ele não sabia, por isso vou tentar me redimir.
Estava brincando com Kwang-Sun na sala quando escuto o barulho da porta e na mesma hora vou recepciona-lo e fico surpresa com a visão que tive. Junto com as sacolas de compras um lindo buquê de lírios coloridos ( Ou qualquer outra flor que gostem) jazia em suas mãos. Tão lindo, e não falo apenas das flores.
- Jihoonie... -- Eu não sei o que dizer, são simples gestos assim que me deixam sem palavras. Ele põe as sacolas de compras no chão e caminham lentamente até mim com aquele sorriso fofo no rosto.
- Eu espero que ainda sejam suas preferidas. -- Diz soando um pouco nervoso. Tão fofo!
Pego o buquê de seus braços sorrindo levemente e um pouco emocionada.
- Muito tempo não? -- Ele pergunta e logo entendo o que ele quer dizer.
Alguns meses antes de terminarmos e eu voltar para o meu país, Jihoon me trazia flores sempre que vinha me visitar. Quando não podia vir no dia e nem no horário combinado ele mandava entregar. Foi um gesto tão lindo que quase chorei.
- Sim, muito tempo. -- Respondo com a voz um pouco embargada antes de lhe dar um profundo beijo que logo foi correspondido.
XxX
Jihoon volta ao quarto novamente após ter saído a cinco minutos com um olhar mais aflito e preocupado que antes, logo também me preocupo.
- Como ele está? -- Pergunto nervosa já que a resposta veio só depois de um longo silêncio.
- A febre aumentou. -- Respondeu me abraçando com a respiração pesada.
Já me acostumei com essas "pequenas" emergências na criação de um filho, mas o Jihoon não, e seus olhos logo começam a lacrimejar, mesmo que ele não derrame nenhuma lágrima. Mas eu também estou muito preocupada, não como ele, mais ainda assim preocupada.
- Se arruma, rápido! Vou chamar um táxi. -- Ordeno me soltando suavemente de seus braços e indo até a cômoda procurando algo.
- O que você está fazendo? -- pergunta com uma sombrancelha arqueada , porém obedece minha ordem.
- Estou procurando os documentos do Kwang-Sun, vamos leva-lo ao hospital! -- Saio logo após minha resposta sem sequer lhe dar chance de argumentar.
Quando chego ao quarto de Kwang-Sun o encontro deitado na cama respirando pesadamente por conta da febre que realmente está alta. O pego lentamente nos braços vendo uma careta de dor se formar em seu rosto, mas ainda assim se agarrou fortemente à mim como um pequeno coala. Meu coalinha....
- Mamãe, desculpa.. -- Diz com a voz um pouco fraca. Isso me parte o coração.
- Não meu amor, a culpa não é sua. Vai ficar tudo bem. -- Respondo tentando convence-lo disso e ele responde com um leve aceno de cabeça, e começo a agasalha--lo.
Não consigo evitar não me sentir culpada por isso. As diferença entre a Coréia e o Brasil nesta época do ano são muito drásticas e, de certa forma, ele não estava preparado para isso. Posso estar errada e tudo isso ser apenas um resfriado, mas estou temendo ser uma gripe. Na idade de Kwang-Sun esse tipo de coisa é muito perigosa e sua febre só aumenta.
Quando término de organizar ele e suas coisas em sua mochila corro para a sala com ele em meu colo e saio a procura do meu telefone. Lá encontro Jihoon já devidamente pronto e logo pega Kwang-Sun do meu colo, que se agarra fortemente ao pai também pedindo desculpas. Jihoon me olha com uma interrogação estampada em seu rosto.
Embora Kwang-Sun tenha aprendido um pouco do alfabeto coreano, ele ainda não sabe falar algumas palavras e nem formar frases. Jihoon obviamente não entendeu nada mas era claro que ele se sentiu mal.
XxX
Hoje decidimos ir ao parque. Kwang-Sun melhorou então precisamos comemorar, e dessa vez será em família. Bem, família e mais algumas fãs do Jihoon que insistem em para-lo para tirar algumas fotos e bater um " curto papo". E Jihoon, como é muito inocente e gentil, quase deixou uma desconhecida segurar o MEU filho. Ainda bem que cheguei a tempo e o levei para tomar um sorvete enquanto as fãs de Jihoon pareciam que estavam fazendo uma sessão de fotos com ele.
Quando percebi que faltava apenas uma garota para tirar foto e autógrafo decidi voltar, e quando fico próxima o suficiente consigo ouvir a última parte do café.
" Oppa, quando você vai terminar com a sua namorada? " e Jihoon riu com aquilo como se fosse uma piada enquanto eu não escondia minha indignação.
" Desculpe, mas ninguém começa um relacionamento pensando em quando vai termina-lo. Eu amo muito minhas fãs, e sou muito grato a tudo que fizeram por mim e pelo grupo, mas se minha felicidade está na (S/N) não vou terminar com ela, seria como se eu estivesse dizendo adeus a minha alma e desistindo daquilo que me faz feliz. " ele responde compreensível e carinhoso e o sorriso da garota se desfaz aos poucos, " Claro que se ela quiser ir embora, não vou obriga-la a ficar. Quando isso acontecer vocês serão as primeiras a saber porque com certeza estarei muito depressivo", suas palavras foram tão fofas que não consegui ficar com raiva. Até a fã ficou comovida e não conseguiu não sorrir antes de ir embora.
Quando ela estava longe o suficiente pulei em cima do Jihoon lhe dando um abraço, este que teve que se equilibrar rapidamente para que os dois não caíssem e fossem beijar o chão. Quando nos aquilibramos, rimos da nossa quase vergonha público.
- Eu te amo. -- Digo acariciando seu rosto levemente.
Isso parece pega-lo de surpresa já que, a princípio, seus olhos ficam arregalados e só depois de processar a frase ele sorri docemente para mim. Estávamos nós dois em nosso próprio mundo até sermos interrompidos por um Kwang-Sun lambuzado de sorvete. Tinha até esquecido que ele estava ali. Jihoonie o pega no colo e lhe da um beijo na testa.
- Eu amo vocês dois. Muito. -- Fala me dando um selinho em seguida.
Espero que tenham gostado.
Até uma próxima!
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Meu Anjo - Imagine Jihoon
FanfictionEu a amo tanto, tanto que dói. Dói vê-la partir e dói muito vê-la chorar. Ironicamente eu sou o motivo de suas lágrimas, a culpa é minha afinal. Eu quero ela de volta, de volta aos meus braços de onde nunca devia ter saído... OBS: Essa história tam...