Kate
Cheguei à lanchonete, estacionei o carro e entrei no lugar com passos rápidos. Escolhi uma mesa mais afastada, no fundo do salão, e me sentei.
— Aqui está o cardápio — disse uma moça simpática, entregando com um sorriso.
— Obrigada. — Sorri de volta, lembrando que saí de casa sem almoçar. — Vou querer um hambúrguer e um milk-shake.
Ela anotou o pedido com eficiência e se afastou.
Respirei fundo. A imagem da mãe do Nathan não saía da minha cabeça. Provavelmente estava decepcionada com minha saída repentina. Eu ligaria depois... precisava me desculpar.
— Saudades? — perguntou uma voz familiar, me tirando dos pensamentos.
Levantei os olhos. Sorri.
— Muitas. — Me levantei e a abracei com força.
— Também senti sua falta, Kate. Como você está? — Jessie perguntou enquanto nos sentávamos.
— Estou bem... e você?
— Indo, como sempre. — Ela tentou sorrir, mas logo ficou séria. — Não tenho boas notícias.
— Pode falar. — Nesse momento, a atendente voltou com meu pedido. — Obrigada — agradeci e esperei ela se afastar.
— Seu pai está começando a desconfiar de mim. Vou precisar sair de lá.
Meu estômago se revirou. — Mas eu preciso de você lá, Jessie.
— Ele não engoliu a ideia de você estar morando com o Miller. E quando descobrir o que você realmente está fazendo... é bem provável que tente te matar.
— Ele que escolheu esse caminho, Jessie — falei com frieza.
— E você tem certeza de que quer seguir com isso?
— Absoluta. Eu vou acabar com ele. De uma vez por todas.
Ela me olhou com pesar.
— Posso te dar cobertura por mais um mês. Depois disso, só consigo te ajudar por fora. Sem apoio do sistema.
— Sempre soube que podia contar com você.
— Fazer o quê, né? Te amo demais, amiga.
— Eu sei — sorri.
— Convencida.
— Continua me mandando os arquivos do FBI. Vou tentar invadir o sistema, mas acho que eles já me tiraram o acesso.
— Tiraram, sim. Verifiquei semana passada.
— O Nathan tem um amigo bom com computadores. Posso tentar falar com ele.
— Você já contou pra ele?
Hesitei. — Ainda não.
— E vai contar?
Suspirei. — Jessie... não sei.
— Ele precisa saber, Kate. Você vai acabar se ferrando sozinha.
Assenti, mas sem dizer nada.
Ficamos ali conversando por mais um tempo. Jessie era minha melhor amiga. Minha única amiga real, na verdade. Confiava nela de olhos fechados. Quando nos despedimos, fui direto para o carro. Liguei o motor e saí da lanchonete, mas logo percebi algo estranho: um carro preto estava me seguindo.
Meus instintos gritaram. Fiz algumas manobras para despistar, virei em ruas aleatórias, mas o carro continuava atrás de mim.
Peguei o celular no banco do passageiro e disquei o número do Ryan.

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Nas Mãos do Destino [Versão Atualizada]
Teen FictionDuas almas marcadas. Dois caminhos opostos. Um mesmo alvo. Kate Cooper, agente do FBI. Nathan Miller, traficante cruel. Ambos jovens. Ambos perigosos. Ambos com um passado que grita por vingança. Quando o destino cruza seus caminhos, o caos se insta...