início

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Carolina tem uma vontade, daquelas que ela guarda só para si, tão secreta que nem um autor onisciente tem ciência. E, um belo dia essa moça arretada em aproveitar sua juventude, com aquele molejo de andar confiante, no parque da cidade, avistou meio de longe um garoto que mais tarde descobriria o nome.

Como esse menino veio disputar a atenção de Carolina que até então estava voltada para ela própria é algo realmente curioso... Foi aí que Carolina, para si mesmo, disse: "pronto!" e deu uma risadinha meio silenciosa e bem gostosa de se ver.

Os observadores mais atentos diriam que era um riso que vem da graça de sua própria consciência, tanto que não há estímulo externo tem somente uma relação indireta sobre o que vira a se proceder em sua cabeça, que possa traze-lo para a boca e face ruborizada de Carolina, só mesmo um desejo recém descoberto.

Ela continuou andando, sem dar meia volta, meio envergonhada e tomada por uma sensação esquisita - uma queimação de sua pele, uma confusão de pensamentos e um prazer disso. Então de olhos no chão foi seguindo em linha torta. Enquanto isso ouvia-se um assobio autoral, duma boca desejada e invisível pertencente a pessoa que pairava ali no meio da calçada, alheia aos semelhantes, aos sons dissonantes e absorvido pela natureza. Ignorado pelos seus semelhantes, ou seja, no máximo causando um certo estranhamento, mas não em Carolina que foi pega por sua composição e levada a um estado de estase, nunca sentido antes.

A cena era essa. 

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⏰ Last updated: Nov 24, 2019 ⏰

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