Reencontros

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Ato 8

Como Chou Tzuyu poderia olhar nos pequeninos olhos de Kim Dahyun e dizer que sua amiga, Myoui Mina, realmente havia se jogado daquela ponte? Mina está morta, eu sinto muito. Ela sabia, iam culpá-la. Uma garota se atira nos braços da morte no dia em que ela retorna; Ela, Tzuyu, a menina que só traz desgraça à pequena vila coreana.

Myoui. Não podia ser coincidência, aquele sobrenome a assombrava desde o incidente na casa da árvore. A casa era dos Myoui; A casa que ela invadiu para se esconder de Dahyun. Você não pode se culpar, Chou, foi só uma brincadeira. Quem lhe dera, ninguém acreditava que não tinha sido de propósito. Mas agora, essa Myoui, ela de alguma forma estava consumindo seus pensamentos. Por que ela teria feito isso? Pelo o que essa garota estaria passando? Não houve ninguém que tenha percebido o que ela estava prestes a fazer? Ou teria ela decidido de última hora se atirar naquela represa? Ninguém nunca saberia.

— Você tem certeza que não quer que eu vá junto, Tzu? — pergunta Nayeon.

— Está tudo bem, eu sei que os Kim me odeiam mas eu preciso falar com ela.

Im assente. Tzuyu precisava fazer aquilo sozinha. Não seria nada fácil o reencontro com Kim Dahyun, ela se sentia responsável por muita coisa que havia acontecido com ela. Ela poderia estar morta agora, Chou; Você fez isso com ela, é sua culpa. Tzuyu afasta os pensamentos e toca a campainha torcendo para que os pais de Dahyun não estivessem.

— Chou Tzuyu. — A Sra. Kim atende a porta.

— Sra. Kim.

— O que está fazendo aqui?

— Eu preciso falar com a Dahyun. É muito importante.

A mulher deixa claro sua reprovação com o pedido da moça. Você sabe o que penso sobre isso, não é?

— Por favor, Sra. Kim. Eu não vou fazer mal a ela, eu nunca quis em nenhum momento fazer... — ela pensa melhor em suas palavras — É sobre Mina.

— O pai dela não está... — ela respira fundo mas sua expressão é diferente agora — Mas se é sobre Mina, que isso fique entre nós, ok?

Chou Tzuyu concorda sem pensar duas vezes. Sra. Kim se afasta da porta abrindo caminho até as escadas que davam para o quarto da filha. Ela para em frente a porta cor-de-rosa. Eu sinto sua falta, Dahyun. Duas batidas são o suficiente para a pequena figura de cabelos louros surgir pela fresta.

Tzuyu? — pergunta surpresa — O que está fazendo aqui? Minha mãe te deixou subir?

— Posso entrar? Eu preciso falar com você.

Kim abre a porta. Seus olhos estão vermelhos e ela não parece contente. Como diria a ela? Como? A mais nova adentra seu minúsculo quarto cor-de-rosa. Se lembra quando dançávamos a noite toda antes de pegar no sono? Eu me lembro; Ah, eu me lembro. Dahyun veste pijamas mesmo já tendo passado das três da tarde. Ela não costumava sair muito, ainda mais depois do que aconteceu naquele quarto dois anos antes. Não pense sobre isso, não pense.

[...]

Ato 4

Tzuyu estava dormindo na sala naquela noite para dar mais espaço a Dahyun. Talvez ela voltasse depois do dia combinado para Taiwan, sua melhor amiga precisava da sua presença naquele momento. Era complicado, ela nunca tinha estado apaixonada e pela primeira vez, sentia como era a dor da não-reprocidade. Ela precisava ficar sozinha aquela noite, não para pensar naquela que havia traído sua confiança mas para pensar sobre si mesma.

NêmesisOnde histórias criam vida. Descubra agora