I Love You - Billie Eilish

«Capítulo 02»

Liz's pov

-que cara é essa Liz? -Noah, uma das garotas da minha aula de ciências.

-a única que eu tenho né? -era difícil de disfarçar.

-as duas aí no fundo, sem conversa -a professora ranzinza diz e assim Noah se vira pra frente novamente.

Hoje é um dia bem doloroso tanto pra mim quanto pra minha família, já que hoje faz 2 anos da morte do meu pai e faz exatos 10 meses desde que eu parei com as drogas e graças aos tratamentos os sintomas de abstinência tem diminuído mas em dias como esse, eu me sinto no limite.

Porém mesmo com isso, eu não posso mais simplesmente decidir voltar a usar, dá última vez que viz isso, acabei em um hospital com minha mãe e Thays chorando. Tá aí uma cena que eu nunca vou esquecer, foi traumatizante.

Eu preciso falar com minha mãe sobre isso, seria bom se eu voltasse pro centro de reabilitação, por mais que seja um lugar horrível, eu só não quero que a pessoas a minha volta se sintam mal pelas minhas péssimas decisões.

...

-se você acha que é o melhor a se fazer, deveria falar com ela -minha irmã diz do outro lado da linha.

-não sei, eu sinto que eu vou perder parte da minha vida em um lugar que não vai me ajudar -ela respira fundo.

-Beth, independente do que você decida, sabia que o importante é você estar bem, se sente quee vai ser melhor se voltar pra lá, vai, se sente que pode continuar evoluindo aqui, então assim seja -ela era ótima em dar concelhos, confesso -só me promete uma coisa? Não vai fazer nada por impulso ok? Lembra onde isso te levou da última vez -diz me lembrando de uma das piores noites da minha vida.

-eu prometo, não se preocupa, eu sei manter o controle, vai ficar tudo bem -digo tentando fazer com que ela não ficasse preocupada mas á julgar pelo seu suspiro, não funcionou.

Madison era minha irmã por parte de pai, fruto de uma aventura de adolescência, a mãe dela morreu após o parto e meu pai teve que a criar sozinho até que conheceu a minha mãe e que descidiu criar Mad como sua própria filha.

Minha irmã e eu éramos como carne e unha desde pequenas e mesmo sendo 5 anos mais velha que eu, ela sempre me acompanhou em todas as fases da minha vida até que quando eu tinha 16, ela descudiu fazer faculdade na Argentina e então eu ficamos apenas eu, minha mãe e meu pai, mas apenas dois meses depois disso, ele morreu, foi quando o meu problema começou.

Eu me sentia péssima e não conseguia falar com ninguém, eu só queria não ter que sentir aquela bola de neve que tinha se formado dentro de mim e o buraco que isso tinha formado do meu peito, então eu mergulhei fundo nas drogas. Era meu meio de escapatória de tudo isso, era muito satisfatório pra falar a verdade, eu ficava chapada ao ponto de não lembrar que tudo aquilo, eu me sentia incrível, mas com o tempo eu fui perdendo peso e faltando nas aulas todos os dias, foi quando minha mãe começou a perceber que tinha algo errado, mas já era tarde.

No começo do ano passado eu dei início a uma overdose e fui internada. Foi quando minha família descobriu tudo, mas mesmo com tudo isso, eu não consegui parar de pensar no meu pai e em como foi ver ele naquele estado. Eu fui pra um centro de reabilitação depois, mas não fiz o tratamento completo, o que fez com que todos se preocupassem excessivamente comigo, apesar de tudo isso não me afeta tanto.

-tá bom, chega desse assunto né? Então 3 meses pra os 23, já sabe como vai ser a festa? -tento mudar o assunto.

-não tenho nem ideia mas chamei umas amigas da faculdade e do dormitório, só não tenho certeza se realmente quero uma festa. Queria estar aí com você e a mamãe -bem a coisa que eu esperava ouvir.