Dragões e Maldições

Daenerys

Viagens, palavras e amor

Pouco mais de uma semana depois e eles chegaram á ponte que atravessava o Rio Sina. Alguns Trols caminhavam, outros poucos estavam á cavalo, dentre estes, Vol'Jin, a trolesa menor, os Trols azuis e a própria Dany. A viagem era muito cansativa, pois os Trols se apressavam em se locomover, provavelmente por não estarem acostumados com a temperatura do lugar. Valíria Era o único castelo de Ensalla localizado próximo do Deserto Branco, a parte mais fria do continente. Dany pensava que isso era meio contraditório, levando em conta que os Targaryen eram conhecidos como o sangue do dragão, antigos domadores de dragões, criaturas que supostamente existiram e que, supostamente, foram extintos á milhares de anos.

Vol'jin não falava muito, mesmo com outros Trols. Quando dirigia alguma palavra á Dany, ela apenas sorria e acenava com a cabeça. Vol'jin era muito reservado. Dany não sabia como funcionavam os casamentos para os Trols, mas achava estranho que, mesmo depois de terem se juntado, eles conviviam como dois primos distantes que não possuem Intimidade, mas se sentem obrigados á interagir.

Seu casamento foi, como imaginara, bem diferente do que estava acostumada. Os trols não faziam grandes festas, como os humanos, eles apenas fizeram cortes nas palmas das mãos direita de ambos, então eles juntaram as mãos. A trolesa menor, a qual descobriu que se chamava Rak'vi, Disse que agora eles estavam juntos pelo sangue, e que, eram um só pela eternidade, depois de dizer o mesmo na língua trolesa. O corte já estava se fechando, mas novas feridas apareciam pelo seu corpo á cada dia que se passava. Andar tanto á cavalo criara bolhas entre suas pernas, assaduras em suas mãos e uma dor irritante na coluna. Os trols pareciam não sentir nada, e Dany fazia o possível para esconder sua dor.

Seus acampamentos não duravam muito mais que algumas horas durante a noite, apenas o bastante para os cavalos serem alimentados e descansarem. Dany se pegou caindo no sono uma vez enquanto cavalgava, Rak'vi lhe bateu com uma vareta e ela acordou, assustada.

No início Dany pensou que Rak'vi seria uma grande companhia, pois era a única que falava sua língua, mas a trolesa se mostrou extremamente fria e estúpida. Não respondia as perguntas de Dany quando não tinha vontade, as vezes á deixava falando sozinha, ou caçoava dela com outros trols.

Dany notou que os Lança-Negra não faziam diferença de gênero quanto á nada, podia ver trolesas carregando as mesmas armas que seus companheiros trols, estando algumas vezes em posições até maiores que eles. Dany gostou disso. Rak'vi disse que não existia lugar para os fracos entre os Lança-Negra, e que, logo, ela também haveria de aprender á se defender, ou não sobraria nada dela a não ser seus cabelos prateados.

Os trols fizeram um acampamento bem rente ao rio. Dany dormia na mesma tenda que Vol'jin, mas alguns dias era como se estivesse sozinha. Mas um dia, Vol'jin chegara na tenda e a observara por alguns segundos, depois retirou as vestes que trajava, um colete de couro bruto, calças de tecido leve e fresco e um cinturão de couro negro, ao qual estava presa suas duas lâminas com o formato de meia Lua. Ele então, se aproximou de Dany, a qual tremia. Ele rasgou bruscamente o tecido leve do vestido violeta que ainda vestia, e o descartou. Ele então disse algo, mas Dany não sorriu, e nem concordou com a cabeça desta vez. Ele então repetiu:

- Virisu.

- Como? – perguntou Dany, meio desnorteada.

- Virisu – então ele deslizou a mão pelo seu rosto, descendo pelo pescoço e chegando até tocar um de seus seios. Dany ainda tremia, e Vol'jin notou – ele então disse algo a mais em sua língua e puxou Dany pelo braço para fora da cabana.

Dany não conseguia nem imaginar por que ele a estava levando para fora, mas estava com muito medo. Ela notou que alguns trols os viram sair da tenda, mas pouca importância deram á sua nudez. Vol'jin então á levou até a base do rio, onde á soltou e mergulhou. Dany ainda não entendia o que estava acontecendo, só observou o trol emergir das águas iluminadas pela lua. Sua pele brilhava como uma pedra preciosa, suas presas também, e seus olhos.. Dany não conseguiu tirar a atenção deles, eram grandes e castanhos. Parece humano, pensou.