꧁࿇ Capítulo 1 ࿇꧂

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꧁࿇ Seus olhos são azuis iguais o oceano, tão puros e sinceros, mas, que me afogam sem ter como me salvar ࿇꧂

Tem vezes que me pergunto, o quanto será que o cérebro humano pode se lembrar? Passo dias e dias acordado na calada da noite apenas observando o céu noturno através do frio sem vida do vidro da minha janela, fico lá por horas, meus olhos sem vida, a frente fria que penetra meu quarto sombrio, apenas eu, meus pensamentos e minha melancólia presentes no local, meus devaneios são sempre votados para o mesmo dia trágico, o dia em que perdi minha fé, o grande amor da minha vida, minha vontade de viver e ainda por cima, perdi o que era mais precioso para mim, eu perdi minha mãe, sim, eu a perdi naquele dia de chuva, as vezes costumo pensar se eu tivesse mais coragem e reagisse, eu teria conseguido salvar ela? Acho que o "cara lá de cima" não poderá me responder isso, nem nunca saberei a resposta. Ainda me lembro daquele dia como se fosse ontem, o cheiro de terra molhada, o som das gotas de água caindo no chão, as ruas lotadas de poças de água, o dia de chuva perfeito na minha opinião. Estava rindo enquanto pulava nas poças fazendo a água espirar, molhando minha capa de chuva amarela e um pouco do meu rosto, atrás de mim minha mãe caminhava sorrindo ao me ver, segurando em sua mão direita o guarda chuva, sempre admirei minha mãe em dias de chuva, sua pele de porcelana ficava tão linda misturada com as gotas de água, que caiam e pousavam delicadamente em seus lindos cabelos pretos como a noite, que o faziam com que brilhassem juntamente com seus olhos azuis claros, mas o que mais se destacava, era seu vestido branco com detalhes feitos em azul, alguns diriam que ela poderia parecer um fantasma pela aparência que se encontrava, mas para mim, ela não era nada menos do que um anjo:

- Yuu, porfavor pare de pular meu filho! Você pode acabar pegando um resfriado com a água e essa friagem.-na mesma hora que escutei a doce voz de minha mãe, parei de pular, minha mãe raramente gritava comigo, então sempre a obedeci, desse jeito eu não precisaria ouvi-lá gritar.

- Não quero pegar um resfriado! Se não, não poderei brincar com o Hubby!-fui correndo até minha mãe segurando delicadamente em sua mão enquanto fazia bico ficando emburrado só de pensar em não poder vê-lo mais.

- Calma filhote, você sabe que mesmo que fique doente ele ainda iria querer cuidar de você, mas, ao ficar doente você correria o risco de passar uma doença para ele.-levantei para olhá-la que apenas permanecia sorrindo gentilmente, não aguentei, acabei sorrindo de volta abraçando suas pernas devido a minha altura.

- Tem razão mamãe! Não quero que o Hubby fique doente!-apenas abri um sorriso para a mesma ao qual levou o guarda chuva em minha direção a cima da minha cabeça, assim me protegendo da chuva.

- Vamos filhote, temos que voltar antes que anoiteça, você sabe que à noite é muito perigoso ficar na rua.-podia perceber um certo olhar de preocupação em seus olhos, enquanto, sua voz pouco a pouco ficava mais fraca, como se ela sentisse que algo ruim fosse acontecer.

- Mamãe, não se preocupe! Eu vou te proteger!-abri um enorme sorriso para a mesma, parece que isso a tranquilizou um pouco, pois logo a mesma estava sorrindo de volta.

- Eu sei que vai filhote, mas, vamos logo para casa.-acenei com a cabeça e a mesma começou a andar enquanto segurava minha mão firmemente.

- 🎵Como pássaros voando! Vou abrir minhas asas! Escuridão e miséria! Esta é a minha alma feita!🎵-começei a cantarolar a música que Hubby havia me ensinado, enquanto, soltava a mão de minha mãe caminhando a sua frente sorrindo.

 Coração de VidroOnde histórias criam vida. Descubra agora