Título: ... Gênero: Drama Palavras: 2795 Concurso Casulo, Tema: Natal
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Leon amava o Natal. Na verdade, não confiaria facilmente em uma pessoa que simplesmente não sentisse toda a boa energia que a época iluminada e tão aconchegante trazia consigo. Enquanto dirigia tranquilamente em direção à casa da sua avó ele observava com aquele brilho nos olhos a decoração das casas.
Nesse ano a neve não estava caindo o suficiente para as crianças do bairro se divertirem com as guerras de bola de neve ou com os bonecos-nariz-de-cenoura. A neve nem mesmo chegava a criar uma camada grossa sobre a rua, era bem raro quando a neve caía forte em sua cidade, afinal esses flocos brancos e gelados eram só vestígios da verdadeira nevasca que caía nas cidades vizinhas.
Não se importou com nada disso. Para ele estava tudo perfeito, da forma que devia estar, o suéter natalino de crochê que sua avó tinha lhe presenteado esse ano tinha servido perfeitamente. Finalmente a senhora teimosa de cabelos grisalhos tinha seguido as medidas certas.
Mas naquele ano as coisas estavam diferentes. Um diferente bom. Ele sorriu, sozinho enquanto tirou breves segundos para olhar para ela, com as bochechas grudadas no vidro abafado do carro atenta a cada alma viva que caminhava na rua. Ela, Anne. O motivo desse Natal ser sem dúvidas o mais perfeito de todos girava em torno dela.
E ela estava odiando toda essa pressão.
Anne olhava através da janela piscando raramente mas não era porque amava a neve ou os pinheiros com os pisca-pisca como Leon. Ela não queria ter que encara-lo. Ela estava com medo, tensa e tão ansiosa quanto uma criança quando os pais à levavá para sentar no colo do bom velhinho.
Ela sabia que o namorado era um grande apreciador da época, ela nunca quis passar a data comemorativa rodeada de pessoas que não conhecesse e agora pensava em como querer agradar todo mundo foi uma atitude de merda.
Tudo estava tão bem traçado em sua mente até aquele momento. Passar uma noite na casa da sogra, ser gentil, pose de ótima namorada, trocas de presentes e no outro dia tudo voltando ao seu habitual. Não tinha erro até Anne se dar conta de que bem, realmente estava acontecendo.
Leon tinha vencido pelo cansaço, ela não aguentava mais suas indiretas ou as seções de persistência até que cedeu. Ela sabia que aquilo iria ser horrível, todas as tias dele reunidas à vendo pela primeira vez, com julgamentos, piadinhas e planos para o futuro que não incluía a opinião delas.
Céus, onde ela tinha se metido?
Quando ouvia Leon dizendo sobre como o natal era mágico a mente da mesma se desligava do real, e suas memórias à levava até seus oito anos de idade. Onde comia panetone sozinha no quarto pois o pai estava embriagado no sofá enquanto a mãe nunca estava em casa, trabalhando. Era o que ela dizia fazer quando chegava às três da manhã, mas mesmo nova Anne sabia que o cheiro forte de tabaco e perfume masculino não era fornecido por nenhum ambiente de trabalho, talvez o perfume masculino sim.
