- Mãe vai demorar mais para chegar na casa da tia ? - Retrucou Vitor pela milionésima vez desde que saímos de casa. - Veja, já da para ver a casa de sua tia. - Minha mãe apontou para uma pequena estalagem no final da estrada.
E depois longas horas, longos dois dias e meio, chegamos finalmente. Minha tia estava acenando de longe com um galão de leite numa das mãos.
-Berta, Ayla, meninos, quanto tempo que não os vejo. - disse minha tia Lilian vindo ao nosso encontro quando paramos a carruagem. - Quando mandou a correspondência dizendo que iriam vir fiquei tão ansiosa que já preparei tudo a espera de vocês.
- Lilian sabe que não precisamos de luxo não é ? Estamos de passagem, só enquanto essa guerra não acaba. - Minha mãe quando disse isso logo percebi seus olhos marejados soltarem duas lágrimas que desceram rapidamente.
- Ah Berta - suspirou minha tia. - ele voltará, eu tenho certeza. Ele sempre volta.
- Ayla, meninos, venham cumprimentar sua tia.E fomos os três cumprimentar nossa tia, alta igual e magra feito uma árvore e seus cabelos dourados que voavam ao vento que soprava forte nos dando arrepios de frio querendo logo entrar em sua estalagem ( não muito convidativa). - Venham, entrem. E assim fizemos, entramos naquele espaço rústico todo empoeirado que só de respirar meu nariz coçava.
- Tia onde eu ficarei? Estou muito cansada quero me deitar. - Eu disse isso enquanto me encostava numa coluna de madeira no meio da sala de estar. - Ayla se quiser um quarto só para você tem uma pequena cabana do lado de fora da estalagem, mas se quiser ficar com seus irmãos, é o primeiro quanto a esquerda naquele corredor. - Ela apontou para o corredor mais empoeirado do lugar. Sinceramente era meio óbvio oque eu escolheria né?.
- Eu fico do lado de fora mesmo Tia, pego água do poço ou posso me banhar no rio? - Por favor que eu possa pegar água no poço, por favor, por favor. - pode tomar banho lá no rio mesmo, o poço virou descarte de trapos e tralhas velhas.
Não acredito que vou ter que tomar banho naquele rio gelado num dia cinzento desses. Como estou cansada demais para pensar em reclamar mais me adianto pegando minhas coisas para tomar banho. No caminho para o meu quarto do lado de fora parei para olhar a vista longínqua que fazia sol se deitar sobre as longas árvores que fechavam o horizonte.
Tudo seria tão diferente agora, sei que guerras não duram pra sempre mas fiquei preocupada vendo minha mãe chorar ao falar de meu pai, cheguei a pensar por um segundo se ele iria voltar mesmo, ele sempre volta um pouco machucado mas volta e agora em uma cidade nova, tudo novo, não sei se vou gostar vou me acostumar...Quando vejo passei o resto do dia desenhando aquela paisagem que me encantava tanto, me prendia o olhar, sinto como se me chamasse. "Tenho que dar um jeito nessa cabana antes de me deitar" penso tentando ver um jeito de me acostumar com esse lugar.
Bom não tem oque fazer né, vou me deitar logo.
- Ayla! Cuidado, olhe para frente e não devia o olhar, acorde! Precisa voltar agora, Ayla procure no bosque.
Com o rosto molhado de suor, levanto num pulo de minha cama. De novo esses sonhos? Mas agora pareceu mais real que tudo, esse grito...
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O bosque.
Teen FictionTalvez o sonho que Ayla tem seja mais que um simples sonho. A vida tediosa que ela achava que teria em sua nova fase, mostrará ser algo mais. Plágio é crime.