Capítulo 2

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Era quarta feira. Saí da escola e fui até a casa de Pepe torcendo para que ele já tivesse chego da escola em que ele estuda. Toquei a campainha e Pamela, a moça que trabalha na casa dele, atendeu. Ela sempre foi um doce comigo e me trata muito bem. Ela me disse que Pepe ainda não havia chego e então eu me sentei no sofá da sala principal e fiquei conversando com Pamela enquanto ela fazia uma pequena limpeza nos móveis dali.

— Você nunca vem aqui esse horário... Aconteceu alguma coisa? — Ela perguntou.

Fiquei um tempo paralisada pensando no que responder. Não queria falar o que realmente fui fazer lá porque caso eu não conseguisse, ele poderia ficar sabendo depois e seria pior.

— Nada demais, só vim pedir a ajuda dele com um negócio da escola. — respondi, com um sorriso sem graça.

— Não se preocupe, daqui a pouco ele chega. Ele não demora muito. — Ela me respondeu e deu um pequeno sorriso.

Eu assenti com a cabeça e começamos a conversar sobre outras coisas.

Passados uns 10 minutos, Pepe chegou. Ele abriu a porta e logo viu eu e Pamela conversando.

— Uau, que surpresa você aqui agora — ele disse enquanto vinha em minha direção e me abraçou. — Vamos subir.

Ele pegou minha mão e subimos para o quarto dele. Eu estava muito nervosa com medo da reação dele, não sabia como seria dali pra frente, nem se conseguiria terminar.

Entramos e eu fechei a porta. Ele jogou a mochila que estava em suas costas em um canto qualquer do quarto, sentou na cama e eu sentei em outro canto, longe dele. Ele, percebendo que eu estava estranha, perguntou:

— Aconteceu alguma coisa? Se sim, anda logo. Não tenho muito tempo hoje. Mais tarde tenho treino.

Pepe era capitão do time de futebol da escola dele, pelo qual maior rival era a minha escola. Ele leva o futebol muito a sério, já perdi a conta de quantas vezes ele me tratou mal por causa do nervosismo por conta disso e quantas vezes ele me deixou de lado pra jogar futebol com os amigos dele. As vezes eu tinha a impressão que ele se importava mais com o futebol do que comigo.

— Não, não vou tomar muito tempo. — eu respondi, passando a mão no cabelo e batendo as pernas. Eu estava nitidamente nervosa. — Pepe, você sabe que estamos brigando muito já faz bastante tempo. Todo dia nós brigamos, você me convence de que eu estou fazendo drama ou algo do tipo e voltamos ao normal. Eu sempre saio como a errada da história e eu to cansada de tudo isso.

— Onde você quer chegar com isso? —Ele respondeu com os braços cruzados e com uma cara confusa.

Eu engoli em seco, olhei pra ele e respondi:

— Eu não quero mais. Quero terminar. Preciso pensar mais em mim.

Ele se levantou e com um tom de voz alto, claramente nervoso, respondeu:

— Terminar, Sabina? Como assim você quer terminar do nada? Depois de tudo que eu fiz por você?

Quando ele disse isso tudo que veio na minha cabeça foram todas as vezes que eu chorei por causa dele, todas as amigas que eu perdi por causa dele, o quanto ele me fez mal. Eu me levantei, ficando de frente pra ele, que chegava mais perto de mim enquanto falava comigo.

— Não adianta você brigar comigo. Eu sei exatamente tudo que você vai dizer e não me importa. Você me faz mal. — a essa hora do campeonato eu já estava tomada pela raiva, falei muita coisa que estava guardada.

— Eu não acredito que você vai fazer isso comigo! — Ele disse irritado e pegou o notebook dele, que estava na cama, e jogou longe, com raiva.

Eu olhei aquilo assustada e fui chegando pra trás pra ficar o mais longe dele possível. Pamela, que escutou o barulho do notebook abriu a porta do quarto com força e gritou:

— O que tá acontecendo aqui? O que é isso, Pepe? — e foi se aproximando de mim, me puxando pra trás e se colocando na minha frente.

— Essa vadia quer terminar o namoro depois de tudo que a gente passou, sem mais nem menos, quem ela pensa que é? — ele disse, aumentando o tom da voz cada vez mais.

Meus olhos se encheram de lágrimas e eu saí correndo. Não tinha mais forças pra brigar nem falar nada. Eu só queria ir pra casa. Enquanto eu descia as escadas pude ouvir Pepe gritando e brigando com Pamela, que havia trancado a porta pra que ele não me seguisse.

Eu abri a porta da sala principal e fui pra casa sem acreditar no que tinha acontecido. 



An Impossible LoveWhere stories live. Discover now