Kate
- Então? – perguntou Jessie assim que me viu entrando na sala. Eu ainda estava com o teste nas mãos.
- Eu estou grávida Jessie... deu positivo. – eu falei com as lágrimas invadindo meu rosto.
- Amiga eu... não sei se te dou parabéns ou se falo que sinto muito. – ela disse me abraçando.
- Eles podem estar errados né? Não é 100%. – eu disse a apertando mais.
- Você fez os 4? – ela perguntou mexendo no meu cabelo. Assenti me soltando dela. – E todos deram positivo?
- Sim. – falei em um sussurro. – DROGA! – eu gritei ainda chorando.
- Calma amiga, não é o fim do mundo. – ela disse tentando me acalmar.
- Me ajuda Jess. – eu pedi em um sussurro.
- Na hora de foder com o gostosão lá você não veio pedir ajuda né. – ela disse me fazendo dar um tapa de leve no braço dela.
- Idiota. – falei me sentando no sofá e ela começou a rir.
- Só estou falando a verdade. – ela disse rindo, me fazendo rir fraco pelo nariz.
- Estou muito confusa. – falei a encarando.
- Você vai contar pra ele? – ela perguntou depois de um tempo em silencio.
- Não sei. – falei suspirando.
Tantas coisas passavam pela minha cabeça agora. O celular da Jessie começou a tocar ela se levantou e foi até a mesinha de centro pega-lo e atender.
- Alô? – ela disse atendendo. Jessie colocou o telefone no viva voz.
- A Kate esta ai? – perguntou uma voz rouca do outro lado. Era o Nathan, tinha certeza. Fiz que não com o dedo.
- Não, ela já foi embora. – ela disse me encarando, suspirei aliviada.
- Já foi embora? – ele perguntou desconfiado.
- Sim. – disse Jessie engolindo um seco.
- Kate para de ser infantil e pega a porra desse telefone logo. – Nathan falou nervoso do outro lado da linha.
- Nathan a Kate não esta aqui. – Jessie disse depois de um tempo assustada.
- Querida Jessie, eu sei que você esta mentindo. Agora faça o favor de passar o telefone pra Kate, antes que eu vá ai pessoalmente. – Nathan disse frio do outro lado da linha. Jessie sem hesitar me passou o telefone murmurando um desculpa. Uma ótima amiga essa minha.
- O que você que Nathan? – perguntou tirando o celular do viva voz e colocando na orelha.
- Vai pra casa agora. – ele disse e desligou o telefone. Gelei, Nathan realmente estava puto da vida, mas o que tinha acontecido?
- O que ele queria? – Jessie perguntou
- Falou pra eu ir para casa. – falei respirando fundo.
- Acho melhor você ir. – ela falou me olhando.
- Tudo bem. – disse me levantando e indo pegar minha bolsa. – Tchau. – falei quando já estava na porta.
- Boa sorte. – ela disse sorrindo. Sai do seu apartamento e fui para o carro, entrei e dei partida.
No caminho fiquei pensando se contava ou não para o Nathan sobre essa gravidez. Eu estava muito confusa, nunca tive uma mãe para me auxiliar com essas coisas. Cheguei na casa do Nathan e logo os seguranças abriram o portão. Nem me dei o trabalho de guardar o carro na garagem, apenas sai do carro entrando em casa.
- Menina Kate, o senhor Miller esta te esperando no escritório. – Guadalupe disse quando entrei em casa.
- Obrigada Lupe. – falei dando um sorriso fraco. Deixei minha bolsa em cima do sofá e fui para o escritório dele.
Não bati na porta, como Guadalupe disse, ele já estava me esperando. Abri a porta e entrei, Nathan estava com a cabeça baixa, nem levantou quando fechei a porta.
- Até quando pretendia me enganar? – ele perguntou com o tom de voz irritado. Engoli o seco.
- Do que você esta falando? – perguntei meio nervosa. Como ele tinha descoberto?
- Kate, eu estou com uma vontade enorme de te matar agora, então é melhor você parar de joguinhos. – ele disse me encarando pela primeira vez.
- Nathan eu... – tentei falar, mas logo fechei a boca, nada ia sair dela agora.
- VOCÊ O QUE PORRA? – ele gritou se levantando e me encarando. Pela primeira vez eu senti medo dele.
- Eu não te enganei. – falei baixo.
- NÃO? – ele perguntou rindo sem humor. - Sabe quem foi hoje no galpão? – ele perguntou vindo em minha direção. Neguei abaixando a cabeça. – Seu querido pai. – ele disse com desgosto. – Só você e os meninos sabiam onde esse galpão ficava.
- Nathan eu nunca dei nenhuma informação sua para ele. – eu disse sem o encarar.
- Ele sabia de coisas demais Kate. – Nathan me segurou pelo braço. – Fala a verdade porra. – ele disse se alterando.
- EU NUNCA DISSE NADA. – gritei tentando me soltar dele. Senti meu rosto formigar. Ele tinha me batido? Olhei para Nathan incrédula.
- NÃO GRITA COMIGO SUA VAGABUNDA. – ele disse me dando outro tapa, fazendo com que meu corpo desse impulso para trás encostando-se à porta. – AGORA VOU TE ENSINAR A NUNCA MAIS MENTIR PRA MIM. – ele disse me segurando pelo braço e abrindo a porta do escritório.
- Nathan me solta. – eu falei tentando me soltar, o que fez ele apertar ainda mais o meu braço me fazendo soltar um grito de dor.
- CALA A BOCA. – ele gritou. Eu nunca tinha visto Nathan assim. Eu nunca tinha sentido tanto medo de alguém como eu estava sentindo dele agora.
Nathan estava me arrastando até o quarto, eu tentava me soltar dele, mas estava impossível. Nathan era forte e quando estava com raiva sua força parecia que se triplicava. Tentei bater nele, sem sucesso nenhum. Quando eu ia conseguir dar um soco no rosto dele, ele se virou e segurou minha mão.
- Não tenta fazer isso de novo. – ele falou entre dentes. Engoli o seco.
- Me solta. – eu falei um pouco mais baixo agora.
Nathan me soltou e abriu a porta do quarto, não falei nada apenas entrei e ele entrou logo depois fechando a porta.
- Nathan, eu nunca disse nada dos seus esquemas e nem de você. – falei olhando ele nos olhos.
- E porque nunca me contou que o Maicon é seu verdadeiro pai? – ele disse entre dentes.
Paralisei na hora. O que ele tinha falado? Maicon é meu pai? Isso só pode ser brincadeira. Adam nunca tinha me falado isso.
- O... o que você disse? – perguntei com a voz tremula.
- Vai me dizer que não sabia. – ele disse debochado. – Aposto que você leva informação minha pra ele também. – ele disse me encarando.
Não vi a hora que minha mão foi direto para o rosto dele, Nathan virou o rosto com o impulso do tapa que eu tinha acabado de dar nele.
- Aquele monstro não é e nunca foi meu pai. – eu disse entre dentes. – Se ele realmente fosse meu pai não tinha matado minha irmã. - Sai correndo daquele quarto sem nem esperar a resposta de Nathan, escutei ele me gritar quando já estava saindo de casa.
Entrei no carro e acelerei saindo dali. Eu precisava ficar em um lugar sozinha, precisava tirar essa história a limpo sobre Maicon. Ele não podia ser meu pai, não podia.
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Porque Eu?
Ficção AdolescenteAmbos orgulhosos, um se achava melhor do que o outro. Kate Cooper, uma agente do FBI com apenas 19 anos, treinada para matar qualquer bandido que se metesse no caminho dela, no fundo era uma boa pessoa, apesar do que tinha acontecido a sua família...