AS Crônicas do Caçador de Sombras Vol.1

Prólogo

O Princípio e todas as coisas

No princípio havia o Sol, a Lua e um lugar vazio com uma forma rochosa. Esse lugar viria a ser a Terra. Val'kar, o criador, existe antes do princípio, tudo que veio em seguida foi por sua vontade. E então surgiu a quarta criação de Val'kar, os Meltar. Criados a sua própria imagem e semelhança, os Meltar ajudariam Val'kar a dar vida a Terra. Ao todo, mil e duzentos Meltar foram criados. Os Fios-de-Prata, os Fios-de-Noite, os Fios-de-Fogo e os Fios-de-Ouro. Cada uma dessas agregações era composta por quatrocentos Meltar.

Altos, esguios, de pele branca feito vidro leitoso e com dois pares de asas em suas costas, todos conviviam com o seu Criador num lugar chamado O Trono. De lá, era possível ver a Terra e de lá eles começaram a moldá-la a pedido de Val'kar. Poderiam moldar a Terra como bem entendessem, exceto por uma parte que era coberta por uma espécie de fumaça ou nuvem baixa em tom escuro que preenchia o espaço de um continente. Cada agregação dos Meltar foi responsável por moldar algo. Os Fios-de-Prata foram responsáveis por moldar os solos, as rochas, os relevos, as planícies e as montanhas. Os Fios-de-Ouro criaram todas as árvores, gramas, flores, arbustos, plantas, raízes, frutas, algas e o que mais sua mente pudesse imaginar voltado à natureza. Os Fios-de-Fogo criaram algo em representação ao calor e a luz do sol e deram o nome de fogo e também foram os responsáveis por criar todas as cores e as três estações do ano, O Alto Inverno, o Baixo Inverno e a Primavera. Por fim, os Fios-de-Noite criaram os lagos, mares, rios, oceanos, cachoeiras além da chuva.

Após quatro dias, a Terra tinha ganhado vida e então Val'kar decidiu habitar esse mundo com animais. Criou ele mesmo várias espécies e pediu que cada Meltar também criasse ao menos uma espécie. Quando tudo estava pronto na Terra, Val'kar resolveu presentear os Meltar. Reuniu todos os mil e duzentos seres alados em volta do Trono e fez um pequeno movimento com as mãos, fazendo surgir algo que ele nomeou de flauta. Levou o instrumento a boca e com pequenos sopros um som melodioso saiu da flauta, os Meltar ficaram imersos no que viria a se chamar A Canção do Primeiro dia.