Ao ecoar de gritos, sons de instrumentos e barulhos de comemoração, Nijsug percebe que está no meio de um possível ritual de comemoração, apenas esperando que não seja por causa dele.
Atrás do coroado, dois idosos discutem com elegância:
- Talvez possamos dar um sentido a morte dele, ao invés de apenas executa-lo. - diz um deles
- E caso ele consiga passar pelo "teste", ganha sua liberdade. - concorda o outro.
Nesse momento, o coroado que parecia atento, se vira para os idosos:
- Então essa é a decisão de vocês? Perdoar um homem que tentou nos roubar, mesmo sabendo das leis, que fica nos informativos deles...? A tal de W.I.K.I. disse que não teríamos mais problemas como esses...
- Talvez ele realmente seja um idiota. Além disso, só temos a ganhar com isso, fracassando ou sendo bem sucedido nessa "missão". - diz um deles
- Mas sábio... - tenta contra-argumentar o coroado
- Você sabe que ele está certo. A árvore-mãe precisa de ajuda, e talvez tenha mandado ele para ajudar. - concorda o outro velho.
Olhando para Nijsug, dava para se entender o que passava-se na mente do coroado. Uma espécie de "É esse idiota que a árvore-mãe trouxe para ajuda-la?", que foi seguido de um grande suspiro.
- Tudo bem, grandes sábios. Vocês são quem são por um motivo... e eu confio na decisão de vocês. Que seja! - diz enquanto se virava pra multidão que cerimoniava algo.
- Essa talvez seja a última cerimônia. Talvez descubramos a verdadeira razão para o planeta estar como está!
E todos os outros tribais gritam de alegria, se curvando perante a terra (?)
O coroado se vira para Nijsug:
- E você será quem irá descobrir. Boa sorte... vai precisar. - diz ele sorrindo sarcasticamente, com um olhar penetrante.Logo após um gesto do coroado, dois tribais soltam Nijsug e o fazem acompanha-los até um buraco escuro na caverna. Era um pouco afastado naquele labirinto e já quase não se ouvia os barulhos.
- Aqui, pegue. - diz um dos sábios, oferecendo-lhe pão, água, uma lança e um cinto de utilidades
Após guardar os alimentos nos bolsos, pega a lança sem entender muito qual seria seu propósito, além de equipar o cinto que viria com uma pequena lanterna integrada, gancho-corda e uma bússola removível.
- Vamos equipar ele tão bem assim? - questiona o coroado.
- Esqueceu que estamos a favor da vitória dele? Ele nos será útil. - responde o outro sábio.
- Hmpf. - suspira o coroado - Que seja. - diz ele, se virando e indo embora.
O outro sábio finalmente dá o último item de que precisaria.
- O que é isso? - Nijsug pergunta.
- Um meio de comunicação conosco. Precisamos saber o que acontecerá lá. - responde um tribal que colocava na testa de Nijsug o equipamento, que parecia uma espécie de câmera com um fone conectado a ele, que agora estava em uma das orelhas do jovem perdido.
Outro tribal estende uma escada mal-feita que leva ao fundo do buraco que eles encaravam. Nijsug entende que eles querem que ele entre.
- O que eu vou fazer, exatamente? - engole em seco e toma coragem de perguntar.
- Apenas desça - responde um dos tribais, aparentemente irritado - e diremos o resto.
Rapidamente, Nijsug se põem a descer, com a lança em suas costas, segurada firmemente pelo cinto de utilidades.
- E tome cuidado... - diz um dos sábios.
Após descer incontáveis degraus da escada, Nijsug parecia cansado, mas finalmente atingira o solo. Alguns segundos depois de se firmar no chão, com a lanterna ligada, a escada é recolhida por quem quer que ainda estivesse lá em cima.
De repente, o fone conectado nos ouvidos emite comunicação:
- Consegue nos ouvir?
Meio sem jeito, responde Nijsug, sem saber se ouviriam:
- S-sim...
- Ótimo. Você precisa descer o máximo que puder, as gigantes raízes cavernosas dessa árvore são quase um labirinto, mas sempre que achar um caminho que desce, tome-o.
- O que estou procurando, exatamente?
- Qualquer anomalia que possa causar malefícios as raízes ou a árvore.
- Não ajudou muito. Não saberia dizer o que é malefícios a uma árvore. Não sou biólogo!
- É pra isso que existe a câmera na sua testa. Além do mais, sabemos tanto quanto você. Acredito que se você ver, saberá se é um malefício ou não.
Enquanto o diálogo acontecia, Nijsug passava por várias bifurcações e pouco a pouco ia se perdendo cada vez mais naquele imenso labirinto, nunca vendo o mesmo lugar duas vezes mas, ao mesmo tempo, sempre vendo novos caminhos a frente. Pensamentos sobre "o quão grande isso deve ser" passava pela sua cabeça a cada 100 metros que andava.
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Piratas Espaciais
Science FictionO vasto e infinito universo sempre há lugares para serem explorados, cheio de tesouros e segredos antigos. Há lugares organizados, e lugares onde não há leis. Lugares que possuem dono, e outros que não pertencem a ninguém. Há muita coisa pra se ver...